FLOR MORENA – Capítulo 13 01/04
Pureza invade o quarto de Joaquim a procura de Ravena.
Continuação do capítulo anterior...
Sônia encara Salomé.
SÔNIA: Salomé, será que você...
SALOMÉ: Claro, tudo bem. Eu vou ter que sair com a Carmen. Se cuida.
SÔNIA: Obrigada... Por favor, Jacira, mande ele entrar.
JACIRA: Com licença.
Jacira acompanha Salomé até a porta. Sônia não consegue acreditar na vinda de Germano. Ela senta-se em sua cadeira.
GERMANO: Bom dia.
Germano fecha a porta.
SÔNIA: Bom dia. Em que posso ser útil? Ah claro, me desculpe... Sente-se.
GERMANO: Você pode ser útil em tantas coisas, Sônia. Você sabe disso.
SÔNIA: Por favor, Germano, pare. Como você pode insistir tanto com essa situação? Você agora é casado, nós somos casados...
GERMANO: Você agora é viúva.
SÔNIA: Isso não importa. Você é casado. Por favor, não insista, não quero me magoar com essa fantasia.
GERMANO: Fantasia?
SÔNIA: Sim, isso tudo é uma fantasia Germano.
CENA 1. ESCRITÓRIO DE MÁRIO GOUVEIA.
SILVIA: Viu o que você fez?
MÁRIO: Silvia, por favor.
SILVIA: Por sua causa a Renata agora deve estar desconfiando de mim. É claro que ela vai me perguntar alguma coisa. Você não tem ideia da relevância que isso pode ter.
MÁRIO: Você acha que vai conseguir levar isso por muito tempo?
SILVIA: Se for preciso eu morro com esse segredo. Mas a Renata não vai saber de nada. Ela tem que ficar com o Lucas, Mário.
MÁRIO: Não, Silvia. Eles não podem ficar juntos. Eu não quero isso para minha filha. Eu não vou permitir que ela fique com o seu filho.
SILVIA: Você quer o que então, hein? Por a tona tudo o que foi guardado secretamente... Por que isso agora?
MÁRIO: Por sua causa. É tudo sua culpa. Você criou tudo isso.
SILVIA: Mário, não vejo outra solução. Eles têm que se casar.
MÁRIO: Não insista, Silvia. Ou eu poderei fazer uma loucura.
CENA 2. LADO DE FORA DO ESCRITÓRIO.
Clotilde ouve a discussão de Mário e Silvia. É surpreendida por Renata.
RENATA: Clotilde.
CLOTILDE: Ai que susto... Em que posso ajudá-la?
RENATA: Você não está sendo paga para ouvir as conversas do papai.
CLOTILDE: Me desculpe, senhorita, é que ouvi uma discussão entre eles...
RENATA: Discussão? O que eles estavam discutindo?
Silvia vai saindo do escritório e é surpreendida com Renata e Clotilde.
RENATA: Silvia, a Clotilde disse que você e o papai estavam discutindo. Por quê?
SILVIA: Não foi nada, minha querida. O seu pai insiste na separação de vocês.
CENA 3. ESCRITÓRIO DE MÁRIO GOUVEIA.
Renata entra no escritório do seu pai, irritada.
RENATA: Papai, eu não admito que o senhor interfira no meu relacionamento com o Lucas.
MÁRIO: Renata, eu não quero discutir com você.
RENATA: Mas eu quero, papai. Eu não sei por que o senhor é tão contra ao meu caso com o Lucas. O que há de errado? Nós nos amamos, é isso que importa.
MÁRIO: Não, Renata, você não ama o Lucas. E nós sabemos disso.
RENATA: Como o senhor ousa falar assim de mim? Eu estou arrasada.
CENA 4. SPA DE SÔNIA MARINS.
GERMANO: É isso mesmo que você quer, Sônia?
SÔNIA: É isso sim. Não podemos mais continuar com isso. Você tem a sua família, eu tenho a minha. Além do mais nenhuma das partes iria aceitar isso da gente.
GERMANO: Sônia, eu não ligo para o que eles pensam ou deixam de pensar... Eu quero você.
SÔNIA: Não... Nunca mais repita isso em lugar algum... Eu já tomei a minha decisão. Acabou. Aliás, isso nunca deveria ter acontecido.
