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 A Dama de Gelo || Capítulo 11

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Yannikson
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Yannikson


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A Dama de Gelo || Capítulo 11 Empty
MensagemAssunto: A Dama de Gelo || Capítulo 11   A Dama de Gelo || Capítulo 11 Empty16.06.13 19:02

No capítulo anterior: Não sabia se ela estava me dando mole ou se era o início de uma amizade que estava surgindo, na verdade há tempos eu não observava estes dois itens. Fosse o que for, me fazia bem. E sentindo-me melhor fui direto pra casa, com o olhar altivo e os pensamentos nobres”.


Já haviam se passado duas semanas desde a morte do meu filho e de vez em quando eu me flagrava lembrando do pequeno caixão no qual ele fora enterrado. Me vinham em mente paisagens escuras, um céu nublado e uma neve gelada, estarrecedora. E eu ainda lembrava de tudo. Ainda pensava Izabel. Com carinho.


O que me fazia esquecer um pouco de toda esta minha realidade obsoleta e meus pensamentos confusos  eram as conversas vespertinas com Lisppet. Na última semana fui atrás dela aceitar sua ajuda; e de novo ela me ajudou.


Aos 18 dias do mês de janeiro a neve ainda era presente e o frio intenso em Madrid. A cada passada minha em direção ao consultório da simpática psicóloga era um ar a mais que eu respirava e sim, este me inspirava. Uma inspiração a mais para tentar progredir com esta minha insistência em querer viver.


Aproximando-me da clínica me deparei com ela no lado de fora, conversando ao telefone. Ao notar minha presença ela tratou de se despedir e voltar sua atenção pra mim. Esta era mais uma de suas qualidades: dedicar-se por inteiro, independente da causa, da situação e do lixo que ela pudera estar atendendo. Eu era um privilegiado, sem sombra de dúvidas.


- Hola! - cumprimentei-a com um aperto de mão.


- Hola Juan, que tál !?! - ela me retribuía todos os dias com o mesmo sorriso nas orelhas.


- Hace mucho más frio hoy do que los dias normales! Estou com o nariz virado em gelo puro.


- Me encanta!


- Como? - respondi desatento.


- O frio! Me deixa encantada... - ela respondia calmamente, enquanto subíamos as escadas em direção à famosa salinha terapêutica daquela bela mulher de pele clara e cabelos cumpridos.


- Tomei a iniciativa de desmontar a árvore de Natal hoje de manhã! Me senti orgulhoso!


Lisppet sorriu.


- Que notícia boa Juan! Significa que tu está retomando o teu espaço, voltando a estar presente no teu lar!


- Verdade. O que eu estranho Lisppet é que toda vez que eu chego em casa é como se uma nuvem pesada voltasse a se erguer sobre as minhas costas, como se eu estivesse fazendo algo de errado!


- Tu estás te recuperando de uma tentativa de suicídio e de uma série de perdas. No início é sempre difícil, mas se tu se ajudar vai passando, como eu tenho certeza que já está!


- Me permite uma pergunta?


- Sinta-se à vontade!


- Quando tu me visitou na minha casa, no outro dia... Tu já sabia o que tinha acontecido com o meu filho e com a minha esposa ou só descobriu aqui semana passada, quando eu te contei?


- Eu descobri no mesmo dia que fiquei lá no hospital contigo. Me senti acuada mas não pude ficar de braços cruzados. Entrei em contato com os médicos e com a polícia, demos um jeito de encontrar algum parente. Até que conversamos com uma tal de Lucía, tua sogra. Conversei com ela e então senti vontade de te ajudar.


- A Dona Lúcia... Eu sempre odiei aquela velha!


- Por que?


- Ela nunca foi a favor do meu namoro com a Iza, fez o possível para não nos deixar juntos. Até ela engravidar e decidirmos morar juntos e sozinhos, deixando pra trás o conforto da casa da Lucía!


- Vocês se gostavam bastante para superarem todos estes conflitos não é mesmo?


- Não o suficiente e confesso que é por culpa minha. - neste instante voltei o olhar para o teto branco e ignorei o fato de imensos olhos azuis estarem fissurados e voltados pra mim. Desabafei. - Conheci ela logo depois da morte dos meus pais, ela me ajudou. Quando começamos a namorar ela tinha 14 anos e eu 19... Ela era novinha, mas ao mesmo tempo o que sentíamos parecia tão real e suficiente que acabamos ignorando estas bobagens de idade. Seus pais fizeram ela me esquecer, proibiram o namoro, mas mesmo assim nos superamos mais uma vez. E quando menos esperávamos fomos surpreendidos com uma gravidez dela, aos 17! Desde então nossa vida virou um inferno, eu me isolei ainda mais e não pude ajudá-la em coisas simples que, parando pra pensar hoje, fariam toda a diferença.


