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 A Dama de Gelo || Capítulo 08

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Yannikson
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MensagemAssunto: A Dama de Gelo || Capítulo 08   A Dama de Gelo || Capítulo 08 Empty06.06.13 20:19

No capítulo anterior: “Eu não queria ter dito aquilo, mas já havia dito. Eu não sentia falta dela, não esperava atenção demais de uma desconhecida qualquer. Mas senti vontade de falar justamente para que ela visse que eu não era o único burlador de acordos da história”.

Mediante minhas palavras ela ignorou explicações. Lisppet, sem dúvidas, era muito inteligente por conta disto.

- Desculpa pela cobrança. É que de fato me preocupei por tu não ter aparecido. Tu podias ter tentado se... enfim!

Ela achou que eu tentaria me matar novamente. E quem garantiria que isto realmente não aconteceria?

- Eu não vou tentar me matar de novo.

E mais uma vez ela colocou os fios de cabelo loiros platinados para trás da orelha. Sua pele era tão branca quanto a uma folha de papel. Utilizei da pouca educação que me restava para corresponder às suas sinceras demonstrações de preocupação.

- Obrigado por se preocupar.

- Enfim, não sou ninguém pra ficar dando lição de moral não é mesmo... Trouxe dois cafés, vamos tomar? Assim aproveitamos para conversar melhor.

- Ok. – e finalmente me dei conta de ajudá-la com as inúmeras coisas que a mesma possuía nas mãos, como os copos, o saco com croissants, a bolsa e as chaves do carro.

Peguei o meu café e procurei um prato na cozinha para colocar os salgados. Com muito custo achei-o.

- Pronto. – e nem justifiquei o porquê de eu estar tão perdido na minha própria casa. Ela devia saber. Ou será que não?

Delicadamente ela pegou seu copo e um croissant de frango com catupiry. Eu preferi um de presunto com queijo e sinceramente me arrependi de não ter os comprado antes... Eram magníficos!

- Eu nunca iria comer isto se não fosse tu me trazer.

- Hahahahah, pelo jeito que tu falaste da senhora que vende croissant tu deves ter corrido com ela daqui a ponta pés!

- Não foi assim, eu sei ser simpático.

E ela deu um sorrisinho tímido, como se duvidasse do que eu dizia. O que foi? Eu sabia ser legal. Entre um croissant e outro, fomos conversando e nos conhecendo um pouco mais. Seus gestos extremamente delicados me faziam questionar sobre a origem daquela mulher, de que constelação ela poderia ter caído. Guardando para mim estas reflexões, voltei a prestar atenção no que ela falava. Era referente ao seu trabalho, mas eu havia me perdido.

- (...) então é por isso que eu gosto de lidar com pessoas. Me fazem bem!

- Eu não levo jeito com gente... Nunca sei a medida certa de lidar com cada pessoa!

E ela ignorou meu desabafo.

- Já passou do dia de desmontar as árvores de Natal sabia... – disse ela terminando o café.

- A responsável por esta parte era a Izabel. Se eu for falar a verdade, tudo era por conta da Iza nesta casa! – e deixei que a tristeza tomasse conta das minhas palavras.

Agora que estava com a cabeça mais aberta podia notar nitidamente aquilo. Izabel Lopes García era incrível na arte de cuidar de tudo com perfeição e me trazer tão poucos problemas. E mesmo assim pra mim nunca era o suficiente. O que significa que o traste da história havia sido eu. A culpa por ela ter ido embora era única e exclusivamente minha!

Lisppet notou meu desabafo e me ofereceu mais um croissant, como se fosse um “Sinto muito pela sua esposa não estar aqui”. E constrangido pelo desabafo, tentei contornar a situação, interrogando a moça misteriosa.

- Lisppet!

- Diga...

- Porque tu tens tanto interesse em que eu fique bem, em que eu me trate?

Seu ar descontraído se manteve e mais uma vez ela me surpreendeu. Pausadamente.

- Eu estou fascinada com a tua história! Esta é a verdade.

Que parte da minha vida de merda poderia fascinar alguém?

- Como assim? – perguntei encabulado.

- Eu exerço minha profissão de psicóloga há 3 anos e sempre trato os mesmos pequenos casos, as mesmas particularidades. E naquela noite, a caminho da minha casa ali no Centro, me deparo com um homem nu em um lago aparentemente gelado. E o pior de tudo era que estava nevando, é inverno! Foi então que eu me perguntei: O que leva uma pessoa a chegar a este ponto? Qual o motivo, qual o intuito de uma atitude como aquela? E vencida pela minha curiosidade me aproximei e te tirei de lá. E te acompanhei no hospital. E cheguei até aqui.

Este era o motivo de ela ter me salvado e me acompanhado no hospital, claro. Uma psicóloga, o que mais ela poderia querer se não alguém para lhe deliciar com reclamações sobre a vida e pensamentos surreais? Ela não tinha nem vergonha de dizer isto com tanta honestidade.

- Então o teu interesse é em um cobaia, pra aprimorar teus estudos psíquicos...?

E o que mais seria? Achou que ela estaria interessada em ti? E aos poucos ela foi perdendo o brilho nos olhos e o riso entusiasmado. Acredito que eu tenha este dom, de fazer com que as mais belas flores murchem instantaneamente e escolham se afagar de vez à terra gelada ao invés de estarem perto de mim.

- Não é nada disto, não seja ignorante!

- Legal teu interesse, mas como eu já te disse estou bem. E se eu precisasse conversar com alguém eu já teria procurado um amigo, um colega de trabalho, um familiar. Faz sentido não é mesmo?

O detalhe destes meus argumentos era que eu não tinha amigos. Eu nem sabia quem eram meus colegas de trabalho porque não gosto deles e quanto aos familiares, bom... os últimos que me restavam eu perdi.

- Não vou insistir! Ligaram-me do hospital hoje, me disseram para oferecer ajuda e eu vim aqui na boa intenção! Não gosto de inconveniências e não serei uma na tua vida, podes ter certeza.

- Tu precisas de um psicólogo!!! – disse levantando da cadeira e abrindo a porta de casa pra ela sair.

Minha cara de assustado não a afetou. De cabeça alta, colocou a bolsa enorme embaixo do braço, largou o prato com croissants e deu alguns passos até a porta. Seus olhos felinos queriam me triturar, mas eu acho que ela sabia o erro que tinha cometido: se explicado demais...

Antes de sair entregou um cartão branco com letras verdes claras e nele continha o número do telefone e o endereço da clínica em que a mesma trabalhava. E sabiamente sussurrou, como gostava de fazer sempre que estava saindo de perto de mim:

- Espero que não te levem para um manicômio Juan!

De imediato o tom parecia debochado, mas em seguida, olhando para aqueles olhos, percebi que seus grais de intensidade eram muito maiores do que um simples deboche. E um tanto encurvada por conta do frio que ainda fazia lá fora, A Dama de Gelo entrou em sua Picape branca. E eu, como um excelente otário, fiquei observando-a partir, sem ao menos raciocinar sobre meus grais de grosseria. Será que eu havia pegado pesado com quem só queria ajudar?
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MensagemAssunto: Re: A Dama de Gelo || Capítulo 08   A Dama de Gelo || Capítulo 08 Empty06.06.13 20:22

Capítulo atrasado devido à compromissos profissionais, já aviso que algumas vezes isto ocorrerá! Bom final de semana e obrigado pela visita Very Happy
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