Caroline:
Justin seguia cantando a todo o volume, seus olhos pareciam mais azuis e ele dançava, segurando o volante, era lindo, era perfeito. Eu sorria, de forma involuntária, estava tendo os melhores momentos ao seu lado, a noite inteira tinha sido demais, fazer parte do mundo dele era demais e, mesmo com tudo que as pessoas estavam dispostas a oferecer, ele era tão simples, cuidadoso com as fãs, ao mesmo tempo em que, sem saber, me fazia querer, dentre todas as coisas do mundo, que esses dias não acabassem mais.
Quando chegamos ao nosso prédio, ele saiu do carro e tropeçou. Definitivamente não estávamos preparados para trabalhar. Gargalhei e, quando ele abriu minha porta, praticamente caí em seus braços.
– E você estava rindo de que mesmo, Little L.?
– De como você é lindo.
– Ótima resposta, merece até um presente.
Em segundos, Justin corria pela garagem comigo em suas costas. Eu gritava, ele ria e, de vez em quando, batia comigo em alguns carros. Passamos pela portaria e Gabreel parecia chocado com nossa chegada.
– Bom dia, senhor Gabreel.
Entramos no elevador e Justin me desceu.
– Você é louco, caso não saiba.
– E gostar de mim diz que você...?
– Tenho um gosto controverso.
– É o suficiente.
Ele sorriu e me beijou. Depois de lançar infinitas teorias de como salvaríamos o planeta E economizaríamos tempo tomando banho juntos, me deixou na porta e foi para o 806. Combinamos de nos encontrar em 15 minutos e, ao fechar a porta, comecei a correr dentro do apartamento. Ainda estava bêbada, então derrubava metade das coisas, batia em móveis, mas, quinze minutos depois, passava batom vermelho em uma garota de saia comprida preta, de tecido meio transparente e fendas nas laterais, com um top preto tomara que caia e grandes brincos. Bati na porta de Justin e ninguém respondeu. Abri a porta e fui em direção a seu quarto. Justin, com o cabelo molhado e uma toalha na cintura, cochilava na poltrona. Irresponsável. Ficava tão lindo dormindo que eu podia observá-lo por horas.
“Little L., mais perto.”
ELE ESTAVA SONHANDO COMIGO! OMG!
Delicadamente, beijei o canto de sua boca e sorri.
– BOM DIAAAA!
Ele pulou da poltrona.
– Eu cochilei, desculpe.
– Meio que percebi, mas não se desculpe comigo e sim com Trace que, por acaso, vai nos matar. Teve bons sonhos?
Justin sorriu, passou a mão pelos cabelos e me encarou.
– O que você ouviu?
Imitei seu tom de voz e a frase que tinha ouvido. Ele me encarou com olhos alegres. – Sonhei com a primeira noite em que tive você aqui, quando invadiu meu apartamento. Aliás, quem te deixou entrar hoje?
– Querido, se eu não pedia para entrar quando não te conhecia, você acha
que eu vou pedir agora?
– A diferença é que agora você não iria fugir...
– Você é quem pensa...
Ele sorriu e me puxou, Acabei caindo em seu colo, em segundos já estava beijando-o e pressionando-o contra mim. O telefone tocou.
“Cara, você não tem noção do trânsito, mas estamos chegando.”
– Você fica tão sexy mentindo.
– Little L., se você pretende continuar trabalhando é bom parar com esses elogios e essas mordidas no lábio.
Sorri e levantei. Ele pegou uma calça preta, camisa jeans e um blazer, seu óculos escuro e saímos. Alguns minutos depois, com uns 8 copos de café, chegamos ao tal salão.
“Até que um dia! Pelo visto a noite de ontem foi boa...”
Se ele soubesse... Todos os outros funcionários nos olharam com sorrisos sugestivos. Justin e eu falamos ao mesmo tempo ‘Trace!’. Desculpando-se, sorriu.
“É que com esses 19 copos de café e os óculos escuros de vocês não restam dúvidas...”
– Vamos trabalhar, gente?
Aos poucos cada um voltava a falar da festa e ia esquecendo da nossa ‘noite’. Várias ideias surgiam ao mesmo tempo e o lugar era realmente incrível! E gigante, parecia um castelo. Trace nos arrastava por todos os lugares, comentando, fotografando e planejando.
– Onde vai ficar a passarela?
