Caroline:
Seguíamos no boliche, conversando e bebendo, estava sendo uma noite divertida e bem diferente da correria bagunçada que estávamos acostumados. Trace incomodava sobre quando começaríamos a cumprir a aposta, Justin ria e se voluntariava para ser imediatamente.
– Ok, pegue essa maldita algema e vamos começar.
– A algema... Eu sabia que estava faltando alguma coisa!!!
– Ah, vocês não têm algema? Mas que pena! Vai ter que ficar para outro dia.
– Little L., nem comece, nós estamos na cidade que nunca dorme, podemos facilmente encontrar um lugar para resolver esse problema.
– Você é bem inteligente quando quer, Mr. Timberlake.
Justin sorriu para mim, em segundos, os dois nos arrastavam para fora do boliche, falando sem parar. Alison me encarava como se perguntasse onde é que eles pretendiam nos levar, eu sorri, pela empolgação dos dois era levemente óbvio. Depois de algum tempo parávamos em frente a uma loja pequena com letreiros em neon.
– Nós estamos em um sex shop? Eu e Caroline não vamos entrar aí!!!
– Ali, fale por você, porque eu não só vou como estou indo agora.
Os três me olhavam surpresos.
– O que foi? Eu nunca entrei em uma dessas antes. Vamos, Alison, vai ser, no mínimo, engraçado.
Justin me encarava, com um meio sorriso.
– Você é inacreditável.
– Eu sei.
Ao entrarmos, milhares de objetos estavam expostos, em prateleiras de acrílico. O ambiente era bem escuro, exceto pelas luzes neons, em diversos tons.
– Qual o fetiche das pessoas com neon?
– Completamente inexplicável.
Alison tentava encostar na menor quantidade possível de coisas, mesmo no escuro, sentia que ela estava corando.
– Ali, não fique assim, faça do passeio uma experiência engraçada.
– Estou tentando, acredite.
Dobramos o corredor e acabei esbarrando em uma placa que piscava ‘APRESENTAÇÕES AO VIVO’.
– Ei ei ei, onde você pensa que vai?
– Espiar, óbvio.
– Little L., digamos que esse não seja o lugar mais adequado, são strippers em um fundo de corredor de uma loja minúscula.
– Eu realmente estou viva para ver Justin Timberlake não querer ver strippers?
– Justin, você tem a melhor namorada do mundo, como pode não aproveitar isso?
– Realmente, nem eu me reconheci.
Entramos na tal sala, que era muito mais escura e, por incrível que pareça, estava vazia. Ela cheirava a óleo corporal e couro, era um pouco esquisito, mas já que tínhamos entrado, iríamos ficar. Uma garota loura nos levou até poltronas e disse que o show começava em poucos minutos. Os meninos sentaram, fiquei encarando o sofá, quanta gente já devia ter passado e soltado seus hormônios ali.
– Algum problema, Little L.?
– Digamos que eu esteja com um leve receio de sentar aqui.
Justin sorriu e me puxou para seu colo. A garota loura da entrada nos trouxe bebidas baratas e as luzes no mini palco acenderam, uma garota com saltos incrivelmente altos e uma roupa de couro preto caminhava até o centro, então se engatou no cano de pole dance e começou a dançar. Ela era incrível, praticamente voava no palco, fazendo caras e bocas (que me parecia mais engraçado do que sexy).
– Se eu te disser que estou morrendo de vontade de rir...
– Eu concordaria com você.
– Eu te amo.
– Eu sei.
A dança continuava, a garota já tinha tirado o top, faltava pouquíssimo para que o short saísse, então percebi que nenhum de nós tinha dado dinheiro pela performance.
– Nós não devíamos estar colocando algum dinheiro na calcinha dela?
– Fique à vontade, Caroline.
– Ela deve ter filhos, ou faculdade pra pagar, vocês são péssimos!
