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 Lonely || 1- A emboscada

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Ana Carvalho
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Ana Carvalho


Idade : 27
Cidade : Bq.

Lonely ||     1- A emboscada Empty
MensagemAssunto: Lonely || 1- A emboscada   Lonely ||     1- A emboscada Empty26.05.13 22:01

O despertador gritou tão alto naquela manhã que eu ensurdeci por alguns minutos, mas logo eu estava de pé, pronta pra mais um dia no colégio San Cícero. Nada de torradas, nem iogurte, peguei um pacote de bolachas integral coloquei junto ao meu material em minha bolsa preta e segui até a porta, hoje eu decidi não esperar pela carona de Derick, quis experimentar o vento gélido batendo no meu rosto enquanto eu caminharia.
-Bons estudos minha garotinha! – desejou meu pai me dando um carinhoso beijo na testa, mamãe já havia saído, ela iria passar o dia ensaiando o coral para uma celebração da igreja que aconteceria dentro de algumas semanas, a maior decepção da vida dela, foi eu não ter aceitado participar do coral nenhuma vez, é que eu realmente não sentia vontade alguma de participar.
O curto caminho que eu percorria para escola pude inalar diversas fragrâncias , o cheiro que vinha da casa da Sra. Oliver era de café recém coado , na casa dos Trud era da grama ainda molhada pelo sereno, e na casa um pouco mais a frente , dos novos vizinhos pelo jeito ainda estavam dormindo, se mudaram ontem, portanto deveriam estar muito cansados. Logo ouvi um som conhecido, e conclui em poucos segundos ‘’Derick’’. Ele estacionou o carro do meu lado, abriu a porta para mim com um sorriso maravilhoso e seus olhos castanhos brilhando.
-Bom dia Rapha! – Me deu as boas vindas com um beijo carinhoso.
-Bom dia – Respondi sorrindo. Ele acabou com meus planos de ir andando até o colégio, que droga.
Era inevitável amá-lo , estávamos juntos fazia quase um ano, não sou boa com datas, mas eu podia lembrar desta, tudo havia começado com a vinda dele para cá, o pai dele trabalha com o meu no centro de pesquisas científicas, e sua mãe comprou a loja que sempre frequentei, logo mais logo menos, começamos a sair, e assim foi indo , e agora ele está aqui do meu lado com uma de suas mãos por cima da minha.


As minhas matérias favoritas do dia foram substituídas por uma chata palestra falando das mais requisitadas faculdades dos Estados Unidos, mas eu não tinha interesse em nenhuma, não por enquanto. A voz da palestrante estava me dando náuseas, ela repetia tantas vezes o quanto aquilo era importante para nossas vidas, aquele momento me deixou irritada, a forma como ela manipulava os alunos, a raiva foi tomando conta de mim, que quando percebi eu estava de pé iniciando um debate com a loura de cintura fina e olhos verdes que estava na parte mais alta do auditório.
-Você acha realmente inteligente fazer com que a gente fique com a cabeça cheia de informações de uma vez só, eufóricos por novidades. Enquanto você aparenta ser uma mulher bem distinta proporcionada de boa aparência tenta manipular nossas cabeças fazendo com que a gente acredite que só temos uma opção. – Eu fiquei vermelha após aquele monte de palavras saírem da minha boca , todos olhando na minha direção , só consegui respirar fundo, esperando pela minha suspensão, então ela me respondeu.
- Certo, talvez eu esteja fazendo isso mesmo, talvez estou sendo muito bem paga, para que venha aqui encher a cabeça de vocês para escolher uma forma de ensino superior adequada, porém, cabe a vocês serem influenciados pelos meus pensamentos, ou não. E , qual seu nome ? – Ela sorria calmamente, acho que já foi surpreendida assim outras vezes, por alunas, que como eu, enlouqueceram de repente.
- Raphaela Lyon senhorita. – Respondi rapidamente e me sentei, senti de longe Derick me encarar.
- Você é louca? – Ele sussurrou no meu ouvido.
- Não sei o que aconteceu, por favor podemos sair daqui? – Eu estava angustiada precisando de ar puro para respirar.
-Já está quase na hora do almoço , deixo você em casa, pode ser?
-Vamos almoçar longe da minha casa, quero um pouco de sossego. – Ele levantou pegou a minha mão e me levou para fora daquela sala, a palestra prosseguiu calmamente agora, sem mais interferências.