– Ah, eu não te contei? Michele ligou ontem à noite dizendo que o pessoal da primeira locação ligou se desculpando e oferecendo o espaço.
– Então o que estamos fazendo aqui?
– Bem, nós teremos o desfile em um lugar, depois, os convidados serão transportados para cá.
– Uau, no meu tempo os desfiles não eram assim tão glamorosos.
– Isso é porque você ainda não trabalhava com a gente.
Nós rimos e ele me pediu que continuasse fotografando o lugar, pois o decorador não pode ir e nos reuniríamos com ele daqui a dois dias. Segui em minha tarefa ao mesmo tempo me que ouvia o que ia sendo planejado. Em dois telefonemas Justin tinha conseguido Calvin Harris para ser o DJ da festa.
– Me lembre de te convidar para o meu aniversário, pode levar o Pitbull, obrigada.
– E eu pensando que era seu artista favorito...
– Como você se ilude com aparências...
– Eu vou lembrar disso quando escolher o lugar dessa noite...
– Nós vamos continuar?
– Você já quer desistir?
– É claro que não.
– Então nós vamos continuar.
Meu coração deu um salto e meu corpo, até então cansado e meio de ressaca se eletrocutou.
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Justin:
Caroline andava de um lado para outro, anotando, gravando, fotografando e entrevistando a todos. Admirando mais um de seus sorrisos abertos percebi que já fazia alguns dias que não me importava com mais nada, a não ser com o que ela significava para mim. Podia ser mais um caso passageiro, uma atração repentina, mas, se fosse só isso, eu ainda estaria com essa sensação de que preciso conquistar cada segundo dela? Acho que não.
– Mr. Timberlake, qual sua expectativa após ver esse lugar? – Bem, já posso imaginar que essa noite será inesquecível.
Ela sorriu.
– Isso é uma promessa?
– Será?
Trace nos chamava para irmos para o lugar onde o desfile iria acontecer. Meu corpo já estava cansado, ao mesmo tempo em que parecia que poderia correr uma maratona.
– Vamos que o dia está só começando. Caroline fingiu um desmaio, a segurei pela cintura e beijei sua nuca. – É bom parar, menino Justin, ou eu vou desmaiar de verdade. Chegamos ao segundo lugar primeiro que os outros. Uma passarela já estava montada e, em meio a vários pedidos de desculpa, entramos. “Michele não explicou direito da primeira vez, desculpe-nos Mr. Timberlake.” – O que é isso? Está tudo bem. A passarela já está montada? – Nós tentamos adiantar ao máximo. – Ótimo. Nós assumimos daqui.
Caroline entrou correndo.
– Sabe que eu nunca tinha visto uma passarela assim de perto?
– Você quer subir?
– Óbvio.
Em segundos, ela corria como uma criança de um lado a outro da passarela dizendo que era uma modelo. O resto da equipe chegou e automaticamente começaram a rir.
– Desculpa, gente. Eu sou uma modelo.
Desfilando até o fim da passarela, Caroline me deu a mão e pulou para o chão. Enquanto Trace e um assistente coletavam alguns detalhes, os outros funcionários entraram no clima e foram desfilar. Caroline subiu novamente e me levou junto, cada um inventava uma personalidade e tentava passar pelos obstáculos (as outras pessoas que não estavam desfilando na vez) para conseguir chegar até o fim.
– MUITO BONITO!
Trace subiu e tentou ir até o fim da passarela, mas os obstáculos estavam mais difíceis e acabou parando no meio. Todos gargalharam.
– Nós precisamos voltar para a WR, mas antes, seria interessante testarmos a acústica do lugar para já podermos organizar esses detalhes. Algum candidato?
– Acho que quem canta é que deveria ir!
Eu podia sentir a excitação de Caroline por seu sorriso escancarado. Todos abriram espaço e sentaram ao redor. Caroline sentou-se exatamente na frente da passarela, seus olhos queimavam e percebi que era a primeira vez que me veria cantar. Sorri e decidi que ela merecia algo muito bom.
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Caroline:
Depois de relutar um pouco, Justin me encarou e subiu na passarela. Enquanto mexia em alguns equipamentos, meu coração saltava, parava e voltava a saltar mais uma vez. Era a primeira vez que o veria cantar ao vivo. OMG, respira, Caroline, respira. Uma batida desconhecida tocava e ele incorporou o Justin safadinho de clipes. Sua postura mudava, o jeito como olhava, se movia... Era perfeito! Seus olhos pareciam uma fogueira e, enquanto ele cantava uma canção sobre uma mulher elétrica olhando diretamente em meus olhos, realmente me queimava.
