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 "Jovens Tardes" - Capítulo 11 Último Capítulo "PARTE I"

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AutorMensagem
Wesley Alcântara

Wesley Alcântara


Idade : 30
Cidade : Rio das Flôres

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MensagemAssunto: "Jovens Tardes" - Capítulo 11 Último Capítulo "PARTE I"   "Jovens Tardes" - Capítulo 11 Último Capítulo "PARTE I" Empty19.10.14 20:37

Uma minissérie de:
Wesley Alcântara
 
Personagens deste Capítulo:


Ância
Anita
Ariel
Bela
Besançon
Carmita
Desiree
Edith
Filipe
Fufu
Giulio
Gregório
Hamilton
Helena
Igor
Laerte
Leticia
Lorena
Luzia
Marechal
Maria Marta
Melina
Melione
Milu
Missy Justem
Murilo
Santa
Tomázia
 





Participações Especiais:


Investigador
Delegado
Policial
Repórter
Multidão
Pastor
Repórter 1
Repórter 2
Juíza





 
Continuação Imediata do Capítulo anterior:
Cena 01. Interior, noite, Mansão Acioli. Sala de Estar.
Estão na sala, todos os suspeitos do crime: Ância, Melione, Santa, Helena, Marechal, Tomázia, Gregório Carmita, Besançon, Desiree, Luzia, Igor e Fufu. Além da presença do Investigador, do delegado, Missy Justem, Lorena e Laerte.
O delegado entra e fecha a porta.
Delegado (a todos) – Agora a coisa vai ficar feia.
Marechal – Eu exijo saber o que tá acontecendo aqui.
Delegado (sarcástico) – E o senhor saberá, assim como nós!
Ância – Para com a presepada toda, vai direto ao fato delegado. Tenho pressa!
Delegado – Um de vocês assassinou a ex-modelo Bela Acioli, na noite de 15 de março de 2014. E hoje ninguém sai daqui, enquanto a história não for esclarecida.
Todos se olham assustados.
Desiree – É hoje que a cobra vai fumar.
Todos ficam calados e Lorena começa a falar.
Lorena – Na noite de 15 de março, algumas pessoas estiveram aqui para tentar assassinar a minha tia. E exijo saber quem foi.
Fufu – Exigir? Você não exige nada aqui. É tão suspeita quanto qualquer um de nós. Aliás, você é a única herdeira dela. Ganharia muito dinheiro e poderia muito bem ter planejado a morte da sua tia.
Lorena – Jamais faria isso, me deixa em paz. Tá atacando, porque deve ser a assassina.
Delegado – Parem as duas. Assim não chegaremos a lugar nenhum. Quanto mais confusão tiver, pior se tornará essa história.
Investigador – Eu começarei narrando os fatos, desde a saída de Bela Acioli do hotel em que se hospedara.
Todos ficam aflitos.
Investigador – A saída de Bela Acioli do hotel deu-se através de um carro de marca muito famosa e de cor prata, que ela alugara para fazer o trajeto: hotel-casa-hotel. Esse trajeto seria feito em quinze minutos de ida e mais quinze de volta, o que não aconteceu.
Delegado – Essas informações foram retiradas do próprio hotel.
Ância – Mas a morte não aconteceu aqui na casa, com os tiros que a sujeita levou?
Investigador – A morte dela de fato foi aqui na casa, mas antes disso já tinham pessoas querendo matá-la. Analisei o carro, junto da minha equipe, e constatamos que um carro deu uma pequena esbarrada no carro da vítima e foi perto do desfiladeiro Alfa.
Melione – Eu não tenho tanto estudo, mas acho impossível saber a precisão.
Investigador – A única estrada de terra entre a casa de Bela e o hotel é no desfiladeiro Alfa e justamente a esbarrada no carro, deixou um tipo de minério muito raro, que só é encontrado lá. E a partir dessa esbarrada, podemos concluir também que o tipo de carro em questão é uma camionete e preta. A camionete deixou um pequeno fragmento da tinta de sua lataria, o que nos proporcionou um bom histórico.
Delegado – Aqui na cidade, só duas pessoas têm desse tipo de camionete, que é de modelo internacional. Fabricada na Alemanha, ano 2013 e modelo 2014.
Todos ficam boquiabertos.
Desiree – E quem tem esse tipo de camionete aqui?
Marechal (indo ao centro da sala) – Eu. Eu tenho esse tipo de camionete.
Várias pessoas ficam surpresas.
Marechal – Eu não costumo usá-la. Não gostei. Comprei apenas porque tava na promoção. Eu comprei, assim como, o prefeito Venâncio.