Todos concordaram em dar dinheiro desde que eu entregasse. Eu O-D-E-I-O essas pessoas, de verdade, do fundo do coração. Levantei do colo de Justin e caminhei até o palco, ela mordeu o lábio e veio em minha direção, coloquei o dinheiro em seu short e virei para voltar ao meu lugar. Ela me puxou, com as mãos passando pelos meus ombros e descendo até a cintura. Meu Deus!!!! Me virei novamente para ela, coloquei mais uma nota na parte de trás do short, dei um tapa e praticamente voei para a poltrona novamente.
– Eu. Quero. Morrer.
– O que é isso, Little L., sem dúvidas o melhor momento da apresentação até agora!
– Idiota!
– Diga para mim que você não está percebendo que as caras e bocas dela estão sendo exclusivamente para você.
– Sim, Justin, estão sendo para mim porque eu sou o poderoso f o d ã o cheio de dinheiro do grupo.
– Acredite em mim, esse olhar não é para o seu dinheiro.
– Lá vem o grande entendedor...
A dança acabou, instantaneamente levantamos e fomos para o bar acertar as bebidas. Quando estávamos saindo a moça loura me chamou e entregou um guardanapo. Sorri e o guardei no bolso, embora Justin insistisse em tentar pegar. Voltamos para a loja, Alison tinha acabado de derrubar uma prateleira de vibradores, enquanto eu batia em Justin com um chicote de couro.
– Interessante. Posso carregar na bolsa pra quando você falar besteiras?
– Eu, honestamente, não me importaria.
– Posso ajudá-los?
– Nós precisamos de algemas.
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Justin:
Trace segurava nossos pulsos, Caroline batia nele com seu mais novo chicote.
– Bem, as regras são as seguintes, agora são 01:45h, amanhã, no mesmo horário, vocês estão livres. A chave fica comigo. Sejam felizes.
– E nós vamos para onde agora?
– Para casa?
– Que casa, Trace, vamos dançarrrr!
– Eu concordo!!
– Mas vocês dois não cansam?
– Alison?! Achei que você estava do nosso lado.
– Eu estou, Carol, vamos dançar! Mas eu também poderia perfeitamente ir dormir.
– Três contra um!
Como estávamos algemados, Trace dirigia. Sua mão repousava na coxa de Alison e Caroline, discretamente, tentava fotografar o momento. Era a hora certa para pegar o guardanapo do bolso do casaco dela.
– Eu realmente gostei de você. Me ligue. Chloé!
– Quem é Chloé?
– Você que devia me dizer já que o nome dela está no seu casaco!
– VOCÊ MEXEU NO MEU BOLSO?
– Você escondeu porque estava pretendendo ligar? Não seja por isso!
– Me dá esse guardanapo aqui.
Caroline tentava pegar o guardanapo, me batendo com a mão livre, então a segurei forte e a imobilizei.
– Se você está pensando que vai me beijar...
– Eu estou incrivelmente certo.
A beijei. Trace pigarreava, tínhamos chegado ao local da festa. Quando saímos do carro e passamos pelas pessoas na fila, elas comentavam sobre as algemas, Caroline os encarou e sorriu, como se não se importasse. A festa estava lotada, mal entramos e já fui arrastado para o bar, de lá, fomos dançar.
– Justin, eu preciso ir ao banheiro.
– Tudo bem.
Ao entrarmos no banheiro todas as garotas olharam para mim, Caroline levantou a mão das algemas e sorriu, entramos na cabine.
– Ok, segure minha garrafa e vire de costas.
– Você está falando sério?
– Óbvio! Eu não vou fazer xixi na sua frente!
– Caroline...
Ela me encarou com cara de assassina.
– Tudo bem, mas nós ainda temos 24 horas para eu ver você no milagre da vida de fazer um xixi inocente.
– Vamos adiar o máximo possível.
