Episodio 2: Falsa amizade
Cena I: Laboratorio – Tarde Macoy: A falta de sangue estão deixando vocês cada vez mais humanos, quer dizer estão semelhantes a nossas falhas, nossos problemas!
Caio: Não seja tolo! - disse ranzinza - Temos apenas algumas de suas fraquezas aumentando em nosso organismo. As vezes não consigo focar num pensamento as vozes se misturam é muito confuso. Não quer dizer que esteja me tornando um humano!
Macoy: E o que mais vocês perderam? – perguntou curioso enchendo três ampolas com um composto químico.
Caio: Fora o calor do corpo? – sorriu amargurado – Não consigo usar a hipnose se estiver tenso. É como se tudo que pudesse fazer antes fosse reduzido a 50%. Velocidade, raciocínio, força... menos o desejo por sangue esse não diminui!
Macoy: Mas me diz uma coisa, como consegue essas bolsas de sangue animal? Por que levei um susto hoje de manhã quando abri a câmera fria e vi as prateleiras cheias.
Caio: Temos um laboratório especifico para isso – disse observando as ampolas com os elixires – Estão prontos?
Macoy observou o rosto preocupado de Caio, sorvendo o liquido de uma ampola na seringa.
Macoy: Estou trabalhando nisto faz treze anos! Por isso você esta aqui, correto? Preciso testar e se der algo errado, corrigir!
Caio arqueou uma sobrancelha confuso. Olhou ao homem a sua frente e decidiu que precisaria colocar sua vida em suas mãos para descobrir o quão longe estaria a resposta para a cura.
Macoy: Dei-me seu braço! Não tenha medo, você não ira morrer! Apenas sentirá uma vertigem.
Caio esticou o braço para que Macoy lhe aplica-se a composição química.
Caio: Não sinto nada, é um bom sinal?
Macoy: Não! Era pra você sentir um enjoo, vertigem essas coisas! Droga!
Caio: Droga mesmo, meu superior esta a ponto de arrancar a cabeça de cada bruxo para desfazerem o feitiço. E se você não conseguir um resultado logo... pode se preparar porque a sua cabeça ira para guerra.
Cena II: Piscina Residência Conway - TardeJessy aproveitava o sol e o calor daquela tarde. O clima daquela cidade parecia brincar com o temperamento das pessoas, enquanto se preparavam para um dia de sol a chuva invadia inesperadamente e o mesmo acontecia com a temperatura, um dia quente e dois três frios.
Jessy demorou um pouco mais em um mergulho prazeroso quando voltou a borda reparou na sombra que cobria o sol. Caio apertou o maxilar quando seus olhos cruzaram com os de Jessy, ainda não sabia o porquê estava parado na borda da piscina admirando uma humana.
Caio: Perdão... por ontem a noite e hoje cedo! Eu agi de forma inapropriada, inconveniente – inspirou concentrando na mente a sua frente, mas não encontrava nada alem de uma parede negra.
Jessy: Tudo bem! Pelo menos não me insultou na frente de meu pai como fez o ultimo estagiário – sorriu – Acho que meu italiano não esta tão bom assim, durante o jantar acrescentei algumas letras a mais em algumas palavras e o homem pensou que estava chamando-o de burro! Precisava ver a cara de meu pai em meio a fogo cruzado. “Fico do lado da minha filha ou Fico do lado do visitante”. Foi hilário!
Eles se entreolharam ambos sorrindo timidamente. Segundos depois Caio percebeu que abaixava a guarda perante aquele sorriso, pos-se de forma defensiva voltando a forma arrogante apertou os punhos com tamanha força que suas unhas feriram sua própria carne.
Macoy: Esta na hora de sair da água não acha senhorita Conway? – perguntou bufando de raiva – E depois do jantar quero que me diga o que comprou que ultrapassou o limite de seu cartão!
Jessy: Papai... eu precisei! Era importante... Necessário pra dizer a verdade, a Melane me acompanhou até o shopping e então...
Macoy: E então decidiu comprar o shopping todo de uma vez! Jessy por favor! Quantas vezes tenho que...