A única coisa que eu queria era pular no pescoço dele. Quando a música acabou ele abriu um sorriso grande.
– É, acho que está tudo funcionando. Só peço pra que ninguém fale dessa música para ninguém, ainda é uma ideia. Tenho tido várias ideias.
O resto da equipe riu e voltaram cada um para suas atividades. Fui ao banheiro para respirar e então ouvi sua voz por perto. Ele estava falando no celular, então saí e o puxei para dentro comigo.
– Eu preciso desligar. Nos falamos. Little L.?
– Não fala nada, só preciso fazer uma coisinha.
Sem falar mais nada o beijei intensamente, minhas mãos o seguravam em mim, ele correspondia e me empurrou contra a parede. Ofegante, lembrei de que precisávamos voltar ao trabalho.
– Nós... precisamos... voltar.
– Tem certeza?
– Infelizmente, sim.
– Isso tudo por uma música?
– O que eu disse sobre não fale nada?
– Eu não sabia que minha música tinha esse poder em você.
– Você não sabe de muitas coisas, Mr. Timberlake.
Voltamos ao trabalho e a manhã já tinha acabado. Nos dirigimos para a WR e, depois de mais uma reunião, estávamos dispensados por duas horas, ainda iríamos para a gravação do tal programa de moda, o dia era longo. Bocejei e Justin segurou meus lábios.
– Você quer comer?
– Geralmente, quando uma pessoa boceja, ela está com sono.
Ele bocejou.
– Vamos dormir?
– Caroline, você acaba de me convidar para dormir com você?
– Tire toda essa cara de obsceno e então sim, estou te convidando para dormir.
– Na sua casa? Na minha?
– Engraçadinho. Em um lugar muito melhor.
O peguei pela mão e o levei até a sala das roupas onde Trace tinha me levado ontem. Justin sabia a senha e, quando entramos, ele me encarou. – E então o que você quer fazer?
– Deitar nesse tapete.
Ele sorriu, me joguei no tapete, que parecia uma nuvem de tão fofinho e Justin me acompanhou. Ambos ficamos em um silêncio confortável, lado a lado, até que ele me puxou para seu peito e começou a brincar com meu cabelo, sua respiração combinava com a minha. Eu estava tão cansada, aquele momento parecia tão perfeito, que poderia emoldurar e guardar para sempre. Fechei meus olhos.
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Justin:
“O que vocês estão fazendo aqui?”
Caroline, que até então estava quieta em meu peito, praticamente pulou. Trace tentava esconder sua expressão divertida.
– Estamos patinando.
– Bom dia.
Bom dia? Nós dois olhamos para Caroline, ela percebeu onde estava e teve um ataque de risos.
– Ai gente, desculpa.
– Alguém realmente está te tirando o foco, Caroline.
– O sono, no caso.
Puxei levemente seu cabelo e ela sorriu. Depois de relutarmos por algum tempo, levantamos do tal tapete e, enquanto Trace dava as últimas coordenadas para quem ficaria na empresa, Caroline arrumava o cabelo, retocava o batom e reclamava que não estava bem vestida para um programa de moda. Isso tudo sem respirar. Enquanto passava por mim pela milésima vez, a puxei pela cintura e beijei a parte de cima de suas costas, que estavam de fora pelo top.
– Little L., você está e é linda. Agora pare.
Ela respirou fundo.
– Eu acho que você devia parar de fazer essas coisas...
– Até o momento elas têm dado certo.
– É provável que nunca parem.
Era tudo que eu precisava saber. Caroline corou e foi em direção ao estacionamento. Enquanto Trace dirigia, nós dois tínhamos o primeiro almoço ‘decente’ da última semana. Seu celular tocou, a foto de Michael apareceu e ela desligou.
– Vocês ainda não se falaram?
– Na verdade nem tive muito tempo para isso nos últimos dois dias, considerando o tempo que passei com você. Ele me deixou algumas mensagens de voz, mas ainda não ouvi.
– Caroline já está fazendo inimigos?
Ela deitou em meu colo e começou a contar toda a história para Trace, que parecia mais surpreso do que eu.
– Então você tinha razão? Não eram apenas ciúmes...
