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 A Dama de Gelo || Capítulo 20

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Yannikson
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A Dama de Gelo || Capítulo 20 Empty
MensagemAssunto: A Dama de Gelo || Capítulo 20   A Dama de Gelo || Capítulo 20 Empty24.01.14 15:13

No último capítulo de A Dama de Gelo: “E foi só o que ele precisou dizer para me convencer de vez a ir até lá no dia seguinte”.


Querendo ou não devo confessar: minha vida encontra-se flutuando em uma maré de sorte gradativamente boa. Considerando minhas perdas nos últimos meses, tenho começado a acreditar em um potencial existente em mim até então desconhecido, só esperando delirantes olhos azuis o descobrirem e testá-lo. Tenho convicção de que todo este meu entusiasmo nesta manhã, antes de estrear/tentar um emprego novo, diz respeito àquele mês em que passei com Lisppet, conversando, conhecendo e descobrindo... Nós dois.


Abri a porta giratória de vidro da Raul Arrib@s. O prédio é de 2 andares – estreitos e adivinha só, com cor de gelo cintilante na sua pintura externa - e depois de passar pela porta os clientes/funcionários dão de cara com um retângulo denominado recepção, com sofás beges e confortáveis, mesas redondas para 2 ou 3 pessoas e uma geladeira com refrigerantes e sucos. No fundo uma escadaria e uma grande mesa com duas atendentes. Bonitas.


- Bom dia, no que posso ajudar? – questiona a moça atenciosamente. No tempo entre a pergunta e a resposta observo seu crachá. Ana Rodriguez, morena clara, aparentemente uns 20 anos de idade. Do seu lado está outra garota que não consigo identificar o nome e que não parece nem um pouco receptiva. Deve ter uns 16, 17 anos, no máximo.


- Meu nome é Juan Díaz, vim conversar com o Raul.


- E do que se trata?


- Assunto profissional.


- Só um instante. – e discou para o ramal que suponho ser da sala de Raul. Após duas tentativas frustrantes, ela desistiu. – Alejandra, podes subir até lá e ver se o senhor Raul pode atendê-lo agora?


Entediada e desconsiderando qualquer esforço para uma agradável recepção ela tentou evitar.


- Em primeiro lugar: tu não estás fazendo nada que eu sei. Em segundo lugar: tu sabes muito bem que eu acarreto mais funções que tu. Em terceiro lugar: Não me surpreenderia se tu fosses demitida e tivesse que voltar a fazer o que tu fazias antes daqui...


Alejandra levantou-se séria. Seus cabelos castanho-claros com mechas louras estavam bem penteados e quase passando dos ombros. Sua franja estava voltada para seu lado esquerdo e seus olhos miúdos cor de mel desviaram de mim rapidamente. Seu corpo era bem delineado, apesar dela quase não possuir bunda. Seus passos eram firmes. E grosseiros, até voltar.


- Ele pediu para que tu subas.


- Obrigado. – respondi prontamente. Ana Rodriguez deu um sorrisinho de canto para mim, com ares de quem se desculpava pelos atos inconseqUentes de uma má funcionária.


Alejandra me escoltou até a sala de Raul, no final dos repartimentos. No centro daquele andar haviam estátuas gigantes prendidas em várias cordas no teto. Cordas metálicas, estátuas sorridentes e dançantes. Aquele lugar, em toda sua estrutura organizacional, me remetia a uma sensação boa.


- Obrigado Alejandra. – disse com voz firme Raul Arribas, que não deve passar dos 35 anos de idade. Apertou minha mão. – Por estares aqui suponho que aceitastes a minha proposta.


Acenei que sim com a cabeça, enquanto notava a mesa bagunçada de Raul.


- Como podes notar, tenho muita coisa a fazer. – E levantou-se. – A empresa é focada em uma arquitetura empresarial. – disse enquanto caminhava, me induzindo a caminhar junto - Simples! Construímos os melhores prédios para as melhores empresas, desde as mais simples até as mais sofisticadas. – E me levou até um pequeno repartimento próximo à sua sala. – Aqui é onde tu vais ficar, podes usufruir do local para conhecê-lo e aprimore-o da maneira que for mais conveniente pra ti. Tens alguma pergunta?


Muito objetivo, muito apressado, muito seguro. Em algumas palavras e demonstrações eu pude perceber que trabalhar com Raul Arribas poderia ser uma negociação estrondosamente bem sucedida ou desastrosamente arruinadora. Preferi ser otimista. E seguro.


- Quando começo meu primeiro projeto?


- Acalme-se rapaz. Deixe a documentação na minha sala depois, qualquer coisa chame a Ana. – ou a Alejandra, pensei ironicamente na recepcionista mal educada.


Depois de um dia agradável no trabalho percebi que mal senti falta de casa. Acredito que deve ter sido pela experiência nova. Mas existia outra figura nesta história que poderia me fazer falta, embora eu prefira ignorar isto por enquanto. Ela é loura, gelada. E não estou falando de cerveja.


No dia seguinte Raul passou pelo meu repartimento.


- Temos reunião com um cliente às 9h. Não se atrase.