Mas Jessy não escutou a bronca do pai, mergulhou e ao voltar a superfície não havia mais sinal do pai ou Caio. Olhou para o céu agradecida.
Cena III: Sala de Jantar Residência Conway - NoiteTodos a mesa menos Caio que saíra apressado a uns quinze minutos antes do jantar ser anunciado. Jessy olhou sua saída deprimida começava a acostumar com sua presença.
Jessy: Aonde o "Garoto arrogante" foi com aquela pressa? - perguntou escondendo o interesse ao pai.
Macoy: Devia ter algo pra resolver!
Jessy: Mas ele não conhece a cidade. Tem algum familiar por aqui?
Macoy: Porque tantas perguntas filha? Espero que esteja errado, mas parece bem interessada no "garoto arrogante"!
A conversa foi cortada com a presença de Candice Andrade sendo anunciada por Gomes.
Cande: Boa noite senhor Conway! - disse sentando-se a mesa, totalmente a vontade.
Macoy: Boa noite Cande! A Jessy não vai sair pra "Balada", se é isso que veio me pedir.... Pode esquecer! Jessy gastou uma pequena fortuna em um dia só, talvez seja necessário algumas noites sozinhas para refletir sobre finanças, gastos e economia! Também acho que deveria pensar como sobreviver sem cartão de crédito! - revelou encarando a filha.
Cande: Hoje não vim pedir nada senhor Conway, queria apenas conversar com a Jessy! - revelou um pouco tímida.
Jessy: Papai todos sabemos que seu dinheiro é um poço sem fundo não precisa constranger a Cande! Desculpa amiga!
A sala fica em silêncio, Cande serviu- se de um pouco suco de laranja natural. As duas garotas trocam segredos entre um olhar e outro.
Cena IV: Rua deserta final da cidade - Noite Caio estaciona o Porsche. Desce com um litro de uísque nas mãos, abre a garrafa com violência. O álcool parece não fazer o efeito esperado por ele. Lamenta olhando o vidro vazio depois de uns minutos.
Caio: Não aguento ficar naquele lugar sentindo o cheiro doce daquela maldita garota! Infernooo! - gritou atirando a garrafa de uísque a quilômetros de distância.
Caio ri de si mesmo ao perceber que está tão interessado e ao mesmo tempo abalado por um humano. Entra no carro esporte, o ronco do motor liberá sua vontade de fugir. Sua raiva é usada como combustível deixando um rastro negro por onde passava.
Cena V: Jardim da residência Conway - NoiteCande: Seu pai não sabe a verdade sobre o cartão de crédito? - perguntou apreensiva enquanto caminhavam do jardim para a varanda.
Jessy: Se até meu pai acha que sou tão fútil como qualquer menina rica que faz tudo o que quer, o que posso fazer? Eu tentei explicar.
Cande: Quer que eu fale com ele? Quando contar que você ajudou a 35 crianças com câncer talvez ele libere você para nosso acampamento!
Jessy: Talvez! - disse deprimida - Queria que fosse diferente, queria que meu pai estivesse mais presente em minha vida, então veria para onde vai metade de minha mesada!
As duas amigas param na varanda.
Cande: Sinto muito amiga! Seu pai anda trabalhando demais nesse "projeto ultra secreto" - sorri sem alegria passando o braço pelo ombro da amiga - por outro lado você tem a mim, tem a Mel, o Josh e o Brian! Não sei porque mas acho que desse último você gosta mais.
Dessa vez as duas liberam uma gargalhada cheia humor e cumplicidade. Elas interrompem o sorriso quando um carro entra a toda velocidade parando próximo a varanda.
Cande: Quem é? - sussurou curiosa olhando o veiculo.
Jessy: O novo estagiário! - revela confusa com seus sentimentos.
Caio desce do carro. Fecha com força excessiva a porta do automóvel, as garotas se entre olham. Caio lança um olhar para Jessy. Caminha em direção a entrada em passos firmes.
Caio: Boa noite! - disse aspero passando pelas duas na entrada deixando seu perfume almiscarado.
