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 Detalhes Sórdidos || Capítulo 6

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grimaulde.gomes
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Idade : 48
Cidade : Várzea Da Palma, Minas Gerais, Brazil

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MensagemAssunto: Detalhes Sórdidos || Capítulo 6   Detalhes Sórdidos || Capítulo 6 Empty31.01.13 18:15

Sala de refeições
TOM – Garibaldi desapareceu!
EDSON – Mas como? Você mesmo o amarrou. Não havia como ele sair.
TOM – Alguém o libertou. Mas quem?

Sérgio fez um sinal com a cabeça para alguém que ia entrando. O Mordomo.

EDSON – A culpa é sempre do mordomo. Vamos obriga-lo a falar. Ele sabe tudo que acontece nessa casa maldita.
MORDOMO – Perdão, cavalheiros. Receio que não posso ajuda-los…
TOM – Pode sim! Você pode começar nos dizendo quem é o dono dessa casa, e por que ele está fazendo isso conosco.
MORDMO – Cavalheiro, ao que me parece, o senhor aceitou uma proposta em dinheiro. Isso lhe furta o direito de qualquer questionamento, não acha?

Edson pega o mordo pelo colarinho.

EDSON – Escuta aqui, cara: não estou aqui para brincadeiras, e muito menos para servir de palhaço. Comece a falar agora o que está acontecendo, e como sair daqui.
MORDOMO – Não! E se o senhor puder me soltar, preciso já começar a confecção do almoço. Tenha a bondade, por favor.

Edson soltou, e altivamente, o mordomo desamarrotava o seu colarinho, saindo tão calmamente quanto entrara.

EDSON – A fleuma dele me irrita.
TOM – Calma, é tudo parte de um jogo.
EDSON – É, mas não foi você que ficou duas vezes na mira de uma arma, sendo que na primeira vez, chegaram a atirar. Quer saber de uma coisa? Eu acho que o Garibaldi tem a ver com isso.
PADRE DORNAS – Eu também.

Todos os olhares se voltaram para o padre, que tinha nas mãos um livro.

PADRE DORNAS – Desde o começo, eu tinha uma sensação de deja-vú. E algumas situações desse livro, “Brumas azuis”, de autoria do Ernesto Garibaldi se repete aqui dentro.
EDSON – Eu sabia que aquele louco tinha algo a ver com isso.
PADRE DORNAS – O livro fala sobre dez pessoas que ficam perdidas em uma ilha deserta. Uma das pessoas é uma vidente, que jogando as cartas, ia prevendo a morte de cada um dos personagens, até chegar ao fim.
TOM – Temos que encontrá-lo e fazê-lo parar. Se ele tem algo a ver com isso, e eu acredito que tenha, ele vai pagar.
PADRE DORNAS – Mas ele sumiu. Como vamos encontra-lo? Essa casa é uma armadilha gigante.
TOM – Eu sempre fui um homem cético. Mas será que você não pode responder com as suas cartas, Valéria?
VALÉRIA – Receio que não.
EDSON – Não pode, ou não quer?
VALÉRIA – Eu quero resolver tudo isso, tanto quanto todos aqui.
EDSON - Então coloque as cartas. Se você tem como provar que isso é verdade, a hora é agora.
VALÉRIA – Eu não tenho que provar nada.

Sala de convivência.

ANFITRIÃO – Estão gostando da estadia?

Silêncio.

