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 A Dama de Gelo || Capítulo 15

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Yannikson
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Yannikson


Idade : 29
Cidade : Charqueadas

A Dama de Gelo || Capítulo 15 Empty
MensagemAssunto: A Dama de Gelo || Capítulo 15   A Dama de Gelo || Capítulo 15 Empty29.07.13 21:37

No último capítulo de a dama de gelo: “Sem reação, busquei um lenço para a mulher que há dias atrás estava me vendo chorar e me oferecendo seu ombro. Apesar de não entender os sentimentos e a fragilidade das pessoas, sabia que era minha hora de fazer algo pra ela. Não só por ela ter me escutado e me entendido, mas também por eu me sentir extremamente atraído por aquela deslumbrante incógnita”.

- Vai ficar tudo bem.

- Eu sei que não vai!

As ondas enfurecidas no mar de seus olhos eram gigantes e estavam prontas para derrubar qualquer banhista que dali resolvesse se aproximar. Eu havia tentado me matar afogado, água não seria o problema.

- Porque ele foi embora, qual o meu problema?

Sem resposta abracei-a mais forte. Senti seu coração acelerado querendo respostas que eu não saberia dar, impondo empecilhos que eu não saberia retirar do caminho. Seu perfume doce me fazia sentir parte de toda aquela carga emocional carregada por ela... E, enquanto eu analisava seu cheiro, Lisppet foi se afastando. Distanciou-se até chegar à janela e abrir as cortinas verde-claro, visualizando um céu triste. E um vento forte.

- Eu gostava mesmo dele.

- Ele também gostava de ti.

- Se gostasse mesmo estaria aqui.

Será que ela tinha notado a ambiguidade de suas palavras? Otto não estava ali, mas quem de fato gostava estava, dispondo de todo seu tempo para ouvi-la. Para abraça-la. Para aquecê-la. Estou acostumado a não ter minha presença notada, mas de alguma forma eu queria que ela visse ou sentisse que eu estava ali.

- É a primeira vez que isto acontece?

- Isto o que?

E sem notar fui preciso. E grosso talvez.

- Que tu sofres por amor. É a primeira vez?

A Dama de Gelo limpou as lágrimas com a manga do suéter vermelho que usava e me encarou.

- Claro que não.

- Então vai passar.

- Que engraçado tu me dizer isto agora.

- Por que?

- Estou acostumada a opinar sobre tudo e sobre todos. Em raros casos paro pra escutar alguém a fundo, como estou te ouvindo agora. Embora não entenda teu raciocínio, é bom ouvir isto.

- Deve ser difícil ser a dona da razão.

- Estás sendo irônico? Tá debochando de mim?

- De forma alguma. – e pude ver seu rosto virar um pimentão.

Eu consegui quebrar o clima triste presente naquele consultório, que instantes atrás havia servido de conforto para a loura que chorava por seu namoradinho ter ido embora. Não vê-la chorar já era grande coisa, podes apostar!

- Olha Juan, eu não pedi pra ti vir aqui ouvir minhas baboseiras, sequer abriria a porta pra qualquer pessoa então...

- Por que abriu?

E após olhar para meus olhos escuros Lisppet baixou a cabeça. Ela estava triste. Achou que eu ajudaria e não que transformaria o momento em algo pior. O bom senso, presente em minha vida de uns dias pra cá, me levou pra mais perto dela.

- Sou grato pelo que fizestes por mim. Achei que eu poderia retribuir.

O silêncio dela era a deixa para que eu não dissesse mais nada. Apenas uma despedida.

- Não queria atrapalhar, sou péssimo como companhia, Vou indo lá, amanhã ou quando tu te sentires melhor nós conversamos ok?

- Juan, não vai não!

Não gosto de draminhas e de ficar me fazendo. Já disse que iria embora, estava indo mesmo.

- Outra hora a gente conversa. Sinto muito pelo seu namorado.

Sinto muito também por ele ser um babaca e não ver a mulher incrível que estava perdendo. Sinto muito por ele preferir conhecer o mundo a fora e não o mundo ao qual A Dama de Gelo pertencia. Sinto muito por eu não ser ele, se fosse eu juro que faria diferente. Ou exatamente igual, não sei ao certo.

Meus pensamentos confusos me levavam longe e me traziam ao presente, de forma bruta e insensível. Era assim que tinha que ser.

- Obrigada.

E apenas acenei com a mão direita, dando um “hasta pronto”. Minha missão daquele dia havia ao menos sido cumprida, já não estava mais com saudades dela. O único (e maior) problema era esta minha obsessão por aquela mulher. De onde isto tinha surgido? Até onde poderia chegar? Seu perfume estava entranhado no meu nariz e não podia sequer tirá-la da mente. Uma pena que eu não soube usar as palavras certas para confortá-la, mas como este nunca fora meu dom, já não me preocupava mais.

Apesar da minha incompetência, consegui dormir tranquilo àquela noite. Ver A Dama de Gelo funcionava como uma injeção de ânimo, provocantemente inserida em minhas veias. Mesmo assim, eu precisava saber como ela estava.

“Que bom que tu atendeste.” – disse falando com ela ao telefone.

Na sala estava frio e como eu não tinha celular, me submeti às minhas necessidades. Me submeti à ela, fácil assim...

“Obrigado por ligar. Já estou bem mais calma agora...”

“Tu tá em casa?”

“Sim. Minha cama é bem mais confortável do que aquelas poltronas!”

É mesmo? Que bom saber disto Señorita! Desconversei.

“Só liguei pra saber por onde tu andavas, saber que tu ficou pela clínica ia ser bem ruim.”

“Vim pra casa, tomei um banho e agora estou bem melhor. Não passava por situações assim há tempos, é bom sentir na pele este desconforto!”

Não sabia o que falar... não sabia se estava sendo conveniente, mas já estava tranquilo por saber que ela estava melhor. Sendo assim, já podia desligar.

“Vou ir dormir então, boa noite.”

“Sério que tu vai desligar? Achei que ia conversar mais comigo poxa!”

“Não sou bom nisto, tu sabes!”

“Tudo bem, tudo bem. Obrigado por ter ido me ver, foi muito importante te ter lá, embora não tenha parecido.”

“Ok” – e mais uma vez fiquei sem graça. – “Boa noite.”

“Boa noite, beijos!”

E pude sentir seus lábios tocarem minhas bochechas, como ela fazia nas despedidas da clínica. Tão simpática, tão agradável. Apaguei a luz do corredor, perambulei pela casa até chegar ao quarto. Encostei a porta, deitei sobre o travesseiro gelado e me cobri. Não custou muito pra desmaiar na cama e só levantar ás 09h42min do dia seguinte...
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