Caroline:
“Desculpem por isso, vocês são INCRÍVEIS, OBRIGADO!”
Justin acenava para a plateia e me pegava pela mão para sairmos do palco. Eu ainda parecia anestesiada com o que tinha acabado de acontecer, ele realmente tinha aberto o coração na frente de centenas de pessoas, amigos, compradores, imprensa... Acima disso, ao abrir o coração eu estava lá dentro? Meu Deusssss, era inacreditável.
– Little L., você está muito calada. Você não mudou de ideia, mudou? Olha, Caroline, se for isso me diga, porque eu não vou...
– Justin, (parei seus lábios com meu dedo) eu não mudei de ideia, eu te amo, mas eu não consigo acreditar no que acabou de acontecer. Eu tenho vontade de pular, correr e gritar com você por alguns minutos.
– EU SEI!! Venha comigo.
Em segundos, ele me arrastava para uma sala escura. Quando acendeu a luz, estávamos em uma espécie de camarim, completamente vazio.
– MEU DEUS, COMO VOCÊ PODE FAZER ISSO?
– NEM EU SEI, MEU DEUS, EU ACABEI DE FALAR TUDO O QUE EU SINTO NA FRENTE DE UM GRUPO ENORME DE ESTRANHOS!!!!!!
– VOCÊ NUNCA FAZIA ESSAS COISAS, JUSTIN. EU SUBI NO PALCOOO, EU DANCEI NO PALCOO, VOCÊ ME BEIJOU NO PALCOOO!!! EU VOU SER DEMITIDAAAA!
Nós dois pulávamos e nos batíamos, como duas adolescentes falando sobre o vocalista do One Direction, como eu o amava, chegava a ser ridículo.
– EU ACABEI DE FALAR NA FRENTE DA IMPRENSA! NÓS VAMOS SER PERSEGUIDOS ATÉ NA PADARIA. EU FIQUEI COM TANTO MEDO QUE VOCÊ NÃO VIESSE, CAROLINE, POR DEUS, PORQUE VOCÊ PRECISAVA DEMORAR TANTO?
– VOCÊ QUER MESMO SABER? EU ESTAVA TENTANDO ME RECOMPOR E PARAR DE CHORAR E CAMINHAR NÃO PARECIA TÃO FÁCIL. EU TENHO VONTADE DE APERTAR SEU ROSTO ATÉ EXPLODIR!!!
Alguém abria na porta, Trace e Michael entravam pulando e batendo as mãos, como garotas enlouquecidas.
– OMG, JUSTIN I LOVE U.
– LITTLE L., I LOVE U MOOOOORE.
– Vocês são ridículos, já sabiam disso antes?
Os dois sorriram.
– De cada detalhe, palavra e até melodia da música.
– Eu não podia mais aguentar Justin deprimido por sua causa, MAS E AQUELE BEIJÃO LÁ FORA, HEIN???
– Trace!
– Depois de toda aquela declaração, ai dela que não me quisesse!!
Dei um cutucão nele.
– Ativar o botão romântico novamente.
– Depois de ter exposto meus sentimentos o universo não seria justo se não juntasse nossos lábios e roçasse nossas línguas.
– Roçasse nossas línguas? Quando eu penso que já ouvi de tudo nessa vida...
– É, tipo assim.
Então se aproximou para me beijar, Trace e Michael tossiram. Dei um passo para trás.
– Até que enfim um pouco de bom senso, obrigada Caroline por não ficar de safadezas na frente dos amigos, talvez você possa ensinar isso para o seu namoradinho.
– Trace, nós não somos namoradinhos...
– Vou fazer de conta que nem ouvi essa sua frase. Eu e os EUA somos prova de que sim, se existe uma pessoa no mundo que é seu namoradinho essa pessoa é Justin. Agora, se os pombinhos em chamas permitirem, nós gostaríamos de nos dirigir para o local da festa e nos afogarmos em barris de uísque para comemorar o sucesso que foi o desfile.
Nos dirigimos ao estacionamento e partimos em direção a festa. Trace abriu o teto da limusine e enquanto eles comentavam todos os momentos dos bastidores, nervosismos e coisas engraçadas, a brisa batia em meu rosto. O céu parecia uma pintura, Justin segurava minha mão e eu estava tão completa que parecia nunca mais precisar de nada na vida. Chegamos ao local da festa e os paparazzi tinham triplicado. Será que já sabiam sobre nós? Justin segurou a porta.