No caminho até o restaurante, ficamos em silêncio, o rádio tocava uma música suave que me acalmou, o que havia acontecido? Eu perdi totalmente meu controle, eu estava irritada de mais, isso não costuma acontecer, na verdade nunca aconteceu. Não tenho motivos para agir de tal forma, mas não foi o primeiro sinal de que eu estava impaciente, em casa eu me mantinha mais no meu espaço, estudando para semana de provas, de vez em quando minha mãe passa para levar guloseimas que ela prepara nas suas horas vagas, mas eu estava diferente, eu podia sentir na pele, mas não sabia o porque. O vento passando pela janela aberta ficou tão gelado de repente, que estremeci e meus pensamentos foram para longe.
-Está tudo bem? – Derick desligou o carro e virou-se para mim que sem respostas apenas o beijei , ele me abraçou bem forte, e enfim me senti segura.


O almoço foi ótimo, rimos como duas crianças tolas com tudo que acontecia ao redor, consegui então me distrair um pouco da minha bipolaridade momentânea.
-Se cuida garotinha – Se despedimos brevemente na porta da minha casa.
-Pode deixar! – Prometi. Entrei em casa e o silêncio tomava conta .
Joguei a bolsa de lado e caminhei até o segundo andar , me joguei na minha cama a procura de um pouco de sossego.

‘’ Era escuro de mais para detectar alguma forma de movimento, o barulho da ventania era perturbador de mais , eu não podia ouvir a minha própria respiração, e por um momento pensei nem estar respirando, algo me puxa em meio essa escuridão toda, mas estou impossibilitada de reconhecer quem seria, ou o que poderia ser. – Me solta! – Eu gritava desesperada, fui sentindo a temperatura subir e jurava que meus pés estavam incendiando. – Por favor me solta! – Nada acontecia , do nada houve um relance de luz , fechei os olhos e alguém gritava meu nome, gritava por mim, eu não conseguia distinguir a voz, mas eu conhecia. Quando decidi por vez abrir os olhos , Grace estava ali em um lindo vestido branco sorrindo para mim – Quanto tempo Raphaela , fuja’’

-Filha? Estou aqui, se acalme – Minha mãe me abraçava forte, foi só um sonho. – Oi meu amor, foi só um pesadelo, mamãe está aqui. – Eu estava encharcada de suor, meus braços estavam arranhados e eu não conseguia parar de chorar , sem ao menos saber o porque, talvez seja emoção de mais para mim, depois de tantos anos reencontra-la , mesmo que seja em um sonho. – Quer um copo d’agua?
- Eu estou bem mãe, obrigado – Meu fôlego continuava pesado.
-Quer me contar sobre seu pesadelo? Talvez ajude , botar para fora. Quem sabe...
-Eu estou bem mamãe, nem consigo lembra-lo direito. – Ela me deu um beijo na testa e se levantou.
- Eu e seu pai temos uma notícia para contar para você , uma boa notícia, quando poder descer , te esperamos na sala. – Ela abriu um enorme sorriso, de orelha a orelha , apenas sorri de volta , então ela saiu do meu quarto.

Sem saber o que fazer, planejei um rápido banho, para me refrescar um pouco. Na verdade eu estava totalmente assustada, o que aconteceu? Ou melhor, o que está acontecendo comigo? Primeiro enlouqueci na palestra da escola, depois ter lembranças de Grace quando já se passou doze anos? Isso é ridículo. Talvez eu esteja ficando louca, é pode ser isso, deve ser isso, nenhuma outra explicação, semana que vem seria minha semana de provas antes das férias, quem sabe eu esteja nervosa de mais, e isso afetou meu lado sentimental e me trouxe lembranças, meus traumas de volta. Enxaguei meus cabelos retirando toda espuma enquanto minha cabeça me deixava totalmente maluca.

