Já era o terceiro balcão de atendimento que Ana tentava buscar algum tipo de informação em meio a todo aquele caos espalhado pelo Hospital Municipal Dr.Fernando Mauro Pires da Rocha, a recepcionista finalmente se dispôs a interagir com ela após alguma insistência por parte de Ana.
-Sim, não precisa gritar minha senhora, pode falar!
-Minha filha foi internada aqui e... -Nome?
-Clarice... Clarice Donatto dos Reis.
A recepcionista olha algumas das muitas fichas espalhadas pelo balcão não observando nem um pouco atentamente o que lia, o choro constante das crianças e o resmungo de alguns idosos doentes parecia irrita-la de alguma forma. Ana a encarava apreensiva.
A recepcionista olha meia perdida para Ana que esta visivelmente aflita e a questiona:
-Tem certeza que é Clarice...?!
-Donatto dos Reis! -Clarice Donatto dos Reis, moça!
Completava Ana tentando ajudar de alguma maneira a confusão daquela mulher que logo largava as fichas de qualquer jeito sobre o balcão.
-Não! -Nenhuma Clarice Donatto deu entrada aqui senhora. -Próximo por favor!
Um senhor visivelmente transtornado empurra Ana tirando-a da frente do balcão apavorado com alguma questão envolvendo seu filho, Ana não consegue prestar muita atenção ao assunto voltando seus olhos para os leitos de alguns pacientes deixados no corredor, outros arrastando seus próprios tripés com bolsas de soro ou sangue, ela procura aflita por Clarice até que uma voz abafada pelo sofrimento alheio lhe traz um pouco de esperança. Ela procura pela voz e finalmente a mão de seu filho toca na sua.
-Mãe?! -Que demora!
-Vinicius, graças a Deus! -Cadê sua irmã?
Vinicius era um menino moreno de uns 12 anos de idade, um rapaz aparentemente tímido, franzino, cabelos castanhos, olhos cor de mel, orelhas de abano, os dentes meio que aparentes em seus lábios carnudos e meio ressecados, ele trajava calças jeans, um tênis surrado mas bem cuidado e limpo, camisa xadrez presa dentro da calça e seus cabelos ondulados estavam penteados de lado. Ele cruzava os braços, meio que amedrontado com tantas pessoas em volta dele.
-Ela não está aqui mãe! -Eles transferiram ela lá pro Hospital das Clinicas!
Ana olha para a Recepcionista como se quisesse pega-la pelo pescoço enquanto atende outras vitimas de sua incompetência mas se acalma e volta a dar atenção para seu filho.
-Nas Clinicas?! -E você ficou aqui sozinho?!
-É, eles falaram que só lá tinha vaga na maternidade e que eu era de menor... - Aqui estava lotado já!
-Meu Santo Deus!
Falava Ana enquanto abaixava a cabeça com uma das mãos na testa visivelmente preocupada com toda aquela situação caótica. Vinicius torcia a boca enquanto levava a mão até ela começando a comer as unhas ou o resto do que sobrou das unhas. Ana o encarava e rapidamente enfurecida tirando a mão dele da boca.
-Para de comer unha menino!
-Mas como a gente vai até lá mãe?
Perguntava Vinicius inocentemente demonstrando um alto grau de nervosismo contido enquanto Ana se preocupava com vários assuntos ao mesmo tempo.
-E o Gustavo?
-Eu liguei pra Kagi, mas falaram que ele não tinha ido trabalhar hoje.
-Ai misericórdia! -O Marcos!
Comentava Ana um pouco mais preocupada.
-Quem?!
-O motorista da Dna.Teresa. -A Dna.Teresa pediu pra ele me trazer, eu até tinha me esquecido do coitado! -Vem meu filho.
Ana e Vinicius saem correndo do Hospital do Campo Limpo, parado do outro lado da rua estava Marcos ouvindo uma fita de rock melódico curtindo e batendo no ar como se fosse uma bateria, Ana atravessa a rua junto com o filho meio que desesperada e assusta Marcos ao tocar em seu ombro.
-Credo Dna.Ana! -Quer me matar do coração? -Filho, entra atrás!
Vinicius não perdia tempo e tão logo obedecia sua mãe entrando no carro, Ana dava a volta e entrava, sentando no banco de passageiros.
-A Clarice foi transferida...
Marcos olhava para Vinicius meio cético e meio assustado e voltava sua atenção para Ana.
-Dna.Ana, eu preciso levar o carro de volta...
Antes que pudesse completar a frase, Ana coloca o cinto de segurança e olha para Vinicius para ter certeza que o menino esteja bem acomodado, seguidamente encara Marcos no volante com uma expressão claramente irritada.
-Pelo amor de Deus Marcos, anda logo! -Depois eu converso com a Dna.Teresa e por favor, abaixa o volume dessa coisa!
Ana se referia ao alto nível de sofisticação musical de Marcos, que meio a contragosto, reduz o volume do rádio dando partida no carro e seguindo rumo ao Hospital das Clinicas.
Olha parabéns pela Web a abertura Show amei muito bem elaborada e a musica claro de Maysa/ Meu Mundo Caiu que foi tema da novela da Globo Estúpido Cupido de Mário Prata em fim nestes aspectos de abertura enredo e temas sou muito critico e você se mostra superior a isso, mais uma vez sucesso...
Última edição por Wilson Bernardo em 31.08.14 22:22, editado 1 vez(es)
Desculpe fui leviano quando ressaltei "Inferior", mas devido a isso corrigi o adjetivo por "Superior" por favor mil desculpas, gostei da sua abertura e ela não é "Simplória" como ressalta, assim como a minha é uma das bem criativas do Portal, e já curti sua historia desde o começo, sucesso amigo