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 A Dama de Gelo || Capítulo 12

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Yannikson
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Yannikson


Idade : 29
Cidade : Charqueadas

A Dama de Gelo || Capítulo 12 Empty
MensagemAssunto: A Dama de Gelo || Capítulo 12   A Dama de Gelo || Capítulo 12 Empty20.06.13 20:31

No último capítulo de A Dama de Gelo: Contando que meus pensamentos assombrados não voltassem, estava valendo qualquer coisa, até mesmo estar interessando em uma mulher bonita, inteligente e impossível de se interessar em alguém como eu”.


Naquela tarde de sábado o sol resolveu por fim aparecer, rodeado por nuvens maciças que preferiram abrir um palmo de distância daquele circular pingo amarelo. A temperatura nem estava muito alta, porém estava longe de se dizer que estávamos na mesma estação do início do ano. Se até mesmo o dia tinha resolvido colaborar, não seria eu o infeliz a estragá-lo. Pelo menos tentaria não estragá-lo.


Deitado em uma rede na varanda, vi aquela senhora de cabelos grisalhos se aproximar do portão baixo e velho da minha casa. De novo.


- Buenas tardes jovencito!


- Buenas.


- Gostaria de comprar um de meus...


E automaticamente resolvi comprar os salgados daquela senhora que me torrou a paciência por tantos dias consecutivos na semana retrasada. Peguei o dinheiro que estava dentro de uma caixinha branca, em cima da geladeira.


- Quero 3 croissant de frango.


- Tivestes sorte moço, estes aqui são os mais recheados.


Olhei nos olhos dela e pude ver um ar de contentamento que me deixou mais tranquilo. Sou rude, sou grosso, mas quando quero até que consigo ser um cara legal. Pelo menos era o que Lisppet estava tentando fazer com que eu acreditasse nas últimos dias...


~x~


À noite, após o banho quente, coloquei uma calça jeans, um suéter branco e minha jaqueta preta de couro, daquelas de motoqueiro. Foda-se se eu não tinha moto. Nem celular, nem família, nem emprego, nem nada. Já havia passado desta fase de lamentações, o negócio agora era se reestabelecer.


Cheguei no Gabbana e me surpreendi com as modificações do local. Estava com um ar mais atrativo e receptivo, sem perder os detalhes que eram o que realmente me levavam àquele local em anos anteriores e por si só mais felizes.


A iluminação baixa; a lareira; as paredes espessas e amareladas, os sofás pretos e confortáveis; e pra finalizar os clássicos bancos altos localizados na frente do balcão das bebidas. A extensão do balcão era de aproximadamente uns 10 metros em formato oval, terminando no ponto onde começava.


Escolhi uma das extremidades e fui logo pedindo uma dose de whisky para abrir os trabalhos da noite. Arranhando a garganta e parecendo um vulcão em erupção ao descer guela abaixo, aquela pequena dose já me deu a sensação de liberdade que eu precisava.


O local estava cheio e as pessoas muito bem arrumadas. Homens de terno e gravata, mulheres exibindo suas jóias e bolsas caras. Esta parecia a verdadeira Espanha, aquela em que todo mundo parece estar sempre bem de dinheiro; aquela  em que pessoas só são simpáticas quando necessário e aquela em que, para afogar as tristezas da vida ou celebrar o término do expediente, se bebia. E muito.


Aproveitei minha lucidez para observar que horas eram:


11:12 p.m.


Foi neste momento em que percebi também que Lisppet se aproximava de mim. E como um impulso saltei do banco para recepcioná-la.


- Lisppet!


- Hola Juan! - e me beijou o rosto.


Sua pele macia, seu cabelo bem arrumado e o cheiro inconfundivelmente doce eram suas marcas registradas da noite.


- Como estás? - perguntou carismática.


- Bien, bien. Y tu?


- Voy tirando... - lamentou-se. E já me surpreendeu com este desabafo, começando a noite inusitadamente. Como só ela sabia fazer.


- Já te vi mais animada.


E um olhar um tanto desapontado me encarou por alguns segundos. Foi o suficiente para que eu mudasse de assunto.


- Quer um whisky, um energético, uma champanhe? Por mais que eu esteja em uma merda total, tenho dinheiro suficiente pra pagar as bebidas da noite.


- Que elegante tu oferecer bebidas... Nem parece o cara mal-humorado com quem eu falei pela primeira vez no hospital...


- Não costumo agradar as pessoas. Não tenho este dom que tu tens!


- Só de eu estar aqui hoje já significa que tu não és tão desagradável assim. - e ofereceu uma pausa à nossa conversa - Aceito uma vodka!


Pedi a vodka, mais whisky e prosseguimos conversando.


- O que isto significa?


- Não costumo chamar meus pacientes pra beber, como fiz contigo. - e bebeu um gole de vodka com robustez. - Me sinto confortável, à vontade ...


- Deve ser porque tu me livrou da morte. Se não tivesses se intrometido, não estaríamos aqui hoje. - respondi irônico.


Ela, inteligente como sempre, desconversou. Lá estava eu de novo, me lamentando, lembrando da minha quase morte e tudo mais. Só que desta vez eu não estava sendo realista e pessimista. Era bom fazer uma piadinha de vez em quando, só pra não perder o habitual costume.


- Como foi teu dia?


Eu gostava quando ela perguntava isto. Seus distintos níveis de preocupação funcionavam como verdadeiras injeções de ânimo. Expliquei mais um pouco da minha rotina sem graça e mesmo assim ela não se entediava. Seus olhos esbugalhados e seus cílios grandes continuavam a prestar atenção em minhas palavras.


- Comprei croissants!


- Hahaha, não escorraçaste a velhinha desta vez então? Mais um ponto positivo pra hoje!


- Qual havia sido o outro?


- Tu fizeste a barba. Ficou bem melhor assim!


Completamente sem graça pedi uma cerveja. E entre vodka, champanhe, tequila, ice, energético e mais algumas cervejas pra misturar fui vendo o local com um ar mais leve. Era uma roda gigante em câmera lenta por assim dizer.


Lisppet me contou sobre sua profissão, sobre quando seus pais lhe presentearam com espaço próprio para atendimento dos pacientes e algumas de suas visitas à Portugal, Irlanda e Grécia. Em um banho de cultura, aprendi muito mais sobre ela estando alterado pelas bebidas do que nos dias em que ficavai com cara de bunda olhando pra ela no consultório.


De hora em hora eu ia ao banheiro mijar e ela ria com as bochechas mais avermelhadas do que quando estava com frio. A noite estava boa, a companhia excelente. Entrando no banheiro puxei do bolso o envelope com os benditos euros que meu ex-chefe havia me pago. Enfim ia gastar aquela merda com algo que realmente valesse a pena: diversão, bebida, gargalhadas... e uma mulher!
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