– O plano é o seguinte, soldados, vamos cobrir Caroline. Toda imprensa que nós queremos já está lá dentro, não precisamos responder nada agora.
Os dois assentiram, Trace estendeu a mão.
– 1, 2, 3 TIME CAROLINE? 1, 2, 3...
Justin e Michael estenderam as mãos, depois levantaram dizendo “TIME CAROLINE!”, eu sorria, tinha encontrado as melhores pessoas do mundo.
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Justin:
Ao chegarmos no local do desfile uma multidão de fotógrafos nos esperava, muitos pelo evento, mas a maior parte devido à minha declaração. Era óbvio que a notícia já tinha se espalhado, alguém devia ter gravado e a essa hora a polêmica já tinha explodido. Eu ainda nem tinha confirmado em público a separação de Jess... Traçamos um plano de proteção à Caroline, tentando cobri-la o máximo que fosse possível. É lógico que ao descermos do carro todos gritavam milhares de perguntas, estendendo microfones e câmeras em nossa direção. Ela me encarava levemente aflita, como se perguntasse o que devia fazer. Então decidi que medidas desesperadas mereciam atitudes à altura, parei no meio do caminho e segurei sua mão.
– Little L., eu sei que você não quer se expor, eu muito menos, nunca deu certo, massss desde que você chegou as coisas não são mais como eram antes então, você confia em mim?
– Um pouco.
Ela sorriu, entendendo onde eu queria chegar, segurei seu rosto e a beijei.
– Bem, nós provavelmente teremos a chance de conversar depois, sendo assim, a primeira pergunta sobre ser verdade ou não já está respondida, essa é Caroline.
Ela sorriu e então me puxou até a entrada.
– Justin, você tem certeza que quer se expor tanto assim?
– Absoluta, nós não temos porque nos esconder.
– Mas você ou esconde tudo e deixa as fãs que pesquisam sem saber NADA ou escancara tudo. A Caroline do ano passado a essa hora estaria enlouquecida pesquisando QUEM É ESSA VAGABUNDA.
– Veja só, a Caroline desse ano é a vagabunda.
– Seria uma péssima frase se não fosse linda e verdadeira.
Finalmente entramos no salão e ele estava repleto de pessoas, já dançando. Tudo era exatamente como o combinado, só que mais bonito, as decorações contrastavam e brilhavam juntas, fazendo com que a festa fosse o lugar certo para qualquer ideia ou tipo de diversão que os convidados quisessem ter. Dançarinos mascarados passavam por nós, pessoas entravam nas cabines privadas... Caroline olhava para tudo atônita, beijei sua nuca e a virei para mim.
– E então, o que você achou?
– Está tudo perfeito! Muito mais bonito do que eu imaginava.
– Perfeito ainda não, você não está dançando comigo. Qual das duas pistas você quer?
– Como nós não somos muito o casal convencional, a de balada.
– Ok, nós vamos para a romântica.
– Justin Randall Timberlake, eu acho que você está com um leve problema de audição.
– Ah, Little L., depois de toda aquela declaração romântica eu mereço escolher.
– Tudo bem, mas só porque foi uma declaração muito bonita.
Ela me deu um tapa e saiu me puxando para a pista de dança.
– Tapa na bunda, na frente de todo mundo?
– Bem, querido, pra alguma coisinha ela tinha que servir.
– Ótimo jeito de entrar na pista romântica...
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Caroline:
Entramos na pista romântica, estava tocando ‘All of me’ do John Legend, Justin me segurou suavemente, nós dançávamos devagar, minha cabeça escorada em seu ombro, as luzinhas piscando devagar, no ritmo da música. Era tudo tão lindo...
– Por que você fez isso hoje?
– Você ainda precisa perguntar?
– Não é isso, mas porque justamente aqui? Por que hoje?