Carmita – Então quer dizer que, ou você, ou o prefeito Venâncio, mataram a Bela?
Delegado – Não, ou melhor, não com a camionete.
Gregório – Agora, quem não está entendendo bulhufas disso, sou eu. Ou matou, ou não. Simples assim!
Começa um burburinho geral.
Investigado (tom alto) – Deixa-me falar. Não conclui ainda.
O investigador começa a andar por entre os suspeitos, que o olham receosos.
Investigador – A camionete pegou o atalho da Alfa torre e de fato chegou lá, o que constatamos pelas marcas de pneu no solo. Isso anula o fato de que quem estivesse na camionete, tenha matado Bela Acioli, já que ela morreu entre dez e onze da noite.
Delegado – Duas pessoas estiveram de fato na mansão. Uma matou a ex-modelo, já a outra, tentou, mas a vítima já se encontrava sem vida. Recolhemos a arma que estava próxima ao corpo da vítima e as balas disparadas contra Bela, foram de fato, disparadas da tal pistola.
Investigador – Eu não quero causar um mal estar e nem quero constranger os inocentes, por isso, peço a pessoa que atirou, que se entregue. Já colhemos a digital e sabemos quem é você.
Todos se entreolham receosos.
SONOPLASTIA: Música de suspense
Nesse instante a câmera pega apenas as pernas dos suspeitos, que vão abrindo caminho e dando passagem.
Besançon (chorando/ gritando) – Quem matou Bela Acioli fui eu!
Todos ficam chocados e Besançon cai em lágrimas no chão.
Corta para:
Cena 02. Exterior, dia, Praça Central.
Edith e Maria Marta passeiam pela praça.
Edith – Eu grávida. Quem diria!
Maria Marta – Ah mana, do jeito que você andava, era de se esperar.
Edith – Ainda bem que eles toparam.
Maria Marta – Eles quem? Toparam o que?
Edith – Eu não sei se o filho que estou esperando é do Ariel ou do Filipe, por isso comuniquei aos dois, juntos, pra não haver desavenças e os dois quererem essa criança.
Maria Marta fica chocada.
Maria Marta – Só Jesus na causa irmã.
Edith – Aconteceu. Eu transei com os dois, isso não é segredo pra ninguém. E o DNA logo esclarece quem é o pai.
Maria Marta – Essas periguetes precisam é ter aula com você. Onde já se viu transar com vários e não saber quem é o pai do seu filho.
Edith – Marta, seja menos hipócrita, estamos no século 21, na era do pode tudo. Eu sou só mais um número, mais uma mulher que desconhece a paternidade do filho. Mas isso logo se resolverá.
Maria Marta – Isso pra mim é um desrespeito a uma mulher e suas crenças. Pra mim filho é sagrado, assim como a paternidade do mesmo. Onde já se viu isso ser normal. Parece coisa de novela.
Edith – Você sempre foi assim né Marta. Sempre bancava a justiceira, era sempre a aluna exemplar, a filha dedicada, acho que nunca nem fez cocô na vida, de tão perfeita que é.
Maria Marta – Para com a graça. Eu só tento ser mais normal. Eu gosto de ser assim, como você gosta de ser desse jeito doido.
Edith – Mas o que é doido pra mim é saber que a minha irmã precisa de cursinho pra casar. Precisa pegar experiência de cama, mesa e fogão. Isso sim é o fim dos tempos.
Maria Marta – Você tá julgando as minhas ações?
Edith – É só uma palhinha do que você, a mãe e o pai me fizeram a vida toda. Sempre apontaram dedos pros meus atos. Tô fazendo você provar um pouquinho do próprio veneno.
Maria Marta – Eu sei, fui errada com você. O que é estranho pra mim, é normal pra você e vice-versa.
Edith – As pessoas precisam aprender a respeitar a minoria, precisam aprender a respeitar o exótico, aprender a quebrar tabus. Enquanto forem tidos exemplos de vida, o que a minoria fizer, vai ser sempre motivo de chacota.
Maria Marta concorda e ambas continuam a caminhar pela praia.
Corta para:
Cena 03. Interior, dia, Mansão Acioli, Sala de Estar.
Os mesmos personagens da cena 01.
Todos surpresos e Besançon ajoelhada no meio da sala chorosa.
Investigador – Conte-nos mais sobre o que aconteceu naquela noite.
Besançon (chorando) – Eu atirei na Bela, sem dó nem piedade. Ela não teve chance de defesa. Morreu dormindo.
