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 LoveStoned || Capítulo 31

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AutorMensagem
MarcieGottschalk

MarcieGottschalk


Idade : 30
Cidade : Charqueadas

LoveStoned || Capítulo 31 Empty
MensagemAssunto: LoveStoned || Capítulo 31   LoveStoned || Capítulo 31 Empty11.08.13 23:25

  Caroline:
 
            Meu rosto estava queimando, nunca mais iria pisar naquele restaurante, nessa rua, se possível. A ainda consigo ver a expressão do dono do restaurante quando nos encontrou, parecia que ia explodir de tão bravo. Estou molhada e suja, preciso ir para casa. Atravesso a rua e percebo que esse é um ótimo momento para relembrar que não sei onde estou e dependo daqueles dois para voltar.
 
            Ao olhar para a porta, avisto Justin encharcado, com a camisa aberta e um sorriso ordinário de quem tinha parado de gargalhar há segundos, correndo em minha direção. É interrompido por um carro e dentro dele está ela. Jess. O sorriso dele some.    P o r r a, como eu tinha esquecido de Jess? Já podia me preparar para ser chamada de vadia estragadora de relacionamentos. Respirei fundo. Talvez eu fosse uma vadia estragadora de relacionamentos mesmo.
 
            Ao contrário do barraco que eu estava esperando, eles trocaram algumas palavras, ela tentou pegar a mão dele, ele recuou e parecia furioso, como se uma tempestade tivesse tomado conta de seu rosto, que geralmente parecia tão tranquilo. Não era para Jess parecer ofendida, visto que o namorado é um cachorro? O carro partiu e, ao olhar para mim, que estava sentada na calçada, para ouvir melhor, sorriu. Era como se a tempestade tivesse sumido.
 
            – O que você está fazendo aí?
 
            – Não estou falando com você, ainda estou esperando minha dignidade voltar, aí talvez eu consiga.
 
            – Little L, não fique assim, foi tudo uma brincadeira.
 
            – Eu sei, ri muito. Você não viu?
 
            Justin sentou ao meu lado e passou a mão em meu rosto.
 
            – Não, não vem com mãozinha no rosto que eu não vou te beijar. Não mesmo.
 
            – Você é inacreditável, eu não falei em beijar...
 
            – Nós dois sabemos que esse é o próximo passo. E depois estamos colocando fogo na Estátua da Liberdade e sendo presos pela CIA. Mas não mais!
 
            Ele sorriu e passou a mão em meu rosto novamente.
 
            – Não venha com esse papo de não mais, eu sei, você sabe. De um jeito ou de outro o destino vai te colocar na minha porta.
 
            – Você está me chamando de fácil?
 
            – Por que você sempre tem que pensar o pior das coisas que eu digo?
 
            – Porque eu preciso estar preparada.
 
            – Para o pior?
 
            – Para você.
 
            Justin silenciou por um momento.
 
            – Não é só você que precisa se preparar, você acha que eu sei o que esperar sendo que em momento estamos super bem, em outro estamos brigando? Desde que eu te conheci não existiu uma manhã que eu saiba se posso te beijar ou dar bom dia ao te encontrar no elevador. Hoje mesmo, você dormiu no meu apartamento, acordei e você tinha sumido. Sabe em quantas teorias de coisas que eu podia ter feito errado dormindo eu pensei? Umas 12.
 
            O clima estava tenso, Justin me encarava com seus olhos gigantes e a última frase tinha sido tão meiga que metade do meu coração derreteu.
 
            – Você realmente tem uma habilidade de se fazer de bom garoto, mesmo não sendo. Talvez a gente tenha que ser assim, se v... Esquece.
 
            Justin se aproximou.
 
            – Estou esperando.
 
            – Eu deveria me importar? (ele continuou me encarando, para de me encarar com esse rosto lindo, PARA) Ok, mas só porque eu sou uma garota muito legal, talvez, se as coisas fossem normais entre nós não estaríamos aqui. Romance tranquilo é um saco.
 
            – Não poderia concordar mais, mas, em alguns desses momentos tumultuados, não deixo de pensar que a vida seria mais fácil se morássemos no elevador.
 