Coloquei meu pijama pois a tarde já havia se encerrado, desci as escadas calmamente enquanto ouço meus pais conversando na cozinha, e eu parecia ser o assunto.
-Alice , já chega por favor, nossa filha só deve estar passando por maus momentos.
-Você não viu o que eu vi Paul! Devemos levá-la a um padre, ela está sendo perturbada.
-Então conte-me o que você viu Alice!
-Ela começou a gritar pedindo que a soltassem, ela estava sentada na cama se arranhando toda, mas não estava acordada, foi horrível! Paul devemos levá-la já para receber água benta, se isso for deixado entrar nela, AH MEU DEUS! Ela é nossa filha! – Ouço minha mãe soluçar enquanto contava sobre mim. Agora sim eu estava mais apavorada ainda, eu estava em choque.
- Se acalme Alice, por favor!, Ela deve estar passando por várias coisas de uma vez só, ela deve estar exausta da escola, quem sabe brigou com Derick. Depois converso com ela, e amanhã levamos ela em um psicólogo, está bem?
-Para eles encherem nossa menina de drogas?
-Alice já chega! – Meu pai gritou quando cheguei em meio a eles, ele lançava um olhar ameaçador para minha mãe. – Oi querida, está tudo bem?
- Oi pai – Única coisa que consegui dizer, minha voz ficou perdida em algum lugar, junto com minha cabeça e o resto, eu estava realmente louca.
- Temos uma novidade para lhe contar Rapha – Indiquei com a cabeça para que prosseguissem. –Consegui férias, e três passaportes para Paris , vamos ter férias juntos, não é o máximo?
-Que ótimo pai – Abracei-o bem forte, e mamãe nos abraços também, todos ali juntos.


Jantamos então em silêncio, o clima estava bem pesado, próspero para discussões, tentei ser o mais rápida o possível.
-Querida me passe o sal. – Pediu gentilmente meu pai apontando para o sal ao lado de mamãe, ela o encarou e levou um segundo para ela soltar tudo que estava guardando dentro de si.
-Vamos ficar aqui brincando de bonecas até que nossa família seja desgraçada com o mal?
-Alice, por favor! – Meu pai protestou calmamente.
- Não é nenhuma questão de por favor Paul, nossa filha esta correndo perigo, a gente finge de cego, pelos céus, o que está havendo nessa família?
- Tudo bem mamãe! - Levantei colocando meu prato na pia, posicionei a cadeira de volta ao lugar, enquanto eles se encaravam sem dizer uma única palavra. – Se vocês não se importam, quero ir ver o Derick.
- NÃO! – minha mãe gritou.
- Pode ir meu anjo – Meu pai piscou para mim – Eu e sua mãe damos conta de lavar a louça.
- Obrigado pai – Subi correndo, empurrei a porta com força, joguei algumas peças de roupas sobre a cama, e as vesti com pressa, eu estava em crise comigo mesma, agora minha mãe acredita que vou ser possuída por algum ser do mal, meu pai acha que estou em depressão. Como não ficar louca em uma família como a minha? Como não ficar louca com as pessoas dizendo o que você deve fazer o tempo todo? Era óbvio que algum dia eu iria estourar, é muita coisa acontecendo dentro da minha cabeça.


-Oi amor, aconteceu alguma coisa? – Derick arregalou os olhos, e eu desabei em lágrimas. Contei sobre meus pais brigando de novo, contei sobre meu pesadelo, e me desculpei por estar maluca hoje de manhã, ele apenas riu e me abraçou , eu contaria tudo da minha vida, menos a parte de Grace, a parte do homem misterioso de terno, e do celeiro em chamas. – Talvez você seja um pouco maluca Raphaela , mas todos nós passamos por momentos assim na vida, todos tempos pesadelos estranhos, só seus pais as vezes levam esse lado sério de mais, por ser parte do cotidiano deles, não deixe que isso interfira no seu estado de espírito, está bem?
- Eu sei, mas eu me sinto culpada, eu não gosto de vê-los discutindo, e sobre mim.
- Não é sua culpa, pode ter certeza.
-Esta tarde , preciso voltar.
-Não quer dormir aqui?
-Quero ir pra casa, acho que da já foram dormir, então da para aturar.
-Está bem, se precisar me liga promete?
-Sim. – Disse fechando a porta do meu carro. – Tenho uma coisa antes, pra contar.
-Diga. – Ele me olhou desconfiado.
-Na semana de férias vamos à Paris. Eu e meus pais, eu queria que você também fosse.
-Eu adoraria, mas prometi esse ano, como sendo nosso ultimo ano na escola , ajudar a planejar a famosa festa fantasia de férias. – Ele ironizou e caímos na gargalhada.
-Desculpa por não estar presente na sua festa, vai ser bom passar um tempo em Paris com aqueles dois loucos, talvez as coisas se acertem.
-Boa sorte alucinada – Ele me deu um beijo, e refiz o caminho de volta para casa.

