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 A Dama de Gelo || Capítulo 07

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Yannikson
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Yannikson


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Cidade : Charqueadas

A Dama de Gelo || Capítulo 07 Empty
MensagemAssunto: A Dama de Gelo || Capítulo 07   A Dama de Gelo || Capítulo 07 Empty02.06.13 21:54

No capítulo anterior... “Agora eu podia enfim fechar os olhos e fazer a minha terapia improvisada sossegadamente, sem contar com a interrupção de nenhuma voz, de nenhum ruído, de nenhum médico velho e nem de ninguém. E quando eu menos esperava, a campainha resolveu tocou... Jodeeeeerrrrrr, que se pasaba ahora?????

Fui até a porta verificar qual seria o problema desta vez. E ao abri-la, me deparei com uma senhora baixinha, com aparentemente uns 60 anos de idade, rosto enrugado e cabelo branco preso em um coque. Ela me ofereceu um sorriso e seu produto, com seus poucos dentes.

- Bom dia jovem! Gostaria de comprar um croissant quentinho, recém saído do forno? Neste frio que está fazendo é sempre bom, ainda mais se acompanhado de um bom chocolate quente ou um cafezinho preto mesmo...

- Hoje eu não vou querer.

- Ah, leva... Sua mulher adora meus croissants!

- Ela não mora mais aqui e eu não vou comprar nada hoje não. Obrigado.

E depois de ouvir meu não duas vezes, ela permaneceu na minha frente, tentando se conformar de que eu realmente não queria merda de croissant nenhum... Saiu com um olhar triste, que de imediato até me fez pensar: “Poxa, compra um pra ajudar esta pobre velhinha...”, mas em seguida mudei de ideia quando vi que ela estava faturando dinheiro na casa ao lado. Se outras pessoas ajudariam a minha recusa não seria um descaso tão grave. E o outro fator da minha negação era bem simples... Eu não tinha dinheiro.

Até tenho pena de algumas pessoas por suas situações físicas e financeiras, mas não costumo ajudá-las, apesar de muitas vezes me comover com os distintos casos. Não ajudo para que elas possam se sobressair às dificuldades e não por prepotência ou egoísmo como muitos devem achar. Não gosto que tenham pena de mim e por isso lhes trato como eu gostaria que me tratassem em uma situação destas, com sabedoria.

O que eu não podia adivinhar era que aquela senhora dos cabelos grisalhos retornaria à minha residência nos dois dias seguintes, mas destas vezes por volta das 08 da manhã.

- Bom dia jovem! – ela começou da mesma forma que da habitual. – Estou vendendo uns croissants, o senhor não gostaria de comprar?

- Senhora, eu já disse que não!

- O senhor disse que não ontem... vai que hoje tenha mudado de ideia, hein! – disse faceira naquela manhã repleta de neblina.

Apesar de ela possuir feições cômicas, eu não conseguia simpatizar... Só queria dispensá-la de uma vez para voltar a deitar no meu travesseiro sossegadamente e me confortar com o calor da minha casa.

- Os vizinhos gostam dos seus salgados! Venda a eles!

E quando percebeu que eu não compraria (de novo), aquela senhora cujo nome eu sequer sabia seguiu sua caminhada rumo à casa dos vizinhos. Fechei a porta e esperei que aquela fosse a última vez que ela me interrompesse.

Minha vida estava um caos e eu sabia que poderia sofrer consequências drásticas por conta disto. Eu não saí de casa, não procurei os psicólogos do hospital no dia seguinte à minha alta, não fui atrás do meu emprego, ou seja, deixei que o mundo desse conta dos meus problemas e achei melhor ficar na espera de que eles se resolvessem sozinhos.

Depois de 3 dias consecutivos sendo perturbado em casa, eis que a campainha tocou novamente, por volta das 08 da manhã. Pensei em não levantar, em fingir de conta que não escutei nada e até em jogar um dos meus móveis na cabeça daquela velha. Porém fiz questão de atendê-la, uma última vez. Abri a porta já preparando as palavras mais grosseiras para despachá-la de uma vez por todas. E para a minha surpresa, os imensos faróis azuis celestiais resolveram voltar a refletir sob meus singelos olhos negros e isto significava, resumidamente, que Lisppet Morales havia enfim voltado.

- Oláaa!!! – disse ela oferecendo um sorriso com dentes bem mais brancos do que os da senhora que eu já estava me acostumando a ver todos os dias pela manhã.

- Eae. – respondi acuado e surpreso. Bastante surpreso.

- Como é que tu tá?

- Bem melhor. – respondi passando as mãos no rosto para tirar a cara de sono que eu estava.

- Então, se incomoda se eu entrar? – disse a Dama de Gelo insinuando que eu era um mau educado novamente. De fato eu era, mas a culpa não era minha. Muitos acontecimentos repentinos para um cara só tomar conta não era nada fácil.

- Pode, claro! – e depois de me mancar tomei a providência de fechar a porta para que o frio não invadisse minha casa.

- Já tomou café?

- Ainda não.

- Que bom!!! Acabei de comprar uns croissants quentinhos, dos mais diversos sabores! Uma senhora estava vendendo, coisa mais querida... ela não passou por aqui?

- Aquela velha não é simpática. Incomodou-me 3 dias seguidos! Achei que era ela enchendo o saco já!

- Nossa, que mau humor. – e foi aproximando-se do sofá da sala. – Com licença. – disse sentando-se. - Falando em dias, já fazem 4 que tu não deu resposta alguma ao hospital e sequer aos psicólogos lá do hospital! Foi isso que me trouxe aqui.

- Eu não estava em condições de ir pra lá!

- Até quando? – ela perguntou objetivamente.

- Até eu achar que estou bem. – e dei um sorriso irônico pra ela entender do que eu estava falando. Não adiantou.

- Tu não vais conseguir te recuperar sozinho. Precisas de ajuda e é muito melhor ir por conta própria do que ser arrastado amanhã depois...

- Eu vou conseguir me recuperar, já estou recuperado inclusive.

- Tu assinaste o papel no hospital, prometendo que iria procurar um psicólogo! Corres o risco de ser internado à força sabia...

- E tu vai junto! – ponderei.

- Porque eu iria?

- Tu prometeu que me tiraria do hospital aquele dia mesmo. E não apareceu.

Eu não queria ter dito aquilo, mas já havia dito. Eu não sentia falta dela, não esperava atenção demais de uma desconhecida qualquer. Mas senti vontade de falar justamente para que ela visse que eu não era o único burlador de acordos da história.
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