Delegado – Mas como foi que tudo aconteceu?
Besançon (mais calma) – Eu tava seca de ódio. Queria, porque queria acabar com a vida dela, era ela ou eu. Aí então entrei naquele maldito quarto, não tinha ninguém...
***INSERT DO FLASHBACK***
Flashback a ser gravado: (Atenção: Cena retratada igualmente a Cena 29 do capítulo 04. Mesmo cenário, mesmos personagens, mesma posição).
Bela está deitada de bruços na cama, totalmente IMÓVEL, e no criado mudo estão: uma garrafa de uísque e dois copos vazios.
SONOPLASTIA: Música de Suspense.
Nesse instante faz um barulho, a porta se abre, mostrando apenas o cano de uma pistola 38. Nesse instante a câmera vai subindo lentamente e focaliza no rosto de Besançon, a imagem congela em tom sépia e surge ao lado o letreiro com: ”Besançon dos Santos”
Cena prossegue normalmente.
Besançon vai chegando próxima de Bela, totalmente descontrolada e com ar de psicopatia.
Besançon (apontando a arma para Bela) – Era eu, ou você. A balança se inverteu mais uma vez. Vá pro inferno!
Besançon vira o rosto e dispara dois tiros.
Besançon (ódio) – Morre maldita.
Acontece um apagão no quarto, e segundos depois, quando a luz se acende novamente, está apenas o corpo de Bela, com duas marcas de tiro e se esvaindo em sangue. A pistola encontra-se no chão.
***FIM DO FLASHBACK***
Volta para Sala de Estar da mansão Acioli.
Besançon (exausta) – Eu errei ao deixar a arma lá, mas foi porque a luz apagou. Parecia que estava apenas esperando os tiros serem disparados. Fiquei com medo e sai correndo.
O delegado e o investigador se olham e sorriem.
Delegado (rádio transmissor) – Pode entrar.
Todos ficam se olhando e um policial entra.
Delegado (ao policial) – Pode algemar essa moça que está aqui no centro da sala.
Policial algema Besançon e a deixa sentada no sofá.
Marechal (aliviado) – Então vamos voltar pra casa. A história está toda resolvida.
Marechal sai andando em direção à saída.
Investigador – Pode parar aí seu Marechal. A história está apenas começando.
Ância – Começando uma ova. Já sabemos que essa garota é a assassina da Bela.
Delegado – Não mesmo. Quando a Besançon atirou na Bela, ela já estava morta.
Helena olha assustada para Tomázia, que olha assustada para Carmita, que olha assustada para Igor, que olha assustado para Marechal.
Melione – Então quem matou Bela Acioli?
Tomázia (convicta) – Eu. Eu acabei com a vida da desgraçada.
Todos olham assustados para Tomázia.
Marechal (surpreso) – Para com a mentira.
Tomázia – O delegado e o investigador sabem que eu me utilizei de um veneno. Veneno este, que coloquei no uísque dela.
Investigador – É isso mesmo. Bela Acioli morreu envenenada e foi estrategicamente colocada na cama de bruços.
Tomázia – Eu tava cansada de viver a sombra do que aquela ordinária fazia.
Lorena (gritando/chorando) – Você não tinha o direito de fazer isso.
Laerte – Mãe?
Tomázia olha para Laerte e chora.
Laerte (chorando) – Eu sei o quanto você sofreu e o quanto sofre por causa da Bela.
Tomázia – Eu a matei, mas a intenção não era essa. Eu entrei na casa dela e...
*** INSERT DO FLASHBACK ***
Flashback a ser gravado: (Retratação idêntica a cena 29 do capítulo 4).
Atenção direção: Mesmo cenário, figurino, luzes e jogo de câmera.
Interior, noite, Mansão Acioli. Sala.
Bela acende a luz da sala e olha assustada para todos os cantos, sobe as escadas em direção a seu quarto.
Corta para: QUARTO DE BELA.
Bela (ressabiada) – A luz do meu quarto acesa? Que estranho... Tô sentindo um perfume, peraí, eu conheço esse perfume.
Bela vira-se sorridente.
Bela (feliz) – Marechal, eu sei que é você. Pode aparecer. Conheço seu cheiro. Veio se despedir de mim?
Nesse instante Tomázia aparece em tom suave e com uma pistola apontada para Bela.
A imagem congela em tom sépia e surge ao lado o letreiro com: “Tomázia Kalil”. Cena prossegue normalmente.
Bela (assustada) – Não faça uma bobagem dessas.
Tomázia – Quem bobagem? Eu vim apenas acertar as contas.