Tudo estava tranquilo, e todos estavam dormindo, então decidi fazer isso também, novamente.

‘’Derick corria de mim, para longe , várias pessoas fantasiadas estranhamente corriam ao nosso redor, dançando, gritando, ele sumiu em meio a multidão, vejo duas meninas ruivas rindo de mim, tudo começa a incendiar , e uma dor enorme no meu peito, algo agonizante. Ele vem me abraça e eu o empurro com força.
– Você é um idiota Derick, como pôde?
-Me desculpa, eu não sabia que você viria , você detesta festas de escola.’’

Acordo desesperada , procuro na escuridão meu celular, digito o número dele, e imediatamente cai na caixa postal, acendo a luz e procuro meu roupão dentro do meu guarda roupas, havia um vento tão forte lá fora que tilintava o vidro da janela, meu fôlego estava pesado de novo, eu suava frio, meu coração acelerado minhas veias pareciam estar fora do corpo, as pessoas do meu pesadelo eram estranhas, diabólicas, com fantasias de coelhos gigantes, palhaços assustadores, todos me levando para longe de Derick, e eu gritar com ele daquele jeito por que? ,e por que ele pensou que eu não iria, e o que ele fez? Tudo tão embaralhado na minha cabeça, vou até a cozinha em busca de um copo d’agua , e percebo que a porta da rua esta entre aberta.
‘’Será que me esqueci de trancá-la e o vento abriu?’’ Antes de fechar dei uma conferida lá fora, e no mesmo instante um raio atinge a árvore do outro lado da rua, deixando todos sem energia, pois havia um poste ao lado. ‘’DROGA’’. Procuro uma lanterna nas gavetas, reviro tudo e a única coisa era uma vela e dois fósforos, pelo menos teria uma segunda tentativa caso o primeiro quebrasse. Posicionei o primeiro para riscar na caixa, e acendi de primeira, consegui um pouco de claridade para beber água.

Peguei a vela novamente para caminhar até meu quarto, subi as escadas e os degraus rangendo junto com o barulho dos trovões lá fora. Quando entrei no quarto a vela se apagou, a janela estava aberta ‘’Estranho’’ calafrios começaram a percorrer meu corpo. Fechei-a rapidamente me viro.
-NÃO! – exclamo assustada, Grace estava parada na minha frente com um longo vestido branco, caio de joelhos no chão tentando me proteger vou me arrastando para o lado da cama, ela estende as mãos na minha direção me entregando um livro velho de capa verde, o livro cai aberto no chão do meu quarto, a luz volta.
Não pude deixar de ler o que estava escrito.

''Querido diário, não consigo estar arrependida, não consigo ao menos imaginar como seria se eu não tivesse tomado estas escolhas , porém nunca pensei que perderia tudo na minha vida em um piscar de olhos, e foi assim, em algumas horas as pessoas que eu mais amava desapareceram da minha vida sem ao menos se despedirem, eu estou perdida. ''

‘’Então esse é o diário dela?, ela existiu mesmo, é claro que existiu, mas por que ela o entregou para mim?’’ Sem conseguir mais pensar em nada, sem conseguir me entender, e entender o que aconteceu, acabei desmaiando.

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MensagemAssunto: Re: Lonely || 1- A emboscada   Lonely ||     1- A emboscada Empty30.05.13 22:18

Caramba, esta protagonista parece meio maluca mesmo, mas vou aguardar os próximos capítulos para confirmar hahhaha Brincadeiras à parte, estou curioso pra saber o que o futuro reserva para ela. Laughing Abrazz
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