Voltamos para a pista, Caroline dançava sem parar, com o cabelo bagunçado e um copo na mão livre, era a garota mais linda que eu conhecia. Intercalávamos entre as músicas e o bar. Alison e Trace já tinham sumido há algum tempo e parecia que os outros convidados também.
– Você quer ir pra casa?
– Olha, eu até que gostaria.
– Ok, vamos passar no bar e depois vamos.
Pegamos as últimas bebidas e fomos para o estacionamento. Agora quem disse que nosso carro estava lá? Era óbvio que Trace já tinha levado Alison e esquecido completamente de nós.
– Clássico!
Caroline gargalhou e me beijou. “Nós podemos pegar um táxi.”
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Caroline:
Depois de sermos rejeitados por uns duzentos táxis, finalmente chegamos a casa. Subimos para um dos quartos e nos jogamos na cama.
– Uau, foi uma noite e tanto.
– E quando não é? Eu fico pensando, Justin, se um dia nós vamos ter uma rotina monótona e ficar em casa vendo TV.
– É o que você quer?
– CLARO QUE NÃO! Eu simplesmente amo tudo que nós temos tido. EU FUI AGARRADA POR UMA STRIPPER!!
– Você realmente gostou disso, não é?
Gargalhei.
– Foi a coisa mais constrangedora de todas!
– Você precisava ver a sua cara!! Mas, de verdade, fazia muito tempo que eu não me divertia tanto assim com uma pessoa. Você tem noção que nós últimos tempos, mesmo com todas as pessoas ao redor, somos apenas nós dois e conseguimos ter as noites e dias mais fodas de todos?
– Todas as vezes em que eu me imaginava num relacionamento sabia que para dar certo teria que ser assim, uma pessoa com quem eu pudesse fazer tudo, ir para as melhores festas, jogar boliche, ou simplesmente dormir na grama, jantar de madrugada, almoçar no fim da tarde...
– Incrivelmente, eu penso a mesma coisa. É por isso que tem dado tão certo no meio dessa bagunça...
– Incrivelmente...
– Ah, Caroline, não quebre o momento!
– Querido o momento já foi!
– Então vamos tomar banho?
– Como vamos fazer isso se não podemos tirar as roupas?
– Vamos tentar uma coisa...
Justin pegou um grampo e tentou, sem sucesso, abrir as algemas.
– Você por acaso não tem uma tesoura?
– Você acha que eu vou te deixar cortar minhas roupas depois de todas as tequilas que você bebeu?
– NÃO SEJA SEM GRAÇA, EU ESTOU ÓTIMA! Pode ser nossa única chance...
– Ok, mas se você me cortar eu vou cobrar muito, muito caro.
– E eu pago, o preço que você cobrar. Agora (sentei sobre ele) vamos cortar!!!!
Justin estava imóvel, com os olhos fechados e precisei de muita concentração para não morrer rindo, ele realmente estava com medo. Cortei delicadamente a manga de sua camisa, indo até a parte de baixo da cintura, desabotoei e deixei beijos pelo caminho até chegar em seu rosto.
– Você já pode abrir os olhos...
– EU ESTOU VIVO!!
– Idiota!
– Sua vez, Little L.
Justin inverteu a posição e agora eu estava imobilizada por ele.
– Cuidado, pelo amor de Deus!!
– Se você quer cuidado é melhor se comportar.
Ele sorriu torto e começou a cortar, cuidadosamente. Definitivamente eram dias tão perfeitos que nem nos meus melhores planos podia esperar. Finalmente tinha acabado, então beijou meu pescoço, chegando até meus lábios.
“Está pronto. E agora?”
– Agora, eu acho que você devia ficar mais um pouco por aqui.
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Justin:
Caroline bocejava preguiçosamente, o sol entrava forte pelas frestas da cortina e batia em suas costas nuas, um ótimo jeito de acordar, sem dúvidas.
– Bom dia.
– Na verdade, boa tarde, já são quatro da tarde.
