Caroline:
Eu dei a mão para Michael e saí de perto do Justin, não podia estar no mesmo espaço que ele. Precisava de ar puro, dançar... E não queria perder minha festa ali. Na verdade, não posso me aproximar e acabar caindo em qualquer de suas explicações fajutas.
Assim fui para a pista com Michael e conversamos sobre tudo, como é fácil conversar com ele. Michael é um fofo, do tipo que toda garota quer, que manda flores, se apaixona de verdade, tem uma música com a garota e ainda a acha a coisa mais perfeita do universo. Eu adoraria ter alguém assim por perto.
– Então, o que te trouxe aqui, Caroline?
Contra todas as regras do jogo, decidi contar para ele o que me levava até aquele lugar.
– Digamos que você tenha que levar esse segredo até a morte. Sou uma infiltrada, para ver como essas festas acontecem.
– E Timbaland sabe disso?
– Você por acaso sabe o significado de ‘infiltrada’? É claro que ele não sabe. Mas e você, já descobrimos que aqui não é sua terra prometida, o que te fez vir aqui essa noite.
– Digamos que sou um dos melhores amigos de Justin. E de George. Somos todos sócios em uma linha de roupas, além disso, cuido da publicidade da carreira musical do mr. Timberlake.
– Ah ótimo, mais um do círculo social dele! Já não basta a vizinhança?
– São vizinhos?
– Surpresa!
– O destino é mesmo um engraçadinho!
Ambos rimos e assim seguíamos conversando, estava me divertido tanto em sua companhia. Enquanto isso observava todos os detalhes da festa, muita gente se agarrando, dançando loucamente. Garotas rebolando e indo em direção aos caras, como se fosse a coisa mais normal do mundo, era uma loucura! Ninguém parecia se importar com nada além daquele momento, eu era uma dessas pessoas até pouco tempo.
– Ainda impressionada?
– Na verdade não sei como essas meninas conseguem, já quase morri para entrar fingindo que não tinha errado a porta.
– Você errou a porta?
– Então fingi bem. Na verdade eu não era uma contratada de Timbaland para entrar pela escada principal, antes de todas as outras.
– E acha que isso é simples? 90% das pessoas teriam voltado.
– 90% das pessoas que eu conhecia antes de chegar aqui.
Michael riu, achando minha negação muitíssimo interessante. Continuamos conversando e eu seguia observando a festa. E Justin, que por sinal permanecia sentado sozinho bebendo. A noite passava, algumas garotas iam para perto dele, se afastavam e ele continuava bebendo. Dancei até cansar e me diverti muito, mas em nenhum momento tinha sido tão legal quanto quando estava em seus braços. Peguei uma última bebida e decidi que era hora de dar tchau.
– Quer que eu a leve pra casa?
– Não, obrigada. Eu vou de táxi.
– Tem certeza? Vai ser um prazer poder compensar sua companhia, essa festa teria sido muito entediante. Deixa eu te levar para casa, Carol?
– Carol?
Ele sorriu. Michael era tão meigo e fofo. (Ok, eu sei que meninos não gostam de ser chamados assim, mas é verdade). Tem olhos azuis escuros, o cabelo nem louro nem castanho, em cachinhos bagunçados, estava com uma camisa azul clara, uma calça jeans escura, e um suéter.
– Ok, mas só porque foi minha primeira vez.
Gargalhou lembrando da piadinha sobre eu ser virgem de festa e se aproximou, me dando um selinho. Me afastei rapidamente e o encarei, com cara de idiota esperando por uma explicação.
– É beijo de amigo.
Ah claro, beijo de amigo. Mas Michael tinha um sorriso tão infantil que acabei rindo com ele. Me ofereceu seu braço e quando ia pegá-lo, Justin, com as pernas meio fora de rota, surge.
– O que está fazendo com a minha garota?
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Justin:
Desde que Caroline escolheu ficar com Michael os dois não se soltaram mais. Dá um tempo, seu pegajoso. Os dois riam e se divertiam, enquanto estava sentado observando. Não, não estava nada certo!
Sentia que estava um pouco bêbado, mas foda-se, no momento não tinha mais nada que eu pudesse ou quisesse fazer.
ELE ACABOU DE BEIJÁ-LA? AH NÃO, ACABOU A BRINCADEIRA.
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Caroline:
– Antes de qualquer coisa, eu não sou sua garota. Uma dessa aí que está dançando com qualquer um deve ser.
Ele tentou dar um soco em Michael, mas estava tão bêbado que jamais acertaria, era mais fácil ele conseguir lamber o cotovelo.
Michael, todo fofo, tentou acalmá-lo.
– Cara, você tá bêbado. Deixa eu te levar pra casa.
– Eu, não vou com você a lugar nenhum, não vem se fazendo de amiguinho. Você está levando ela pra sua casa, com esse jeitinho de tonto que você tem pra depois se aproveitar dela.
– Eu não sou você sabia? (Michael parecia realmente ofendido)
– Ei, quem sabe vocês dois param de falar como se eu não estivesse aqui? E quem você pensa que é? O galinha que não consegue ficar dois minutos sem uma mulher é você, não Michael e muito menos eu.
– Vamos. (Michael me puxou)
Justin, mais uma vez, tentou nos empurrar para lados opostos. Nesse momento muitas pessoas já olhavam pra nós.
Michael dessa vez não foi fofo. Partiu pra cima de Justin. Eles não eram melhores amigos? Eu, automaticamente, me enfiei entre os dois e acabei tomando um soco de raspão. Doeu, mas pelo menos os dois pararam.
– Vocês ficaram loucos? Justin, pra casa, agora! E Michael, foi um prazer conhecê-lo.
Justin disse:
– Eu vou te levar pra casa?
– Não, mesmo eu sendo uma idiota, ainda tenho amor a minha vida. Eu vou te levar pra casa.
–Eu posso...
– Espero que a palavra seguinte não seja dirigir.
Justin riu, com o olhar tentando focalizar em mim e então me abraço. Era tão pesado para eu carregar. E, tendo-o tão perto de mim conseguia sentir o perfume dele, que antes estava tão grudado em mim, misturado com o cheiro forte de álcool.
Era um ordinário. Eu devia deixá-lo em uma sarjeta e roubar o dinheiro, o carro e o iPhone dele. Mas no fundo não podia. Ele estava seguro comigo embora eu não pudesse dizer a mesma coisa em relação a minha segurança com ele.
