Caroline:
Corri até meu apartamento e quando me senti segura e trancada dentro dele me senti aliviada, foi por pouco que não tinha me jogado em seus braços, mas agora queria arrancar a cabeça daquele idiota. Só porque é lindo e perfeito acha que pode fazer o que quer? Coitado.
Continuei arrumando a casa, agora sem trilha sonora, tentando não pensar nele desarrumei minhas malas, tomei um banho e fui deitar.
Amanhã seria um grande dia, tinha a tal festa e todo o meu futuro trabalho na revista dependeria disso, eu não podia ser descoberta, era uma infiltrada, preciso agir como eles agem, na verdade, ser um ‘deles’. Aquelas aulas de teatro que eu não fiz seriam eficazes. Ok, quem tem boca vaia Roma. Acho que é esse o ditado.
Enquanto pensava se era esse o ditado percebi o quão ineficaz estavam sendo minhas tentativas de não pensar nele. Se fechasse os olhos ainda podia vê-lo aqui, com aquela toalha, os cabelos molhados, aquele rosto tão lindo, e aquela atitude tão feia. Chega, Caroline! Mas se tudo fosse diferente eu não teria resistido e nesta hora ainda estaria grudada no pescoço dele. Mas não foi diferente! Esqueça, conte para as amigas que deu um fora em nada mais nada menos que seu ídolo, tente não se arrepender e siga adiante.
Quem diria que no meu segundo dia já teria acontecido tudo isso?
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Justin:
‘Qual foi seu mantra preferido?’
Corri para o MacBook para ver qualquer uma das músicas e responder, se tinha uma coisa que eu não queria pensar agora era sobre músicas indianas. Ela apagou? Merda. As músicas estavam apenas comigo e eram feitas especialmente pra Jess.
Ai essa garota! Como pode já chegar me desafiando assim? Sem razões aparentes sorri. Apaguei as luzes e fui dormir, amanhã era um novo dia e alguma coisa essa vizinha teria que passar por ter apagado as minhas coisas.
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Caroline:
Onze horas. Tenho manicure daqui a pouco e não vai rolar táxi de novo tão cedo. Pelo menos até que eu receba meu primeiro salário. Não é nada barato morar em NYC. Só agora começo a pensar no que vai ser o dia de hoje e já me sinto um pouco nervosa.
Coloquei um vestidinho cinza com um colete jeans e uma sandália preta. Soltei o cabelo, coloquei um mega óculos e saí tomando sorvete no elevador. Quando eu estou fechando a porta alguém coloca a mão impedindo que ela fechasse. E adivinha quem era?
Exatamente. O vizinho, ou Justin, como preferirem.
Ao me ver Justin abriu um sorriso. Quase já tinha esquecido como ele era bonito. Com uma calça jeans cinza, uma camiseta preta, sapatos escuros e um crucifixo. Estava com um óculos escuro, mas ao me ver o tirou.
– Bom dia vizinha!
Como assim vizinha? Ele esqueceu de tudo.
– Escuta aqui, seu metido, não vai pensando que eu sou essas idiotas que ficam babando em volta de você, eu não esqueci do que você fez ontem.
– Uhm, pensou em mim então?
– Ah! Com certeza, abraçada nos meus ursinhos.
Ele riu.
– O que te faz acreditar que eu sou metido?
– Por que eu deveria falar com você?
– Ah, fala sério, garota.
– O quê? Uma razão e eu sou toda sua pra conversinhas.
– Você é doidinha por mim.
Ele devia ter batido a cabeça na quina. Hello! Eu doidinha por ele? Até antes de ontem, provavelmente.
– Por que eu sou metido, mimimi. Viu o que eu estava falando? Você é metido. E prepotente.
– Ah, vai dizer que não está caidinha por mim?
– Não! (mentira) Eu apenas GOSTAVA de você. E devo dizer que nos DVDs e rádios da vida você era bem mais interessante.
Ele se fingia de ofendido, mas eu podia ver em seu rosto que tentava reprimir um sorriso.
– Então perdi uma fã? Você não me conhece o suficiente.
– Melhor dizer que decepcionou uma fã, sem mencionar bancar o tarado pervertido. E sim, já conheci o suficiente.
– Tudo isso só por causa de um beijinho?
– Eu NÃO vou beijar você. Se manca.
– Olha só garota, você já parou pra pensar que não é o centro do mundo?
E ELE QUE ME DIZ ISSO? Não, só posso estar sonhando!
– Não estou nem ligando. Vamos fazer um trato? No seu mundo eu nem existo.
– Eu vou sentir tanto a sua falta...
– Idiota.
Em segundos a conversa de ‘te detesto seu metido’ tinha acabado e ele vinha se aproximando e lá estava, pela segunda vez em menos de 24 horas, com seu rosto colado no meu, isso está começando a ficar difícil.
– Tem certeza que não vai me beijar?
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Justin:
A porta do elevador estava se fechando, coloquei a mão para impedi-la e quando entro, vejo uma garota, toda arrumada, tomando sorvete. Ela me encara e olha para o lado, tentando ignorar minha existência. Já aviso que vai ser difícil, vizinha.
Começamos a conversar, mais uma vez ela me desafiava, dizendo que era demais pra mim e me chamando de convencido/arrogante. E, ao invés de virar as costas e ignora-la, cada vez tinha mais vontade de desafiá-la, irritá-la e ver até onde isso ia.
– Não estou nem ligando. Vamos fazer um trato? No seu mundo eu nem existo.
– Eu vou sentir tanto a sua falta...
– Idiota.
Antes que pudesse me dar conta estava indo ao seu encontro. Qual é o meu problema que não consigo ficar longe dessa garota? Eu não sou esse tarado, pervertido, que não consegue se manter normal ao lado de uma pessoa, mas essa garota, até ontem, desconhecida, tinha alguma coisa, não sei bem o que, mas uma coisa que me puxava para perto.
– Tem certeza que não vai me beijar?
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Caroline:
Certeza? Certeza eu já não tinha de nada, só que estava com Justin a centímetros de mim, sentindo sua respiração ofegante ‘brigar’ com a minha e aos poucos começava a me perder naqueles olhos azuis.
Eu me sentia entre dois extremos: chutá-lo e sair correndo (tudo bem que o elevador está fechado, mas...) ou me entregar e dar o braço a torcer que eu realmente me sentia atraída por ele. E é uma das decisões mais difíceis de tomar, visto que ele está tão perto...
De repente a porta do elevador se abre. Eu olho pro lado e vejo uma mulher com cara de poucos amigos. Justin arregalou seus olhos azuis, mas, mesmo assim, não se afastou de mim. A garota entrou nos empurrando e ficando entre nós. De onde conheço essa mulher?
– Justin Randall Timberlake, o que está acontecendo aqui?