ANFITRIÃO – Padre Dornas, eu fiz ontem, e eu notei que todos os sentidos se voltaram para o senhor. A pergunta foi: quem é o violador de menores, e quem foi violado…
SÉRGIO – Esse assunto de novo?
ANFITRIÃO – Ele te causa algum desconforto, professor?
SÉRGIO – O que me causa desconforto é estar em um lugar contra a minha vontade.
ANFITRIÃO – Mas o senhor não está aqui contra a sua vontade. Eu fiz um convite e o senhor aceitou. Ninguém, nenhum de vocês foi arrastado pra cá. Ou foi?
EDSON – Ele tem razão.
ANFITRIÃO – eu fiz uma pergunta outro dia, e não obtive a resposta. Qual é o motivo pelo qual o senhor se encontra desempregado? Um professor tão conceituado, não deveria ficar sem dar aulas.
SÉRGIO – Eu realmente não quero falar sobre isso.
ANFITRIÃO – Talvez o padre Dornas possa lhe ajudar, afinal, pedofilia é o seu forte, não é mesmo, padre?
TOM – Eu não disse?
PADRE DORNAS – O que foi que você disse?
TOM – Que você é um maldito pedófilo! Todos aqui podem ter coisas a esconder, mas pedofilia é a pior delas.

Tom mal pode perceber quando um murro na cara lhe derrubou no chão. Ainda meio tonto, ele se levantou e se precipitou sobre o padre, acertando-lhe outro murro, mas na barriga. O padre Dornas gemeu, e esse instante de dor facilitou para que Tom lhe acertasse outro murro na testa. Ele caiu em cima de uma mesinha de centro, que sendo de vidro, se partiu em pedaços.
Parte das pessoas seguraram o padre, e outra parte segurou Tom.

PADRE DORNAS – Eu não sei do que é que você está falando. Eu não sou e nunca fui pedófilo.
TOM – Claro que não! Precisa se defender, não é? Mas se todos estamos aqui porque temos algo a esconder, não me admira que você seja um pedófilo desgraçado.
ANFITRIÃO – Por que será que quando se fala em pedofilia, todos viram logo para um padre? Já sei: no Brasil, ser padre virou o estereótipo de pedófilo, não é mesmo?
TOM – Então…
ANFITRIÃO (gargalhando) – Isso mesmo. O padre, não é o pedófilo…
MARIAH – Então quem…

Todos os olhares se voltaram para Sérgio.

ANFITRIÃO – Não vai nos contar a sua história, professor? Não vai nos contar sobre aquele menino que sofreu nas mãos de um padre na Paróquia Nossa Senhora da Conceição?
SÉRGIO (aos gritos)– Vai para o inferno! Por que você não desce aqui pra eu quebrar a sua cara?
ANFITRIÃO – Porque isso não está no nosso acordo. Senhoras e senhores, a explosão de ira do nosso professor tem um motivo. Quando se fala em pedofilia, todos acham que o padre é o culpado, não é mesmo. E realmente foi. Mas não na escala em que estão imaginando. O nosso amigo, o padre Dornas é inocente dessa vez. O padre que abusou de um menor, abusou de uma criança que hoje é adulto, não é mesmo, professor Sérgio. Conte-nos um pouco sobre isso.
TOM – Não! Ele não precisa falar nada.
ANFITRIÃO – Tenho certeza que você não sabe o que está dizendo, Tom. Você vai apreciar muito a história que o professor tem para contar, não é, professor. Vamos lá, seja corajoso. Aqui todo mundo tem um momento reprovável em sua vida. Vamos lá, professor, fale um pouco.
SÉRGIO – Eu não sei do que você está dizendo…
ANFITRIÃO – Então nada sabe sobre o menino que era obrigado a visitar o padre constantemente pra que ele pudesse lhe salvar a alma? Fale a verdade.
PADRE DORNAS – Isso é muito clichê. Padre pedófilo é o mesmo que qualquer pessoa que cometa tal erro, mas a imprensa dá mais vasão ao falatório quando é um padre. O que é que um padre tem de diferente dos outros homens?
IRMÃ SOFIA(Ela acabava de chegar à sala) – Os votos. Se o padre não tem condições de manter os seus votos de castidade, que não os faça.
TOM – Irmã Sofia?! Estávamos preocupados. Onde a senhora passou a noite?
IRMÃ SOFIA – Eu precisava ficar sozinha…
ANFITRIÃO – A irmã tem razão, mas e quanto à senhora, irmã. Uma mulher ainda jovem, tem um corpo aparentemente bonito. A senhora cumpre com seus votos?
IRMÃ SOFIA – Claro que sim. Sou esposa do Nosso Senhor Jesus Cristo. Meu matrimônio é a Igreja.
ANFITRIÃO – Muito bonito. Mas e quando a natureza cobra? Quando a natureza fala mais alto que as promessas? Mais alto do que o bom senso… Isso pode destruir a vida de uma pessoa. E destruiu a vida de um aqui dentro. Os demais, tiveram sorte, até agora. Vamos lá, professor Sérgio, seus amigos querem saber…
SÉRGIO(Explosão de raiva) – Mas que droga! Sou eu! Eu explorei meninas tá certo?! Crianças de nove a onze anos. Eu as explorei. Eu as obrigava a fazer sexo oral em mim! Eu as fotografava!

