Caroline:
O interfone tocou, quase morri de susto.
– Senhorita Caroline, sua limusine está esperando.
– Aham, já estou descendo.
Minha limusine. Me senti absolutamente o máximo saindo de casa toda arrumada e entrando naquele carro, não era sempre (aliás nunca) que podia me dar a esses luxos. Era a minha noite. Quando chegamos ao lugar, havia várias pessoas esperando para entrar, alguns estavam ali só observando carros caríssimos pararem e caras em ternos entrarem.
Esperei ficar um pouco mais vazio para sair. Tinham duas entradas, qual delas deveria usar? Enquanto escolhia, chegaram várias garotas bem-vestidas e, sem parar para pensar, entraram pela primeira. As segui. Acabei em um corredor escuro, com duas entradas. Dobrei a direita.
Que dificuldade de se entrar em uma festa, meu Deus! Já estava quase voltando todo o caminho quando vi uma luz leve e ouvi a música, estava certa, finalmente.
Entrei na última porta e então estava no topo de uma escada escura. De cima, via tudo aquilo que eu imaginava que fossem essas festas. Muitas luzes piscando, garotas bonitas e “fáceis”, vários caras cheios de estilo dançando e se achando o máximo, música fazendo com que os lustres tremessem. Era demaais!
De repente começa a introdução de “Down” do Jay Sean e a escada onde eu estava acendeu. Automaticamente todos olharam pra mim. Não tinha ideia do porque, mas não podia dar vexame, então fingi que o momento era meu e desci a escada como se fosse a dona da festa.
Mesmo enquanto meu cérebro tentava bloquear minhas pernas e todas as pessoas da festa me olhavam, desci calmamente, com um meio sorriso. O que eu estava fazendo ali? Sei lá. Destino. Ou azar. Acabo de ver Justin sentado em um sofá com várias garotas e bebidas em sua volta. Óbvio que ele estaria lá, só eu que não pensei nessa possibilidade mesmo.
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Justin
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A festa parecia muito melhor do que eu imaginava, muitas pessoas conhecidas, boas bebidas... ao mesmo tempo, todas as garotas fáceis de sempre, que riem de qualquer coisa que você fale e praticamente caem no seu colo. Às vezes seria legal encontrar garotas ousadas, que não se deixassem conquistar tão facilmente. Pare Justin, pare agora!
– Oi, cara.
– Oi cara uma merda, George! Que história é essa de dedurar o meu apartamento pra Jess?
– Ah irmão, você sabe como a Jess fica quando está brava. Ela me disse que você falou que estava lá em casa, eu concordei e disse que você tinha ido no mercado e que já voltava, mas como todos nós sabemos, você não é uma pessoa que faz esse tipo de serviço doméstico, então ela não acreditou. E me olhou com aqueles olhos assassinos. Eu tive que responder.
– É, só que assim você ferrou comigo. Além de agora ela saber o endereço, quando ela chegou para fazer uma visitinha, eu estava resolvendo umas coisas com a vizinha no elevador. Resumindo, você me fudeu.
– Foi mal cara, mas daqui apouco ela releva. Agora, e a vizinha, é gata?
– Claro, mas é mais que isso, ela tem atitude. Não é dessas que ficam dando mole pra qualquer um.
– Daquele tipo que você adora, mas como você já tem a sua namorada, pode apresentar a amiguinha pra mim.
Neste momento a música troca e as luzes da escada principal se acendem. Entrada especial! Entrada especial! Olho para ver quais as modelos da noite e tenho a visão mais inesperada: minha vizinha com um vestido azul, curto e decotado, descendo as escadas calmamente, com um sorriso enigmático. Ela estava deslumbrante, parecia que toda aquela festa e todas aquelas pessoas estavam ali a esperá-la. E desceu se sentindo como.
Quando olho pro lado George não está mais ao meu lado. Já está agarrado na garota difícil. E nos braços dele ela nem parece tão difícil assim.
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Caroline:
Quando finalmente terminei de descer a escada, alguém me puxa pela cintura e me tira pra dançar.
– Oi! Acho que não conheço você. Sou George Kweltz. Muito prazer.
– Carolone, prazer em conhecê-lo.
– Gosta de dançar, Caroline?
– Adoro.
– Me concede a dança?
– Que tipo de garota eu seria se não aceitasse?
E me arrastou para o meio da pista de dança.
Estava dançando a algum tempo com George, ele parecia um cara legal, falando sobre seu emprego, sobre as pessoas da festa. Sem contar que dança super bem. Mas sinto que toda essa hospitalidade e simpatia é apenas para conseguir algo em troca. Sei lá. Não vou ficar em volta dele a festa inteira, já tive o suficiente.
– Vou passar essa música. Preciso de um drinque.
– Quer companhia?
– Acho que posso achar sozinha. Obrigada.
– Tem certeza?
– Absoluta. Eu já desci pela escada principal por acaso hoje. E fazendo carão. Encontrar o bar é apenas um detalhe.
Ele riu.
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Justin
:
Embora tenha várias pessoas ao redor, não consigo desgrudar os olhos dela, que está na pista, nos braços de George e não posso deixar passar o quanto ela dança bem, parece que mais nada nem ninguém importa.
Quando volto do banheiro não a vejo na pista. Começo a procurar, ela não pode ter ido pra casa ainda. Não antes da minha dança.
Olho pra um bar e lá está ela. Hora do ataque.
Quando estou chegando perto, sem perceber, ela se afasta até um dos sofás, peguei uma bebida e fui em sua direção.
– Olá! Já te falaram que você está incrível hoje?
– Sinceramente? (e abriu um sorriso)
– Todos?
– Não, você é o primeiro.
– Você parece mais civilizada com outras pessoas. Acho que o problema sou eu.
– É, realmente, quando são legais comigo eu retribuo.
Meu Deus, ela está sempre na defensiva. Parece que precisa se defender ou afastar de mim.
– Ei, calma. É apenas uma brincadeira. Paz por hoje?
– Depende.
– Uhm? Não entendi. Depende do que?
– Quão simpático e não irritante você pode ter.
– Posso ser um querido.
– E... de quão bem você sabe dançar. (e abriu um longo e largo sorriso)
Ela me convidou pra dançar. Eu gosto dela. Então a puxei pra pista.
– Descubra.
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Caroline
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Eu acabei de tira-lo pra dançar? OMFG, o que eu estava fazendo?