Na frente e sorrindo, ia saltitando a menina de cabelos encaracolados, castanhos, olhos grandes, de corpinho pequeno e um vestido de quadrilha bastante surrado, atrás dela a mesma menina vinham mais devagar e triste, com um vestido cor de rosa e um pouco mais bem tratada. A da frente se chama Marina a de trás, Mariana e elas são irmãs, como pode se ver, gêmeas. Mariana fecha a cara e olha para sua irmã!
-Vamu logo sua lerdeza! As duas subiam um pequeno morro, indo em direção a uma casa de madeira no meio de um pasto.
-Mari, você pensa na mãe? Questionava Mariana para sua irmã. Marina parava e voltava atrás dando um tapa na cara de sua irmã.
-Sua tonta, a Amélia já mando pra não fala mais de mainha! Mariana alisa o próprio rosto marcado pelo tapa enquanto balança a cabeça como se tivesse entendido o recado. As duas seguem em direção ao barracão.
-Num gosto desse lugar, o que a gente vai faze lá Mari? Marina seguia mais rápido na frente da irmã. Já Mariana parecia assustada, como sempre.
-Oxe! Cê vai vê quando oce chegar! Mariana com os passos mais curtos chegava depois da irmã, o lugar parecia abandonado há algum tempo já, mas tinha sinais de que pessoas visitavam o local com frequência... Roupas e algumas Toalhas sujas espalhadas, alimentos apodrecidos largados... Mariana chamava baixinho pela irmã, tentando encontra-la no meio daquele barracão escuro onde a luz entrava fraca por algumas frestas... Tão logo Marina assustava sua irmã empurrando-a no meio de uma montanha de lixo, Mariana mesmo chateada parecia acostumada com aquele tipo de tratamento da irmã, apenas se levantando e batendo no vestido rosa para tirar a sujeira, mas acabava sujando-o ainda mais com cinzas de carvão.
-Ai ai sua burra, oce num aprende nada cá Amélia né? -Cê acha mermo qui aquela muié vorta pra te buscar?
-Num sei! Marina rodopia de braços abertos no meio daquele barraco rindo.
-As vezis eu venho aqui... -A Amélia as vezis manda eu trazer uns homi pra cá. -Oia o que eu trazi pra nois duas! Marina pega uma sacolinha de plástico, que estava bem amarrada, escondida atrás de umas madeiras. Ela arrebenta a sacolinha e tira uma garrafa de refrigerante e duas fatias de bolo. Mariana sorri para a irmã. Marina estraçalha um pedaço do bolo que parece ser de fubá e dá algumas migalhas para Mariana.
-É pa cume sua da puta! Mariana não se faz de rogada e come com voracidade.
-Donde você pego isso? Marina comendo um pedaço maior dá uma larga risada.
-Eu robei daquela vaca da Dona Erminía... Coloquei coco im cima do bolo e robei o resto!
Marina ri muito da situação enquanto devora sua parte que era obviamente muito maior. Mariana por sua vez dá um sorriso encabulado enquanto se deliciava com os farelos que lhe restava. Mariana encabulada perguntava.
-A genti já vai vorta? Marina abria o refrigerante que já estava sem gás... Ela estendia o braço oferecendo o primeiro gole para a irmã.
-Oce acha qui aquela muié vai vorta pa ti pega? Mariana balançava a cabeça positivamente acreditando piamente na promessa de Teresa. Muita esperança naqueles olhinhos sofridos. Ela aceitava o refrigerante e tomava um gole a fim de que o bolo de fubá descesse melhor, em seguida ela devolvia para a irmã.
-Podi toma sua da puta, ta sem gás, num gosto! Mariana sorria para a irmã e então tomava o restante do refrigerante. Marina porém olhava sua irmã com um olhar de predadora, uma cobrinha prestes a dar o bote.
-Eu visti todo aquele montão de roupa que ela trouxe procê... Tudo muito lindo! Mariana parecia feliz, balançando a cabeça.
-Que umas procê? Marina se deita entre jornais e papelão velho, ela olha para o alto, vendo as tábuas e a luz que atravessava os vãos, sorrindo.
-Amélia mando eu fica com tudo. -E eu vo ficar com tudo!
Marina sorria enquanto encarava Mariana, que arregalava os olhos sem dizer uma palavra e então um barulho vinha de dentro do Barracão e logo o silencio se instaurava!
...
Passado alguns bons minutos, Mariana saia sozinha do barracão e trancava a porta com uma corrente, passando um cadeado nela, Mariana parecia visivelmente nervosa. Ela descia o barranco um pouco assustada, indo em direção a Taquarana, usando o vestido rosa que ela tanto gostou. Por vezes ela olhava para trás... Mas Marina, sua irmã, não dava sinal de vida, permanecendo trancada dentro do barracão!
Desculpa novamente galera! Mas é que quase perdi todo o material da Novela [além de outros documentos], o HD do meu Computador deu defeito mas por sorte consegui recuperar alguns arquivos, porém todos alfanuméricos e no meio de centenas tive que caçar as Partes da Novela! Perdi alguns capítulos, mas nada que modifique a trama!