– Por isso que eu estou morrendo de fome. Vamos tomar banho e depois ligamos para o seu amiguinho sequestrador de carro para nos trazer a chave dessas belezinhas.
Tomamos o banho mais descoordenado da história, com direitos a cotoveladas no box e empurrões, nos enrolamos em toalhas e fomos escovar os dentes.
– VOCÊ ESTÁ PINGANDO EM MIM!
– Desculpe, um de nós está com a mão direita presa.
– Oh, deixa eu te ajudar...
Caroline arrancou a escova da minha mão e começou a escovar meus dentes, era uma cena e tanto de se ver, se alguém estivesse aqui. Então a porta do banheiro se abre. Minha mãe!
– Justin Randall Timberlake, o que está acontecendo aqui?
Caroline imediatamente se escondeu em minhas costas. Enxaguei a boca e sorri para minha mãe.
– Não é o que você está pensando!
– E como você estar nu, algemado a uma garota que estava escovando seus dentes pode não ser o que eu estou pensando?
– Eu e Caroline perdemos uma aposta.
– Caroline... Nós já nos conhecemos?
– Ela é a garota da carta, mãe.
– Ah, essa Caroline? Venha cá.
Caroline saiu de trás de mim e foi até minha mãe, que a abraçou.
– Finalmente vocês estão juntos! Conseguiu agarrar esse ordinário? Muito bem! Fizeram uma bela bagunça nesse quarto hein?
– Na verdade, não é bem o que parece, senhora. Em algumas partes.
– Não me chame de senhora, sou Lynn. Não se sinta constrangida, querida, já estava na hora de vocês ficarem juntos, Justin falou horas sobre você e vejo que ele não estava errado.
– Adoraria saber mais sobre isso...
– Se vocês forem tomar um café comigo prometo que conto mais detalhes.
– Conta?
– Filho, ela precisa saber, é meu dever contar...
– Exatamente, Lynn.
– Não sei porque, mas não estou gostando nada nada disso.
– Vamos ligar para Trace.
Caroline saiu do banheiro me arrastando. Ligamos para Trace e nada. Então ligamos para Alison, depois de muito tocar uma voz masculina atendeu.
– AHA SEU SAFADO, onde está Alison?
– Está dormindo, querem falar com ela?
– Na verdade nós precisamos da chave das algemas para trocarmos de roupa.
– Tudo bem, em meia hora estamos aí.
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Caroline:
Meia hora uma ova! Eu vou quebrar Trace e aquela garota loura que eu costumava chamar de amiga. Já que parecia que eles iriam demorar anos fomos preparar um café, embora Lynn só tenha nos deixado preparar o café mesmo.
– Saiam da minha cozinha! Agora!
– Mãe, tecnicamente...
– A casa é sua, mas quando eu estou na cozinha ela é minha, você sabe.
– Ok.
Sentamos perto da bancada enquanto ela caminhava sem parar pela casa.
– Você se lembra do seu primo Nicollas?
– Claro. Ele está bem?
– Sim, vai inaugurar um pub/karaokê hoje à noite. Acabei de dar uma passada lá e ele tem até um quadro seu na parede, da época em que fotografava suas turnês. Vocês têm planos para hoje à noite?
– Nós geralmente não temos planos, vamos deixando acontecer.
– Ah, a juventude... Então vamos?
– Tudo bem para você, Little L.?
– Claro. Desde que eu não tenha que cantar.
– Isso eu já não posso prometer...
Justin sorriu de forma maligna, já era bom começar a preparar a voz, porque ele não iria me deixar passar assim impune. Lynn nos servia pratos cheios de café da manhã tradicional, enquanto atualizava Justin dos babados da família e me explicava quem eram essas pessoas, geralmente com fotos do seu celular. Era uma mulher muito engraçada e avoada, e parecia estar gostando de mim, Justin apertou minha mão que estava algemada e sorriu, tudo estava definitivamente onde devia estar.