Germano sai da sala de Sônia, e ela alivia-se.
CENA 5. MANSÃO PASQUIM.
Silvia entra em casa e é acolhida por Richard.
RICHARD: Milady. Parece cansada.
SILVIA: Ah Richard, eu vou para o meu quarto. Traga-me um chá.
RICHARD: Sim, milady.
Segundos depois Richard entra com uma bandeja.
Silvia está deitada em sua cama, pensativa.
RICHARD: Seu chá, milady.
Richard serve Silvia.
SILVIA: Obrigada, querido. O que seria de mim sem você.
RICHARD: Aconteceu alguma coisa, que te deixou assim?
SILVIA: Ah Richard. Você está comigo há tanto tempo... Chegou a hora meu querido. Eu preciso te contar uma coisa.
RICHARD: Sim, milady.
CENA 6. ANOITECE. RESTAURANTE.
Sônia está sentada esperando Salomé. Segundos depois ela chega.
SALOMÉ: Ai minha amiga, me desculpe.
SÔNIA: Salomé.
SALOMÉ: Já pediu?
SÔNIA: Não, apenas um vinho.
SALOMÉ: Ah, o Salvatore disse-me que esse restaurante é maravilhoso.
SÔNIA: É sim.
SALOMÉ: Ai Sônia, me desculpe. Eu aqui animada com o restaurante e você...
SÔNIA: Eu precisava dar um basta nisso, Salomé.
SALOMÉ: Sim, é claro, fez muito bem. Vocês não podiam continuar com isso. Ele é casado e você está passando por um momento muito difícil.
SÔNIA: O que me entristece é saber que num momento desse eu me sinto segura com ele sabe?
SALOMÉ: Sônia. Olha só o que está dizendo? Você está se entregando.
SÔNIA: Não adianta, Salomé. É mais forte que eu.
SALOMÉ: Sônia, eu achei que todo esse tempo vocês tivessem dado um basta nisso, mas naquele dia em que eu fui saindo e vi que ele trazia um buquê de copos de leite...
SÔNIA: Ele foi apenas me visitar.
CENA 7. PARATY. QUARTO DE FLOR.
Flor está em sua cama admirando o pequeno Matheus dormindo. Uma lágrima escorre em sua face. Ouve a porta do seu quarto se fechar. É Antonia.
ANTONIA: Ele dormiu?
FLOR: Sim.
Enxuga as lágrimas.
ANTONIA: Você estava chorando, minha filha?
Antonia abraça a filha.
FLOR: Estava aqui relembrando de tudo o que aconteceu.
Antonia: Flor, minha querida. Não faça isso, está lhe desgastando.
FLOR: Como não, mãe? É muito difícil esquecer o que aquele crápula me fez. Ainda dói muito. Nós estávamos apaixonados, nos amávamos.
ANTONIA: Se ele te amasse de verdade, não teria feito o que fez. Que amor é esse, minha Flor. Ele fugiu, te abandonou com um filho... Minha filha, você precisa esquecê-lo. Agora se anima, vai. Amanhã é o batizado do Matheus.
CENA 8. PENSAO DE PUREZA. QUARTO DE JOAQUIM.
JOAQUIM: Estou tão contente que você está aqui comigo.
RAVENA: Não vai se acostumando, não, viu. Só estou passando o tempo.
Ah é, será mesmo que é só isso? Hein? Vai dizer que você resiste a mim, hein?
Joaquim vai tirando a camisa e agarra Ravena beijando-a.
Do lado de fora, Escolástica escuta o casal lá dentro. Vai até a cozinha.
PUREZA: Mamãe, o que fazes acordada?
ESCOLÁSTICA: Que pouca vergonha. Pureza, como você deixa isso acontecer?
PUREZA: O que aconteceu, mamãe?
ESCOLÁSTICA: O seu filho, aquele ordinário, está com a piri, pi... o que mesmo?
PUREZA: Com aquela piriguete? Eu vou acabar com isso agora mesmo.
Pureza chega ao quarto de Joaquim e bate na porta fortemente.
PUREZA: Joaquim. Abra essa porta, eu sei que você está aí com essa piriguete. Abra.
JOAQUIM: A minha mãe, Ravena. E agora?
Fim do capítulo...