Bela se senta na cama, enquanto Tomázia permanece de pé e apontando a arma para ela.
Tomázia – Eu acho que esse nosso embate final era mais do que previsível, aliás, demorou bastante. Custei criar coragem.
Bela – Eu não tenho nada pra falar com você.
Tomázia (gritando) – Cala a boca! Quem fala aqui sou eu. Hoje a dona do jogo se chama Tomázia Ribeiro Kalil.
Bela se levanta e fica cara a cara com a pistola.
Tomázia (nervosa) – Senta!
Bela – Não.
Tomázia – Senta agora ou eu atiro.
Bela pega o cano da pistola e coloca em direção ao seu coração.
Bela (serena) – Não é tão mulher? Me mata de uma vez e acaba com esse passado que te atormenta.
Tomázia – Para de se meter nas minhas decisões.
Tomázia abaixa a arma.
Bela – Frouxa, sabia que não iria me matar.
Tomázia – Você tá sempre se metendo na minha história. Tá sempre cavando o passado. Vive com ódio de todo mundo e cruza sempre a linha da minha vida, chega!
Bela – Essa história que você diz que é sua, que você e o Marechal têm que viverem juntos, na verdade é minha. A vaga que você ocupou é minha. Não adianta, você vai ser sempre a minha sombra. E não é por culpa minha.
Tomázia começa a chorar.
Bela – Infelizmente você se meteu em uma história que era pra ser minha. Você foi obra comercial, é uma caricatura, um reflexo do que eu deveria ser. Você não passa de uma marionete.
Tomázia (chorando) – Para, para com isso! Eu já sofro demais.
Bela anda em direção à mesa de cabeceira, onde se encontram dois copos limpos e uma garrafa de uísque.
Tomázia (se acalmando) – A culpada dessa infelicidade toda é sua. Você deveria ter se casado, ter vivido a vida que eu vivi.
Bela (servindo uísque aos copos) – Pra que? Pra ser mais uma infeliz? Viver a sombra de um homem que não valoriza as mulheres? Você é linda Tomázia e merece ser feliz. Larga tudo, esquece essa vida que não é sua e some daqui.
Tomázia – Eu amo a minha vida, amo minha família.
Bela – A minha família? A minha vida? Você vive uma vida que não é sua.
Tomázia – Esse é o seu motivo real de vingança. Que pena que será tão infeliz o resto da vida.
Bela entrega um copo de uísque a Tomázia.
Bela (procurando algo) – Eu sou feliz. Vivo a vida que escolhi.
Tomázia – Tá procurando o que?
Bela – Meu passaporte, eu esqueci aqui. Amanhã tô voltando pra Nova Iorque.
Tomázia – Tá na mesa da sala. Ao lado do abajur de flor.
Bela fica espantada.
Tomázia – Sou muito detalhista e reparei em tudo. Estou aqui desde que você saiu com a sua... Digamos que, sua...
Bela – Minha mulher. Isso mesmo, a Missy Justem é minha mulher.
Tomázia – Tá né!
Bela (saindo) – Vou buscar e já volto.
Bela sai deixando seu copo de uísque na penteadeira.
Tomázia então retira um veneno do sutiã e o coloca em seu próprio copo, em seguida esconde o frasco de veneno vazio e enche os dois copos com uísque.
Tomázia (pra si) – Eu não pude definir o passado, mas com certeza poderei modificar meu futuro.
Nesse instante Bela aparece.
Bela – Falando sozinha?
Tomázia (desconcertada) – Não. Vamos tomar uísque.
Bela olha seu copo cheio e o pega receosa.
Tomázia deixa seu copo na penteadeira e anda em direção ao espelho.
Bela – Olha aí, acho que borrou sua maquiagem.
Tomázia fixa o olhar no espelho e enquanto isso Bela troca os copos de uísque.
Bela (puxando Tomázia) – Deixa isso de lado, vem brindar comigo. Nosso último brinde!
Bela e Tomázia brindam e tomam o uísque se olhando.
SONOPLASTIA: Música de suspense.
Bela olha Tomázia, que cheira o copo.
Tomázia – Merda! Você tomou o veneno. Era pra eu morrer.
Bela deixa o copo no criado e em seguida começa a sentir-se mal.
Bela – Eu troquei os copos, achei que você queria me matar.
Tomázia – Burra, burra que você foi!
Bela cai no chão e começa a agonizar.
Tomázia – Tá na sua hora de cantar pra subir. Olha o que seu orgulho besta conseguiu. A piranha mor tá indo nessa.
Bela então para de respirar e morre.
Tomázia pega ela e a coloca de bruços na cama, em seguida coloca garrafa de uísque e os dois copos no criado mudo.
