Justin
:
Eu acabara de deitar em seu colo e ela tentava desenhava coisas em meu cabelo.
– Vamos brincar de uma coisa? Eu escrevo palavras em seu cabelo e você tem que adivinhar...
– Como assim?
– Assim (então começou a traçar um J em meu cabelo, seguido de USTIN, falando cada letra que desenhava).
– Ok, mas quero palavras difíceis.
Ficamos por um bom tempo brincando disso e quando errava, ela geralmente me batia.
– Realmente achei que você fosse mais inteligente.
– Você acha muitas coisas sobre mim...
– Algum problema?
– Não. Eu também imagino muitas coisas sobre você...
– E até agora tem acertado muito?
– Praticamente nada. O que de certa forma é bom.
Ela sorriu e continuou brincando com meus cabelos. Não queria que aquele elevador voltasse a funcionar por horas...
– Mas então, por que você se sentiu a outra?
– Ora porquê! Você tem uma namorada. Nos beijamos. Acho que você é um safado que faz isso com todas. Descubro que não... O que mais eu poderia pensar?
– Pensando por esse lado você até que tem um pouquinho de razão...
– Um poququinho... Sei lá, Justin, todo mundo, em todo lugar, diz que você é safado, pegador e essas coisas... Daquele tipo de te jogo na parede, te chamo de lagartixa.
Quando terminou de falar, fez uma careta e caiu na gargalhada. Eu não consegui me conter. Te jogo na parede e te chamo de lagartixa? Quem é que usa uma expressão dessas?
– Lagartixa, sem comentários. Nem tudo que a mídia diz é verdade, algumas partes são, outras não.
– Desculpe. Não sei de onde eu tiro essas coisas, mas foco! É mentira? É verdade? Você é ou não é o mestre da safadeza?
– Ah, agora estamos falando em outras coisas... De acordo com quem?
– Com o que nós meros mortais sabemos sobre você.
– Mentira. A maior parte do que sai nessas revistas é mentira.
– Droga! Perdeu o encanto agora.
– Eu tinha encanto?
– Sim, os cafajestes costumam ser preferência das meninas, se você não sabe.
– Cafajestes... Anotado. Então, quer dizer que gosta de que te joguem na parede?
Ela corou levemente e, me encarando com um sorriso no rosto, disse:
– Isso depende.
E riu.
– Depende de como, quando, com quem. Eu sei de tudo isso. Mas, só pra deixar claro, nós não tivemos o tempo necessário para chegar até onde eu gostaria de ir.
– Quem muito fala...
– É sério. Você tem noção de quão difícil é saber o que você está pensando? A qualquer momento podia me chutar e sair correndo.
– Ótimo. Então posso te contar uma coisa, mesmo que isso não sirva de nada agora?
– Claro.
– Aquela noite, eu não iria fugir.
Ela não iria fugir? Ah, que ótimo ficar sabendo disso só agora!!
– Que ótimo! Obrigado destino. Se bem que se não fosse o destino, hoje nós não estaríamos aqui trancados.
– É, e se não estivéssemos trancados, não iríamos nos falar nunca mais.
– Nunca mais é muito forte... mas, mesmo que você não quisesse, eu não iria desistir tão fácil.
– Psicopata quase nada...
– Sobre ontem, de verdade, eu não queria te magoar, ou fazer você se sentir mal e enganada e tudo mais, mas precisava te beijar.
– Precisava. Bonito isso, já está tudo bem. Pelo menos comigo. E Jess? Já te perdoou?
– Na verdade, nem falei com ela ainda. Não sei o que dizer, não tem desculpa, mas também não quero me desculpar. Não estou me entendendo.
Na verdade, eu não queria admitir, mas eu estava me entendendo perfeitamente bem. Desde que conheci essa garota, só consigo pensar nela e no que fazer para que momentos como agora se prolonguem ao máximo. Até antes de tudo isso acontecer, eu era o cara mais seguro. As mulheres podiam ser as mais lindas, se aproximavam e eu não me importava, pois eu tinha a minha namorada. E agora eu não estava nem me importando, só queria estar ali.
– Como assim, não quer se desculpar? Até comigo, que você conhece há dois ou três dias, teve preocupação e o chapeuzinho fofo com bilhete. Ela é tua namorada.
– Só você pra defender a minha namorada depois de tudo o que aconteceu.
– Eu tenho ética, se fosse eu no lugar dela, não gostaria que me fizessem de idiota.
– Ah, já pensou em ser minha namorada?
– Logo após ter sido atropelada, quando estava alucinando em um hospital.
– Então já pensou?
– Ah, grande coisa.
– Já pensou. Lalala.
Ela puxou a minha orelha.
– Infantil.
– Oh adulta, me desculpe.
Ela riu.
– Posso te pedir um favor?
– Mal estamos conversando e já quer favores... O que você quer?
Me levantei, cheguei perto de seu ouvido: “Será que eu já sou digno de saber seu nome?”
Ela levantou os ombros, como quem se arrepia.
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Caroline
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Ele veio se aproximando. Chegou bem pertinho do meu ouvido e disse “Será que já sou digno de saber seu nome?”. No exato instante, me arrepiei. A zona perto do meu pescoço sempre foi um ponto fraco, agora ter um Justin Timberlake bem ali era covardia. Queria puxar, abraçar, beijar, amar...
Mas não fiz. O encarei e pronunciei o segredo:
– Caroline!
Justin sorriu, se aproximando mais. E a única coisa que eu queria, mesmo sabendo que iria repetir o erro, era que ele me segurasse forte e me beijasse.