– Na verdade eu já venho planejando cantar LoveStoned para você há um bom tempo, desde que terminei de compor, naquele dia em que sua amiga me ligou bêbada e você reclamava de mim e dizia entender a música em que a menina estava caindo aos pedaços por causa de uma loba (que no caso era eu), mas depois daquilo nós simplesmente não paramos mais, eu queria que fosse especial, um momento só nosso, em uma cidade deserta, ou um palco fechado para você, mas tão rápido quanto tudo deu certo, as coisas desmoronaram, quando eu disse que te amava e você disse que não podia mais, Caroline, eu sabia que precisava arrumar as coisas, mas ontem, depois daquela noite que iria ser a última eu não podia esperar mais um minuto.
– Isso foi lindo. Você parecia tão calmo na empresa, enquanto eu estava surtando com a ideia do último dia. Em nenhum momento eu pensei que aquilo ia acontecer. Mesmo depois de você ter começado a falar, demorei alguns segundos para entender que era para mim, na verdade, entendi quando você falou da luz amarela.
– E você pensou que era para quem?
– Eu não faço ideia, só não pensei que fosse para mim. Nós dois sabemos que eu nunca acreditei muito que você gostasse de mim, eu te conhecia demais para saber que podia ser só mais um caso de poucas semanas, então não podia me deixar envolver demais.
Justin passou a perna por trás da minha e me jogou deitada, eu jurei que ia cair, mas ele me segurava pelas costas, me levantou e sorriu. As pessoas olhavam assustadas.
– Isso é pra você nunca mais duvidar de mim e do que eu sinto por você.
– Eu se fosse você começava a correr.
Ele sorriu e se virou para correr, esbarrando com Jess. O que ela ainda quer?
– Espero que tenha me guardado uma dança.
– Jess...
Antes que falasse qualquer coisa, cheguei por trás dele e tapei seus olhos. Podia ser atitude de ciumenta, possessiva? Sim. Mas que fosse então! Ele desceu minhas mãos e as beijou.
– Vamos dançar.
Corremos para a pista ‘dance’ e lá tocava a primeira música que dançamos juntos. Ele me puxou para perto.
– Digamos que para uma garota que iria me bater você me resgatou bem rápido.
– Ter te resgatado não significa que eu não vou te bater, uma coisa não exclui a outra, querido.
– Você lembra que essa foi a primeira música que nós dançamos?
– Sério?
– Sua insensível!
– Deve ter sido mais marcante para você do que para mim...
– SUA CAFAJESTE!
Ele puxou meu cabelo e me beijou.
– Tem vezes que é bom inverter os papéis.
Justin sorriu.
– Você quase me enganou, mas lembra sim.
– Claro que lembro.
O beijei. Nós seguíamos dançando juntos, como se fôssemos as únicas pessoas na pista, na verdade, para mim, éramos.
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Justin:
A noite tinha passado rápido, aos poucos as pessoas estavam indo embora, nós já tínhamos conversado, bebido e dançado com todos os amigos, estava na nossa hora também. A batida mudou, Caroline sorriu o sorriso mais aberto de todos, largou a bebida e em segundos me arrastava para a pista novamente.
– ESSA É A NOSSA MÚSICAAA!
– Oi?
– Durante o dia eu pensei no que devia fazer em relação a você, mil histórias, mil frases, mil adeuses diferentes. E a única coisa que eu queria dizer era essa música.
A Sky Full of Stars
'Cause you're a sky, 'cause you're a sky full of stars (Porque você é um céu, você é céu um cheio de estrelas)
I'm going to give you my heart (Eu vou lhe dar meu coração)
'Cause you're a sky, 'cause you're a sky full of stars (Porque você é um céu, você é céu um cheio de estrelas)
'Cause you light up the path (E porque você ilumina o caminho)
I don't care (Eu não me importo)
Go on and tear me apart (Vá em frente e me magoe)
I don't care if you do (Eu não me importo se você o fizer)
'Cause in a sky, 'cause in a sky full of stars (Porque em um céu, um céu cheio de estrelas)
I think I saw you (Eu acho que eu te vi)
'Cause you're a sky, 'cause you're a sky full of stars (Porque você é um céu, você é céu um cheio de estrelas)
I want to die in your arms (Eu quero morrer em seus braços)
'Cause you get lighter (Porque você se ilumina)
The more it gets dark (Quanto mais fica escuro)
I'm going to give you my heart (Eu vou lhe dar meu coração)
[...]