– Ciúmes? Você tem ciúmes de mim, Mr. Timberlake?
Caroline me encarou com os lábios entreabertos e as sobrancelhas arqueadas (como ela ficava linda fazendo isso!).
– Não é que eu tenha ciúmes, mas se no caso puder tirar Michael de todos os lugares que você estiver...
Chegamos ao tal estúdio e fomos para um camarim, Caroline conversava com uma das assistentes sobre o programa, pois, segundo ela, assistia sempre. A moça, empolgadíssima, disse que estava lá há poucos meses, mas que estava sendo um sonho e que se ela quisesse assistir ao vivo, teria um lugar na frente. Ela sorriu e aceitou, as duas conversaram mais um tempo e pareciam super entrosadas, duas meninas do interior que estavam em NY para fazer o que quisessem, trocaram telefones e Caroline voltou para o meu lado. Enquanto ela tentava me marcar de batom vermelho a apresentadora entrou no camarim. Caroline respirou fundo e sorriu, agindo naturalmente.
– Justin e Trace, no mesmo dia! Vocês têm alguma ideia de há quanto tempo estou esperando os dois aqui? Deve ser metade do meu ‘um século’ de vida.
Todos rimos e nos desculpamos por nossa ausência.
– Nada que um strip fashion não resolva! Mas, ou o tempo está sendo generosíssimo com Jessica, ou ela virou uma ceifadora de almas, ou eu não conheço sua nova namorada...
– Essa é Caroline, jornalista, que está nos ajudando durante essa semana louca que estamos tendo.
– Ah, as ajudas... Seja bem vinda, Caroline, mas, acima de tudo, de onde vem
esse look?
– Obrigada, fui eu que fiz.
– Mesmo? Adorei! Deixa eu te colocar em chaveirinho pra carregar comigo.
– Depois dessa semana, estou super disponível.
Joan sorriu e fomos para a gravação.
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Caroline:
O programa estava sendo demais, os meninos fizeram sua divulgação, comentaram looks, brincaram com os apresentadores e eu sorria, sentada na primeira fila, pensando que, alguns dias atrás, estaria desmaiando quando visse o anúncio da matéria na TV.
“Obrigada, Justin, Trace e Caroline, por virem aqui, o desfile vai ser um sucesso! Principalmente pelo fato de me terem como convidada. Caroline, levante para todos te verem!!!”
Não, Deus, não. Justin lançava um sorriso gigante em minha direção. Meu rosto corou e então levantei, sorrindo para disfarçar.
“Pessoal, essa moça bem vestida, segundo Justin, é a responsável pela cobertura do evento, agora, pela cara de idiota que ele está fazendo ao vê-la no momento vocês acham que é só isso?”
Justin gargalhou e olhou para baixo. ELE ESTAVA SEM JEITO!!! Guardei esse momento em meu coração e os encontrei para irmos embora.
– VOCÊ ESTAVA SEM JEITO! AHAHA!
– Eu jamais fico sem jeito.
– Justin, admita que fica melhor para você.
– Trace?
– Eu vi, Caroline viu, o país vai ver... Pelo menos divulgamos o evento e eu adoro Joan.
– Claro, pense apenas na logística e não se importe com meus sentimentos.
– Você quer um beijo?
– Seu?
– Claro, de quem mais seria?
Os dois se aproximaram e comecei a rir.
– Depois eu leio boatos sobre vocês dois na internet e ainda fico pensando sobre como as pessoas podem inventar essas coisas...
Trace nos deixou em nosso prédio e já começava a anoitecer.
– Foi muito legal te ver sem graça... Você abaixa o rosto e o vira para a esquerda, sorrindo.
– E você viu tudo isso?
– Foi um momento épico! Eu corar o tempo inteiro é normal, mas você...
Justin nem me deixou terminar de falar e me beijou.
– A propósito, eu acho lindo quando você cora. (o beijei docemente e acariciei seu rosto)
– Chegou a hora de revelar para onde vamos hoje?
– Mais ou menos. Nós vamos a uma festa latina que eu amava ir, mas com o namoro e a carreira e todos os blá blás, acabei abandonando. E não ninguém que eu gostaria de levar lá tanto quanto você...
– Olha alguém sendo galanteador...
Justin sorriu e beijou minha testa.
– 22h, sem atrasos. Ou se atrase, você é linda, você pode.