As garotas respondem automaticamente. Assim que Caio entra na mansão Cande cutuca Jessy que libera um grito abafado.
Jessy: O que foi? - pergunta alisando onde levou o golpe.
Cande: Como o que? - pergunta sorrindo explorando a cara da amiga - que olhar foi aquele? Nossa, ele parecia que iria te devorar com olhos, amiga você tem tanta sorte!
Jessy: Não viaja Cande! Por favor, não veja coisas que não existem... De novo!
Cande: Eu senti uma tensão entre vocês! Vai acontecer algo bom é meu sexto sentido falando.
Jessy: Ah, seu sexto sentido! Como daquela vez que me fez entrar em uma barraca para cigana ler minha mão, sabe que depois que ela me disse que iria perder um ente querido depois de uma tempestade, fiquei sem dormir por uma semana porque rezava dia e noite para não chover!
Cande: Mas...
Jessy: Ou talvez seja daquela vez que seu sexto sentido nos fez ir ao show de reggae em Florianópolis com uma Van cheia de maconheiros! Não, talvez seja da vez que fomos na fazenda dos Salles e seu sexto sentido dizia pra usarmos vermelho e fomos perseguidas por um touro furioso.
Cande: Nossa! Nós duas temos história pra contar - disse cabisbaixa - Mas em todas estas vezes ocorreu imprevistos, temos que viver com uma margem de erro!
Jessy: O seu sexto sentido deve estar com defeito! Sério amiga, sempre da algo errado quando você me diz isso! Tenho medo quando fala "seu sexto sentido"!
Cande: Pense comigo, com cigana perdemos nossa mascote no laboratório depois de chover três dias seguidos. O show de reggae foi inesquecível mesmo que tenhamos inalado aquela fumaça na Van, chegamos até mais alegres! Então tenho razão, certo?
Jessy: E o touro? - perguntou desconfiada.
Cande: É como eu disse existe uma margem de erro!
As duas sorriem.
Cena VI: Residências dos Scherer - Noite Na garagem Brian verifica o motor de seu Jipe. Josh aparece com um litro de vodca nas mãos.
Brian: Como conseguiu passar por meus pais com isso? - diz apontando para o litro de vodca.
Josh: Ooou! Calma eles não viram nada! Não podemos acampar sem algo para nos esquentar a noite! Certo?
Brian: As meninas sabem que você irá levar bebida alcoólica?
Josh: Qual é Brian? Um litro de vodca não fará nem efeito em nós cinco!
Brian: A Jessy e a Cande não bebem! E eu vou dirigir. Resumindo é pra você e a Melane. Pega o óleo no armário a sua direita, por favor.
Josh procura o óleo e o entrega a Brian.
Josh: Cara, esse acampamento tem que ser perfeito! Não pode dar nada errado, acho que vou pedir a Jessy em namoro!
Brian: Vocês estão de "rolo"? - perguntou olhando o amigo apreensivo - Jessy não me contou nada!
Josh: Ela pediu pra Melane descobrir o que penso sobre ela. Também ultimamente tem me olhado diferente. Acho que está interessada e bom, sempre fui afim dela. Ela é muito gata!
Brian: É sim! - disse pensativo - Merece um cara que tenha um coração tão grande quanto o dela. Espero que você se qualifique! - disse batendo no ombro do amigo.
Cena VII: Quarto de Caio - ManhãCaio faz Flexoes num ritmo acelerado como se quisesse se alto punir. Seu celular toca sobre a cama, usa sua velocidade fora do comum e em milésimos de segundo atende sem se importar quem está do outro lado da linha.
Caio: Alô!
Renkilson: Olá meu caro! Como vão as coisas? Chegamos a algum resultado?
Caio: As notícias não são muito boas! A substância química não fez o efeito desejado ele teve que começar de novo - suspira impaciente - porém sabe onde está o erro, será mais rápido desta vez!
Renkilson: Quero uma opinião sua sobre isso! Será que devemos esperar mais ou acabamos logo com tudo! Diga-me o que fazer!
Houve um silêncio, a vida dos Conway estava nas mãos de Caio Sanders.
Música de fundo: One more night - Maroon 5