Caroline cantarolava em meu ouvido, dançando frenéticamente, com os olhos grudados em mim. A música era linda, ela era linda, tudo fazia sentido.
– E para quem dizia que você não era romântica...
– Eu sou uma garrafinha de surpresas...
– Garrafinha?
– É. E, convenhamos, muito mais legal.
– Você não acha que está na hora de ir pra casa?
– Nããããoo... Vai tocar nossa música de novo, daqui a pouco, eu sinto.
– Caroline, já estão todos indo para casa.
– Nós não somos todo mundo.
– Ótimo argumento.
Ela sorriu e me levou para o bar, bebemos mais algumas doses de tequila. Caroline falava um pouco mais enrolado, rindo de qualquer coisa.
– E você vai para qual das suas casas?
– Na verdade, essa sua pergunta me deu uma ideia. Faz muito tempo que não visito minha casa, está na hora de voltar, mas só volto se você for comigo.
– Tudo bem, nós podemos ir.
Ela foi descer do banco e tropeçou, a segurei pela cintura.
– Caroline, você está bêbada?
– Claro que não, estou ótima!!!!
Então me pegou pelo blazer, me arrastando pelo salão.
– Antes de irmos precisamos nos despedir de Trace e Michael. EU ADORO TRACE E MICHAEL.
Sem dúvidas ela tinha bebido demais, mas estava muito engraçada, caminhando em leves ziguezagues.
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Caroline:
O mundo estava ficando mais leve, assim como meu corpo, talvez tivesse bebido um pouquinho além da conta. Justin queria me levar para sua casa e meu lado fã saltitava por finalmente conhecer o lugar em que ele costumava morar. Quando finalmente concordei em ir embora, fomos procurar Michael e Trace, para que eu pudesse me despedir e agradecer.
– Talvez Michael esteja ocupado.
Quando olho para onde Justin está apontando, vejo Michael em um sofá com duas garotas diferentes por cima dele. MAS O QUE? Como assim??? Esse não era o cara que eu costumava conhecer, então nem Michael prestava? O mundo estava definitivamente perdido. Justin deu uma daquelas tossidas quebra-clima, os três nos olharam assustados, mesmo assim, a cara deles não expressava mais choque que a minha com essa situação.
– Oi triângulo.
– Carol, Justin. Essas são...
– Maria.
– Elena.
– Muito prazer.
Justin sorriu maliciosamente, como se com a chegada dessas garotas, Michael iria desapegar de mim, eu, do fundo do coração, queria que isso acontecesse, mas não desse jeito. Ele sempre foi o garoto bonzinho, que se preocupa e se apaixona. Duvido muito que esse caminho cafajeste vá suprir suas necessidades, pelo contrário, vai deixar um vazio maior.
– Michael, posso falar com você um instante?
– Claro, Carol.
O puxei do meio das garotas e o levei para um canto.
– O que está acontecendo com você?
– Comigo? Nadinha. Estou sendo feliz, apenas.
– Michael, você não sabe nem o nome dessas garotas.
– Se eu bem me lembro (e acho que fui um ótimo ouvinte para você) existiu um bom tempo em que Justin não sabia seu nome e isso não te impediu de ficar com ele, sendo assim, Carol, quem sabe daqui há alguns dias eu não esteja casando com alguma delas...
– Seu idiota! Eu só queria ajudar. Nós dois sabemos que você não é esse cara, Michael. Existem todos os tipos de pessoa no mundo, você não precisa ser o cafajeste porque acha que é o caminho mais fácil, esse não é o seu caminho, simples assim.
– Aí que você se engana, Caroline, esse sou eu, só você que não quer ver.
– Michael...
– O que? Você está decepcionada? Ah sim, me perdoe. Espero que com isso eu não perca o convite para ser padrinho do seu casamento com o cara que menos a merecia, Sra. Timberlake.
– Você é ridículo. Eu vou embora, estou cansada desse novo você.
Arrastei Justin pela mão e saí marchando sem olhar para trás, o que Michael estava pensando? Como ele podia ser tão insensível e amargo quando eu só queria ajudar? E como eu poderia ajudar, se era a causa de todo esse problema?