            – Ah, isso sem dúvidas.
 
            Já estávamos a centímetros de distância, ele acariciava meus lábios, mordi sua mão.
 
            – Eu já disse para tirar essa mãozinha cheia de dedos do meu rosto.
 
            Justin gargalhou.
 
            – Selvagem! Eu gosto.
 
            Mais uma vez ele se aproximava, já tinha usado todas as minhas armas de defesa, não iria mais resistir.
 
            – Vocês não se largam? Já não chega de espetáculo do amor por hoje?
 
            Trace nos encarava, com expressão divertida. Justin levantou e me estendeu a mão. Fingi que ia levantar sozinha, ele me encarou. Sorri e então a segurei.
 
            – Você percebeu que está bem menos suja do que eu?
 
            – Isso é pra você ver quem é que manda.
 
            Suas sobrancelhas arquearam e ele mordeu o lábio com expressão de ‘isso é o que nós vamos ver’. Ao chegarmos ao carro, senti um puxão e meus pés saíram do chão. Justin me abraçou apertado e, literalmente, esfregou seus resíduos da nossa brincadeira culinária em mim. Gritei, mas seu riso era alto, as pessoas na calçada paravam para ver, então tive um ataque de risos. Alguns segundos depois, me colocou no chão.
 
            – Isso é pra você ver quem é que manda.
 
            – OMFG, você é louco!
 
            Finalmente entramos no carro, decidimos que iríamos para casa, não tinha jeito de voltar para a WR do jeito que estávamos. Quando chegarmos ao condomínio, Gabreel, que estava na calçada fumando seu cigarro do dia, nos encarou e começou a rir. Nos olhamos no vidro da portaria e a cena era realmente engraçada, meus cabelos estavam molhados, nossas roupas, que antes deveriam aparentar classe, estavam manchadas de tomate e molho. Justin estava com a camisa aberta, eu carregava os sapatos na mão, parecia cena de filme. Alguns vizinhos que estavam saindo do prédio nos encaravam, um dos moradores até parou para nos ver. Que esquisito.
 
            – Aquele cara acabou de parar pra nos ver.
 
            – Bem vinda ao meu mundo.
 
            – Você não vai voltar pra sua casa não?
 
            – É provável que não, na verdade, acho que vou me mudar.
 
            – Como assim se mudar? Sua casa é PERFEITA. Pelo menos é o que mostram as fotos na internet.
 
            – Alerta de psicopata soando.
 
            – Alerta de uma garota que tinha tempo livre.
 
            – Ao vivo é bem mais legal do que nas fotos, caso você queria ver.
 
            – Um dia desses, quem sabe.
 
            – Hoje.
 
            – Na verdade, hoje eu não posso. Tenho que trabalhar. Escrever tudo o que aconteceu durante a reunião, a mudança e tudo que vai ser refeito em uma semana. Ainda preciso ouvir a reunião novamente e lembrar de como chegamos naquele papo de branco e preto.
 
            – Você não pretende ir com Michael, não é?
 
            – Preciso analisar minhas opções, ver quem combina mais comigo vestida de dama da sociedade de gala.
 
            – Little L., você precisa entender, de uma vez por todas, quem combina com você, em qualquer das sociedades, sou eu.
 
            – Seria muito ruim para nossa imagem se eu te beijasse agora?
 
            – Foda-se nossa imagem, vem cá.
 
            Justin me pegou pela cintura, me tirando do chão mais uma vez e me beijou.
 
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Justin:
 
            Meu dia de trabalho, que deveria ter sido maçante com toda essa mudança de tema tinha sido divertido, Caroline, mais uma vez, tinha transformado tudo em um divertido caos. Aos poucos, ela conquistava um espaço em mim e isso era estranho. Bom, mas estranho.
 