Muitos no meu lugar achariam que Raul era um cara rude, amargurado, mesquinho. Mas existe um profissionalismo vindo da parte dele que consegue superar todas estas características e deixá-lo relativamente agradável, nem que seja profissionalmente. O que eu acho mais bacana, na verdade, é que perto dele eu chego a ser simpático, coisa que eu nunca fui. Sendo assim deduzo que, se ele conseguiu ser rico trabalhando no que gosta com este gênero de bosta, talvez eu consiga um pouco disto pra mim também, com este meu jeito de bosta.


Após horas falando do projeto de uma academia a ser construída no centro da cidade, fui surpreendido.


- Juan, tu vais fazer a planta desta academia. – anunciou Raul deixando os outros funcionários chocados pela irreverência. – Terás um prazo curto, mas ouviste exatamente como o cliente quer tudo então não temos porque ter problemas. Aguardo seu pronto enquanto o Diogo cuida do terreno para te passar as medidas corretamente até hoje à tarde. Alguém tem algo a dizer?


Todos se calaram, acostumados com este cotidiano sempre muito bem frisado.


- Ótimo. Um bom dia de trabalho a todos.


E terminou assim, de forma crua e rebelde. Minha primeira função, no segundo dia de trabalho, em um lugar ainda desconhecido com pessoas desconhecidas. Pra mim tudo ótimo. Mesmo.
...


Lisppet ainda não sabe que eu estou trabalhando e eu gostaria que ela soubesse. Ajudou-me por tanto tempo, não podia simplesmente descartá-la da minha vida como se ela não tivesse importância, ou como se eu tivesse. Naquele fim de tarde nebuloso fui até a clínica. Decorei os horários em que ela encerrava expediente e se concentrava em minutos pra ela. Momentos descontraídos que, mesmo não sendo muito longos em relação ao tempo, faziam muito bem a ela.


Bati na porta de vidro um tanto entusiasmado, mas ao mesmo tempo gélido.


- Juan! Que bom te ver aqui. – disse com aquele sorriso aberto. Seus cabelos estavam soltos e reluzindo, seus olhos brilhavam abaixo de seus cílios bem marcados e alongados de preto. Seu casaco era azul, contrastando com meu suéter azul marinho.


Abracei-a um tanto sem jeito, abrigando minhas mãos nos bolsos da calça jeans em seguida.


- Com saudades da tua habitual poltrona?


- Nem tanto da poltrona. – e ofereci um sorriso amarelo.


Lisppet estava animada, mais que o habitual.


- O que tens pra me contar?


- Como sabes que tenho algo pra te contar?


- Não vais querer saber todos os segredos de uma psicóloga não é verdade?


- Nunca foi minha intenção. – fui ao assunto – Estou trabalhando e pelo incrível que pareça me adaptei fácil na empresa.


- E com as pessoas?


- A mesma coisa que no outro emprego. Não cumprimento, não sorrio, não elogio, não babo ovo... Apenas faço o que gosto e me sinto bem assim.


- Nem pras recepcionistas? Geralmente elas são simpáticas.


- Uma é tão simpática quanto eu. Consegues imaginar isso? – e rimos, espontâneos. – Me saía bem no outro emprego, vou me dar bem neste também.


- Espero que sim. Fico feliz de te ver bem.


- Eu também. – respondi indefinidamente. Fico feliz de te ver tão bem, tão viva e tão perfeita. – Fico feliz por estar me sentindo bem. E devo isso a ti.


- Sem sentimentalismos ok? Foi um ótimo mês para nós dois, vindo de nós dois. – e preparou um chá de morango que ela sempre tomava. – Aceita um chá?


- Uma água.


- Incríveis estes teus bons modos, nem me surpreendo.


Conversamos por mais algum tempo, até eu notar que ela começava a arrumar a bolsa para ir embora. Era 18h30, era hora de fechar. Tomei iniciativa e me levantei da poltrona confortável.


- Vou indo lá.


- Quer carona?


- Não, prefiro ir a pé.


- Tu quem sabes. – respondeu indiferente.


Após um breve silêncio descendo as escadas, a loura voltou a falar.


- Deves estar bem cansado, trabalhou o dia todo.


- Trabalhamos. – falei corrigindo-a.

E neste instante, saindo do local onde ela trabalhava, tive a confirmação de que o desejo, a vontade e a compaixão não partiam somente de mim. Seus olhos me procuraram e imediatamente não resisti. Aproximei-me, toquei seu cabelo e a puxei pela cintura com força. Meus centímetros a mais me ajudam nisso já que ela não é muito alta. Senti sua respiração. Seu hálito. E finalmente seu beijo. Otra vez...
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MensagemAssunto: Re: A Dama de Gelo || Capítulo 20   A Dama de Gelo || Capítulo 20 Empty24.01.14 15:16

Boa tarde caros leitores, aqui mais um capítulo de A Dama de Gelo. Estou aproveitando a época de inspiração e deixando capítulos prontos, para não atrasar mais a história e podermos acompanhar sua reta final em breve. Obrigado a todos que acompanham e esperaram pelo capítulo, até breve!
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