CAPÍTULO 25: Clarice segurava sua filhinha no colo amamentando-a logo pela manhã, com uma mamadeira minúscula... A menina parecia sumir em seu colo de tão pequenininha e frágil que era. Branquinha, cabeluda... Olhinhos fechados e se espreguiçava toda enquanto a enfermeira a pegava do colo de Clarice, voltando com a bebê de volta para a incubadora. Clarice sorria para a enfermeira agradecendo-a com um olhar, logo uma outra enfermeira entrava no local olhando para Clarice.
-Mãe, telefone para você. Clarice olhava meio assustada, quem poderia ligar para ela? Ana, sua mãe nunca foi de usar o telefone do serviço pra ficar ligando sem motivo. O Vinicius certamente neste horário está na escola. E poucas pessoas tinham o numero daqui. Gustavo? Clarice imaginava se aquele homem teve finalmente coragem de aparecer depois de dias após ter feito tudo o que fez. Clarice segue a enfermeira até a recepção e atende o telefone, surpreendida de quem se tratava.
-Teresa?! -...! -Sim, estou bem e você? -Como... Como sabia que eu estava...? -...! -Ah, claro, minha mãe, sempre a Dna.Ana! -Não, não! Nenhum problema. -Só achei estranho, porque eles aqui do hospital, não tem o costume de fazer isso. -...! -...! -É, claro, os famosos Chiveras... -Quem se atreveria a negar alguma coisa aos Chiveras? -...! -Desculpa, eu não queria ser indelicada! -...! -É uma menina mesmo! -Linda! -Viviane... Eu tinha que colocar este nome, representa vida para mim! -...! -É! -Pensei que quando este dia chegasse, você estaria aqui comigo! -Lembra, era a nossa promessa? -...! -...! -Como assim? -Como assim eu não vou cumprir minha parte da promessa também?! -...! -...! -...! -Você? Adotar?! -Sério?! -...! -...! -É claro que você merece! -Você sempre mereceu! -É claro que eu apoio, você sabe disso! -Eu sempre te falei isso, o importante é dar amor e olhar para a criança como se fosse sua filha... -E é um filho de verdade! -...! -...! -...! -Eu só posso te dar parabéns... -...! -Teresa... -Pelo amor de Deus Teresa, você nunca deixou de ser minha amiga, nunca! -Você sabe que eu sempre estive e sempre estarei do seu lado para o que der e vier! -Tá! -Tá bom! -Não se preocupe, quando você voltar, a gente vai ter muito o que conversar... -Tchau, beijos! -Se cuida!
Clarice desligava o telefone com uma felicidade no olhar que estava lhe faltando até agora. Ela junta as mãos sorrindo muito.
-Amém meu Deus! -Amém!
...
Já em Maceió, Teresa desligava o telefone suspirando como se tivesse tirado um peso da consciência. Ela já estava vestida pronta para sair. Mas ainda tinha mais um telefonema para fazer. Ela discava os números e a cada numero discado seu coração palpitava mais forte. Ela esperava ser atendida não mais do que Três toques e somente no quarto toque uma jovem a atendeu...
-Alô, o Dr.Cezar por favor! -...! -Avise a ele que é Teresa, Teresa Chivera! Não demorou um minuto e Cezar atendia do outro lado da linha. Apesar de Teresa não estar muito disposta a falar de negócios, ela não tinha como escapar deste assunto.
-Bom dia Cézar, como estão as coisas ai em São Paulo? -...! -...! -...! -...! -É, eu deveria terte ligado antes, mas sei que você esta tomando as melhores decisões, como sempre. -Ignore o Mauricio, ele não vai ter coragem de abrir um processo de verdade contra nós... -A Kagi é o coração dele também... Ele ajudou o Ricardo a erguer essa empresa! -Só por que ele quer a presidência, não significa que ele a terá, ele não vai destruir uma empresa que ele mesmo ajudou a construir. -...! -...! -Ele sabe Cezar! -Ele sabe que a Kagi não sobreviveria sem a Couvenant. -Com certeza deve ser a mulher dele colocando caraminholas na cabeça do coitado. -Mas eu te liguei pra falar daquele outro assunto! -...! -É, exatamente. -Sobre o processo de adoção. -...! -...! -Quanto tempo? -...! -Eu não tenho este tempo Cezar. -...! -"Desesperada"? Eu?! -Se você estivesse visto o que eu vi, e o que eu descobri, você também estaria desesperado! -...! -Não, eu não vou esperar... -Por isto estou te ligando, preciso que me faça algo sem perguntas. -E por mais que você tenha noção do que eu pretendo fazer, por favor, não me questione. -Não hoje! -...! -...! -Sim, é dinheiro! -...! -Cinquenta Mil Dólares!
Laura ouvia toda a conversa e como de costume, escondida. Ela abria a boca surpreendida pela quantia exorbitante de dinheiro que envolvia aquela menina de rua.
-Você consegue colocar esta quantia convertida na minha conta ainda hoje? -...! -É, preciso pra ontem na verdade! -...! -...! -Como você mesmo disse, isso sim se chama desespero Cezar! -Espero sinceramente que um dia você nunca precise passar por isto! -Tá, vou esperar até o fim do horário bancário na própria agencia. -Qualquer coisa eu te ligo de lá! -Obrigada, muito obrigada mesmo!
Teresa desligava o telefone e trespassava um lenço de seda sobre a cabeça colocando um óculos escuro.
-Laura? -Laura, estou de saída! Laura esperava um pouco e saia de seu “esconderijo”.
-Está bem, mas tem certeza que...
-Não meu bem, você já fez muito. -Me fez ter foco! -Agora é comigo... Vou resolver isto como deve ser. Laura balançava a cabeça meio decepcionada por não poder participar além do que já participou e então lança sua cartada final.
-Eu pedi pro Everaldo vir aqui hoje no mesmo horário de ontem, não sei se fiz bem! -A senhora estava tão transtornado que eu...
-Ótimo! Parabenizava Teresa por Laura ter feito o que ela não tinha pensado.
-O Everaldo! -Pede pra ele me esperar lá no saguão, fala para ele que... -...!
-Ainda vai precisar dos serviços discretos que ele presta? Teresa olhava para Laura irritada por ela ter razão, a discrição de Everaldo a impediu de descobrir detalhes do que Ricardo fazia viajando para Maceió e Taquarana, apesar de que tudo já estava terrivelmente óbvio demais!
-Exatamente! -Não é com ele que vou descobrir as puladas de cerca do meu marido, nem o motivo de Ricardo viajar para tão longe só pra... -Só para me trair!
Teresa se despedia de Laura e saia, já Laura se jogava no sofá, rindo de braços abertos, como se tivesse conquistado algo extremamente prospero para ela.
Essa última cena me fez lembrar quando Carminha sabe da morte de Genésio e fica dando aqueles pulinhos no sofá. Ah, cara para sua trama só elogios. Você tem um jogada boa entre discurso direto e descrição. O modernismo presente é acalentador. Tem objetividade, segue um foco, não tem problema de prolixidade, nota 10.
Se puder dialogar com minha mocinha. Se você não sabe, sou novo por aqui, autor de O Internato.
Opa Vinicius Gabriel, Obrigado cara, mas eu tava passando por problemas com o HD do meu PC e quase perdi todo o material da Novela! Consegui recuperar alguns arquivos, mas outros não tive como recuperar!
Obrigadão e espero que continue acompanhando Espelhos!