            Depois de tomar um banho e comer, pensei em tudo o que aconteceu comigo nessa última semana. É incrível como tudo mudou em tão pouco tempo. Minha vida, minhas percepções, meu centro. Dizem que o pra sempre, sempre acaba. E, parando para pensar, é a mais pura verdade. Então o certo é aproveitar o que puder ao lado de Caroline, sem me importar com a fugacidade que nosso ‘relacionamento’ transparece? Ou estou me precipitando por ela parecer tão surpreendente? Então seus olhos verdes e nosso dia de hoje voltam e percebo que, independente de quanto tempo isso vá durar, preciso dela.
            Preciso tentar organizar meus pensamentos e minhas vontades e isso só uma boa corrida no parque pode resolver.
 
______________________________________________________________________
 
Caroline:
 
            Cheguei em meu apartamento e estava exausta. Tudo isso, antes de ser noite. Depois de tomar um bom banho e tirar todos os resíduos alimentícios do corpo, coloquei um vestido fresquinho e fui cozinhar. Tinha passado o dia inteiro sem comer nada, precisava me alimentar direito, mesmo que ultimamente essa tarefa tenha sido impossível.
 
            Fiz um macarrão com molho de tomate e queijo. Ao sentar no sofá, o silêncio em meu apartamento foi inquietante. Liguei o rádio a todo volume, já era noite, então abri uma garrafa de vinho e comecei a escrever o primeiro dia de trabalho na WR. O telefone toca.
 
            – Alô. Pai? Como você está?
 
            – Tudo bem e você?
 
            – Também, um pouco ocupada, a vida em NY não para.
 
            – Alguém em especial está te ocupando?
 
            – Na verdade, apenas trabalho. Não tenho tido tempo nem de comer direito, mas tenho ADORADO cada segundo.
 
            – Uhum.
 
            –  Pai, por que você me ligou? Aconteceu alguma coisa? Você está bêbado?
 
            – Bêbado, Caroline? Isso é jeito de falar comigo?
 
            – Só fiquei preocupada, você disse que NUNCA mais iria ligar.
 
            – Na verdade, eu queria perguntar uma coisa.
 
            – Estou ouvindo.
 
           – Esse seu novo trabalho é...
 
            – Sou redatora em uma revista.
 
            – É nisso que você quer que eu acredite?
 
            – Depois não sabe porque eu pergunto se você está bêbado! Como assim, pai?
 
            – Eu não sei como perguntar isso a você, minha filha. Lá vai: você está trabalhando como acompanhante?
 
            – O QUÊ?
 
            Como assim acompanhante? Deve ser brincadeira.
 
            – Você sabe que eu tenho amigos em NY. Um deles te viu, saindo de um carro elegante, com um ricaço, molhada, suja e carregando os sapatos.
 
            – Eu não acredito que estou ouvindo isso. Se era para ligar por isso, preferia que continuasse fingindo que não é mais meu pai. Sabe que, por um simples momento, eu cheguei a pensar que você tinha ligado para pedir desculpas, ou para saber se eu estava me alimentando, como qualquer pai normal. Como eu sou idiota! Você continua sendo o mesmo, deixando com que minha mãe consuma sua vida dia após dia! Ela já morreu, p o r r a!
 
            – Carol...
 
            –Não, hoje quem não quer falar com você sou eu. Adeus.
 
            Sem ao menos perceber já estava chorando. Como era possível que meu pai depois de todos esses anos ainda não tivesse percebido que eu não era minha mãe? Nós sempre fomos tão próximos, desde a infância sempre fomos melhores amigos, mas, do último ano para cá, principalmente depois de dividir meus planos de ir para NY com ele, nossa convivência se tornou uma tarefa impossível. Agora, me ligar e perguntar se a filha é prostituta de luxo já é um pouco demais. E que droga de amigo é esse que me conhece tão bem? Estava soluçando de tanto chorar, me senti inquieta e presa naquele apartamento.
 
            Saí correndo e, ao chegar à calçada, bati em alguém.
 
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                                                           Michael:
 
            Depois de ligar para o escritório do Trace umas quinhentas vezes e eles não estarem lá, comecei a pensar onde Caroline poderia estar. Será que é muito difícil atender a um telefone? Estou preocupado. Se tratando de Caroline, pode ter acontecido qualquer coisa. Já que estou no caminho,  mentira, não custa nada fazer uma visitinha.
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