- Não leve as tuas atitudes anteriores como lamentações, mas sim como aprendizados! Foi preciso tudo isto acontecer para que tu enfim escolhesse mudar de vida e certamente, em um futuro próximo, vais ver como fostes forte em superar as barras mais difíceis que qualquer um poderia imaginar.


- Só queria esquecer do passado, esquecer de tudo que já aconteceu comigo! - e a emoção foi chegando e eu a segurei com rispidez. Ao menos estava me sentindo muito mais tranquilo.


- Não esqueça as coisas ruins, supere-as!


- Tu tens razão. Sempre tens razão.


Lisppet sorriu meigamente.


- E hoje, tu te sentes pronto pra fazer coisas novas, mudar de vez teu destino?


- Não sei. - respondi confuso.


- Se tu resolveu desmontar a árvore de Natal - que deveria ter sido desmontada há duas semanas atrás - já é algum sinal!


Realmente, talvez seja uma reação minha à tudo aquilo que me deixou mal. A atenção da Dama de Gelo estava tendo muita relevância nisto.


- O que tu vais fazer amanhã à noite? - ela perguntou em um colapso de recordação.


- O que eu sempre faço, me jogar no sofá e esquecer dos problemas. Se for possível.


- Que tal sair à noite, possuem barzinhos ótimos em Madrid, com música, bebidas!


- Eu não danço!


- Então bebe, se diverte! Aproveita estes 22 aninhos que tu tens Juan Díaz!


- Tu vai ir junto?


- Isto é um convite? - e me olhou com cara de safadinha. - Aceito, tô precisando espairecer também.


Fazia tempos que não fazia nada de interessante em meus sábados, por isso me pareceu uma boa ideia sair com ela amanhã.


- Ok então, amanhã a gente se vê por lá.


- Me dá teu número, eu te busco.
Neste instante lembrei que havia perdido meu celular no dia em que corri até o hospital atrás de notícias de Izabel e do meu filho. As notícias foram as piores, mas o momento agora era outro.


- Eu não tenho celular, há exatas duas semanas.


- Meu Deus, como assim? Tudo bem - disse ela conformando-se com minha resposta. Será que ela achava que eu estava mentindo? - Eu te busco em casa.


- De forma alguma. - ela já devia ter percebido que eu era orgulhoso demais pra aceitar carona. - Onde tu preferes ir? Bar Madrid, Gabbana, 100 Montaditos...


- Nunca fui neste Gabbana, é bom?


- Não saio fazem meses... Mas era um ótimo local até o ano passado.


- Tudo bem. Nos encontramos lá ás 23h, tudo bem?


- Ok. - respondi estranhando nossas falas, como se fôssemos a um encontro real.


Há dias atrás eu estava chorando, me lamentando. E agora estava prestes a sair com uma Dama de Gelo invejável, capaz de atrair qualquer homem da face da Terra. Sua beleza me desnorteava e seus gestos sutis me deixavam sem capacidade de criar uma máscara para camuflar meus sentimentos imbecis. O que de fato ela despertava em mim?


E me retirando da clínica, me despedi dela com bons espanhóis fazem - com um aperto de mão rígido e sem muita afetividade. No meio do caminho olhei pra trás e lá estava ela levando suas pastas para casa, um tanto atrapalhada com as chaves, bolsa, papéis e tudo mais. Ao terminar de colocar as coisas no banco da frente da caminhonete, ela ajeitou o cabelo (como sempre fazia) e instantaneamente me flagrei sorrindo e voltando a cabeça para frente de novo.


Contando que meus pensamentos assombrados não voltassem, estava valendo qualquer coisa, até mesmo estar interessando em uma mulher bonita, inteligente e impossível de se interessar em alguém como eu.
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http://yannikson.wordpress.com
MarcieGottschalk

MarcieGottschalk


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MensagemAssunto: Re: A Dama de Gelo || Capítulo 11   A Dama de Gelo || Capítulo 11 Empty09.07.13 10:40

"e me olhou com cara de safadinha" aiai, Yannikson hasudhusadh eu até estava meio que de reino com esse Juan, mas aos pouquiinhos estamos começando a nos 'entender' 
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