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Justin:
Michael acabara de entrar em um caminho que eu já conhecia bem, por mais que achasse que ele devia experimentar e viver tudo que a vida tem a oferecer, sabia que isso ia dar merda, ele não era casual, era o cara que mandaria flores no dia seguinte, mesmo que não soubesse o nome da garota com quem passou a noite. Por mais que quisesse que ele desapegasse de Caroline, não queria vê-lo sofrer... nós teríamos que conversar, em breve. Antes que eu pudesse pensar em falar com ele, Caroline já me arrastava pela mão para fora da festa. A segurei pela cintura.
– O que aconteceu?
– EU QUERO ENCHER A CARA DELE DE SOCOS!
– Caroline?
Segurei seu rosto obrigando-a a olhar para mim. Seu rosto estava fechado, a respiração forte, como se pudesse voltar correndo e realmente encher a cara de Michael de socos.
– Eu só fui ajudar, Justin, esse não é ele, nós dois sabemos. ELE É UM IDIOTA, FICOU JOGANDO MINHAS ESCOLHAS ERRADAS NA MESA, eu sei que não sou a garota com mais moral no mundo para falar das escolhas de alguém, sem dúvidas, seria a primeira a apoiar que ele comesse metade de NY se fosse isso que o fizesse feliz, mas como posso sentar e deixá-lo se magoar? AH MICHAEL, EU SÓ NÃO VOLTO LÁ PORQUE AHHH...
A abracei apertado.
– Little L., eu concordo com quase todas as suas palavras. Você é uma boa amiga, mas acho que o fato de Michael ser apaixonado por você te impossbilita de ajudá-lo. Ele não vai ouvir. Eu vou conversar com ele amanhã, mesmo que no fundo ele me culpe por vocês não estarem junto, prometo.
– Obrigada.
– E garotas com morais impecáveis são completamente sem graça.
– Bom saber...
Ela me beijou e então vimos um flash. Corremos para o carro e partimos para minha casa, fazia muito tempo em que eu não aparecia por lá, desde a traição, para ser mais específico. Não sabia sequer se Jess tinha tirado suas coisas de lá, ou colocado fogo nos meus sofás, mesmo assim, Caroline parecia empolgada e era isso que importava.
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Caroline:
Nós já estávamos no carro há algum tempo, os prédios já tinham sumido, condomínios e mais condomínios iam sendo deixados para trás até que paramos, na frente do maior quarteirão que eu já tinha visto na vida, coberto por muros altos, maiores que o de Trace. Entramos e depois de sairmos da garagem, passeamos pelo jardim imenso e iluminado. Era lindo!! Como ele podia ter ficado naquele apartamento quando tinha um lugar incrível, feito milimetricamente para ele? Tinha até um piano no meio de um dos jardins!!
– Como você pode ficar naquele apartamento tendo uma casa assim?
– Digamos que essa casa possui algumas lembranças ruins...
– Então está na hora de criar lembranças novas...
– Talvez não, eu vou me mudar em breve.
– Pra onde?
– Ainda não sei, mas não será aqui.
– Não interprete mal minha leve busca na wikipédia, mas essa não era a casa que você demorou um ano para montar, que tem estúdio, quadra de tênis e toda a caralhada de coisas que você ama?
– ‘Leve pesquisa’.
– Eu fui uma adolescente com bastante tempo livre...
Ele sorriu e me beijou. Continuamos caminhando até parar na frente da piscina. Eu estava abraçada nele, admirando aquele lugar inteiro, então meu chão cedeu e meu corpo foi arremessado na água. EU VOU MATAR ESSE HOMEM E VAI SER HOJE!
– EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ ME JOGOU!!!
Justin gargalhava, quando me ofereceu a mão para me ajudar a sair, o puxei para dentro, tentando afogá-lo. Como era de se esperar, não deu certo. Ele me pegou pela nuca e enfiou de baixo da água, quando me tirou, acabamos frente a frente.
– Então quem ganhou?
– Você, mas só porque é mais forte!
– E, mesmo assim, você sabe que pode fazer o que quiser comigo. Eu odeio isso.
– Eu adoro.
Ele sorriu, enredou a mão em meus cabelos molhados e me beijou. Seus olhos me consumiam, meu vestido boiava na piscina, junto com o smoking e a camisa dele. Minhas pernas estavam enlaçadas em seu corpo e, mais uma vez, ele era meu.
(( 