Valéria, assaltada pelo horror, teve ânsia de vômito e saiu correndo para o banheiro.

TOM – Eu… eu realmente não podia imaginar…
SÉRGIO – Eram meninas depravadas. Meninas do subúrbio. Já nasciam com o sexo na cabeça, e muitas delas ficavam me excitando, falando coisas, fazendo coisas. Elas queriam…
PADRE DORNAS (gritando)– Isso não é desculpa! Você é um educador, tinha obrigação de educar…
SÉRGIO (gritando também)– Quem aqui pode me julgar?! Pelo jeito, estamos no mesmo barco…
PADRE DORNAS – Muito embora a maioria das pessoas aqui pensasse o contrário, eu nunca obriguei criança nenhuma a fazer um boquete em mim. Isso é horrível! Pessoas como você deveriam estar mortas.
SÉRGIO – e você acha que eu não desejo morrer? Vocês podem imaginar o que essa luta dentro de mim? Podem imaginar o quanto a minha consciência me mata dia-a-dia? Eu jurando que nunca mais irei sequer pensar em uma criança, mas basta ver uma na rua pra sentir tesão e desejar fazer amor com ela…
TOM – Pare de falar, porque senão eu te mato.

Sérgio deixou a sala aos prantos.

TOM – É isso que você quer? Nos jogar uns contra os outros?
ANFITRIÃO – Eu quero muito mais do que isso.

Manhã seguinte. Fim da madrugada, 05:12h.
O padre Dornas ouve uma movimentação no quarto do professor Sérgio. Ele se levanta e vai até lá, vendo que a porta estava aberta. A luz estava apagada, mas o abajur aceso.

PADRE DORNAS – Sérgio, eu posso entrar?

Silêncio.

PADRE DORNAS – Eu posso imaginar o que se passa em seu coração. Não deve ser fácil ser um pedófilo. Desejar crianças é uma doença, e você pode ser tratado. Quer conversar?
Ele foi entrando no quarto, mas este estava vazio. A luz do banheiro estava acesa. O padre tentou abri-la, mas estava trancada.

PADRE DORNAS – Sérgio, você está aí?

Sem resposta, ele ficou preocupado. Sérgio estava sobre extrema pressão psicológica. O padre resolveu tomar então uma medida drástica. Arrombou a porta do banheiro. Sua inciativa tinha fundamento. O teto era alto. Tinha um gancho lá em cima, e nesse gancho estava o corpo do professor dependurado, amarrado a uma corda passada pelo pescoço. Ao seu lado, a mesinha que fia perto da cama. Sérgio havia se enforcado.

PADRE DORNAS – Minha Nossa Senhora!

Fim do Capítulo 6

Resumo do capítulo 7


Todos acham que Sérgio não se matou. A carta de tarô O ONFORCADO é encontrada debaixo do seu travesseiro. Todos passam a desconfiar de Valéria. Todas as suas cartas desaparecem. Todos pedem desculpa ao padre Dornas por acharem que ele era pédófilo. A turma se divide para procurar Garibaldi, mas mais perigos os aguardam na propriedade.
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