Caroline:
Depois de virarem vinho no meu tapete e conversar sobre diversas coisas sem sentido, sentia que as coisas estavam começando a melhorar entre nós, então o coloquei no banho. Assim, de repente conseguiria tirar um pouco do porre e conhecer qual de todas as personalidades dele que conheci até agora é a verdadeira, caso contrário, sempre poderia convidá-lo para um passeio de pára-quedas sem o pára-quedas.
Tirei sua camisa, colete e chapéu e o empurrei para baixo do chuveiro, enquanto observava pela milésima vez como ele era bonito ele me puxou. Pro chuveiro. Gelado. OMFG!
“Eu vou te matar Justin, prometo!”
Ele riu e me puxou para mais perto. Entrei em choque, como geralmente acontece quando passamos por essas situações e fico tão próxima dele (no elevador, na parede da casa dele, na festa). A única coisa que mudava dessa vez é que de repente eu não quisesse mais fugir. Ok, não sei quase nada dele, ele nem meu nome sabe. Mesmo assim não consigo disfarçar que quero esse momento. De verdade. Os segundos foram passando e ele viu que talvez dessa vez eu não fosse chutá-lo, ou correr dali, enlaçou as mãos em meus cabelos e começou um beijo leve (provavelmente testando se eu não teria outro surto psicótico). Retribuí e o puxei para mais perto, esperava por esse beijo há dias. Suas mãos me seguravam firme, passeando pelas minhas costas, nuca, pernas. Já as minhas percorriam seus braços, peitos e pescoço. Parecia que nenhum outro momento me pertencia tanto quanto esse.
‘Valeu a espera, hum?’
– Só isso?
Justin sorriu e, puxando meus lábios, disse:
– Exigente. Bom, isso é apenas o começo.
Continuamos ali por mais algum tempo até que a campainha tocou. Deveria ser alguma coisa urgente, pois não conhecia muitas pessoas em NY que poderiam vir me visitar a essa hora. Mordi levemente seus lábios e, infelizmente, me soltei dele.
– Ah! Não atenda.
– Tenho que atender, pode ser importante.
– Duvido que alguma coisa seja mais importante do que o que estamos fazendo agora, não vá!
Realmente ele tinha razão. Eu não estava nem ligando para quem estivesse aqui, que voltasse outra hora. Corri de volta para os seus braços, mas a campainha continuava tocando e isso não era nada, nada romântico. Aliás, estava começando a se tornar irritante.
– Ai inferno! ESTOU INDO!
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Justin:
Pela primeira vez desde que nos conhecemos, quando me aproximei ela não fugiu, nem tentou se esquivar. Era o sinal que eu precisava, comecei beijando-a de forma leve (qualquer passo em falso podia estragar tudo). Ela não estava pensando da mesma forma e em segundos estávamos em um beijo forte, com a mesma vontade, sem nenhuma dúvida. Era o beijo pelo qual eu estava esperando há bastante tempo (antes mesmo de conhecê-la). E agora não queria mais parar.
A campainha tocava incessantemente, o que cortava um pouco do clima, da segunda vez que se separou de mim, só queria que voltasse rápido. Quando saiu do chuveiro, pegou meu chapéu do chão e colocou:
– Eu sempre quis um chapéu como esse. Fica bom?
Ela estava linda!
– Muito sexy. Realmente eles ficam melhor em você...
Então quando ela saiu pensei que devia ir atrás. A porta estava se abrindo, então apareci por trás dela, antes mesmo de ver quem estava do outro lado, disse:
– Caso não seja uma urgência, podemos deixar o assunto pra amanhã. Estamos muito ocupados.
Sorri. Ela sorriu, me batendo. A porta se abre por completo. O sorriso some. Jess.
Nós dois falamos ao mesmo tempo “Jess?”.
Merda!
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Jess:
Em dias normais a primeira coisa que Justin faria seria tentar se redimir pelo que quase fez no elevador, com aquela vadia. Hoje, pelo contrário, foi para a festa sem mim e nem tentou consertar nada. Muito esquisito.
Fui para seu apartamento, liguei para Timbaland e ninguém sabe onde ele está. Onde Justin pode ter se metido? Depois de ser muito legal com o porteiro descobri onde a tal garota mora. Toco a campainha repetidas vezes e ninguém atende. Será que acordei a coitada da garota?
Ouço ruídos. Acho que ela está vindo abrir a porta. Finalmente.
Então uma voz que estou cansada de conhecer diz, antes da porta se abrir por completo: "Caso não seja uma urgência, podemos deixar o assunto pra amanhã. Estamos muito ocupados."
Ordinário. Não acredito.
Quando a porta se abre vejo os dois sorrindo, ela com uma camisola rosa curta toda molhada e o chapéu dele. Ele, sem camisa, igualmente encharcado, agarrado na cintura dela.
Eu realmente não merecia isso.
Os dois me olham com cara de pânico: "Jess?"
Exatamente. A própria.