Tomázia faz o sinal da cruz e sai do quarto.
*** Fim do INSERT DO FLASHBACK***
Tomázia está perplexa, paralisada. Enquanto Marechal chora.
Delegado (algemando Tomázia) – A senhora está presa por homicídio.
Marechal – Eu vou te tirar de lá meu amor.
Tomázia (a Marechal) – Guarda sua energia, assim como você guarda o seu luto até hoje. É ela que você ama e essa vida sempre foi dela. Cansei!
Delegado sai levando Tomázia, enquanto policial leva Besançon.
Todos saem em seguida.
Corta para:
Cena 04. Exterior, dia, Mansão Acioli. Jardim principal.
Vários curiosos,  repórteres, fotógrafos e jornalistas estão na expectativa de alguma informação.
Repórter (a câmera) – Estamos aqui ao vivo para cobrir o verdadeiro assassino da ex-modelo Bela Acioli.
Nesse instante o delegado SAE trazendo Tomázia e  Besançon algemadas.
Todos correm para ver, porém vários policiais chegam e formam um muro de contenção, apenas muitos flashes são disparados.
Multidão (gritando) – Assassinas.
Besançon e Tomázia entram na parte de trás de uma viatura. A porta é fechada.
Corta para:
Imagens aéreas da cidade de Pedrosa.
Letreiro com: Dias Depois.
Corta para:
Cena 05. Interior, dia, Mansão Kalil. Escritório.
Marechal está visivelmente abalado, com olheiras e com roupa desalinhada, analisando alguns documentos. Nesse instante alguém bate a porta.
Marechal – Entre!
Melina entra vagarosamente e Marechal fixa o olhar nela.
Melina – Será que a gente pode conversar?
Marechal – Vai depender do que você quer dizer.
Melina – Eu fiquei sabendo de tudo que aconteceu com a minha mãe e tô arrasada.
Marechal – Olha pra mim, acha que não estou sofrendo? Foi um baque saber que a sua mãe matou a Bela, mesmo que sem querer.
Melina – Pai, eu sei o quanto estamos afastados, o quanto brigamos nesses anos todos, o quanto eu fui ofendida e te ofendi também. Mas eu queria tanto ter um pai comigo, nesse momento, para nos ajudarmos mutuamente. A gente precisa se unir pai, precisa ficar junto, ao menos para aliviar a dor da mamãe.
Marechal se levanta.
Marechal – Eu nunca fui um bom pai, nunca fui um bom marido. Nem mesmo para o Laerte eu prestei, sempre quis mimá-lo demais e tudo acabou como acabou: minha esposa na cadeia, e a culpa é minha. Você nas mãos de um marginal/
Melina – Não começa pai.
Marechal – Deixa eu falar Melina. Deixa seu pai desabafar, desabar se for o caso. Eu lutei tanto pra construir um império e acabei deixando que o meu bem mais precioso, a minha família, se deteriorasse. Meu Deus, como pude ser tão mesquinho? Como pude cultivar um amor fantasioso? 
Melina – Você sempre quis nos dar o melhor pai. Sempre quis que tivéssemos conforto, que estudássemos nas melhores escolas. Tá pai, eu sei que você errou, mas errou por amor. E é esse amor que eu quero para reconstruir nossa família, pra poder viver feliz ao seu lado.
Marechal se emociona e deixa cair uma lágrima.
Marechal – Melina, eu te amo.
Melina começa a chorar.
Marechal – Não chora, me abraça.
Marechal e Melina se abraçam emocionadíssimos.
Corta para:
Cena 06. Interior, dia, Casa da Ância. SALA.
Ância e Edith estão vestidas em trajes de gala e sentadas no sofá.
Ância – Seu pai disse se iria entrar na igreja com a Maria Marta?
Edith – Sei lá. Mas deve entrar, afinal de contas, é o casamento dela.
Ância – Sabe que me lembro como se fosse hoje o dia do meu casamento com o seu pai? Foi numa capela, dessas de roça, lá perto da Fazenda Granadina. Uma grama verde, um povo simplório. Nossa, eu achava que aquilo tudo era o máximo.
Edith – Vai vendo. Agora meu pai tá se dando ao desfrute com a Santa.
Ância se levanta.
Ância – Provisoriamente, pode escrever o que tô dizendo. Melione Henrique Mota ainda volta a ser meu, custe o que custar.
Nesse instante a campainha toca.
Ância (animada) – Eu atendo, eu atendo.
Ância anda em direção a porta, abre-a e sorri.
Ância (educada) – Por favor, entre meu bem.
Nesse instante Missy Justem entra, vestida em trajes de gala (atenção direção: O vestido de Missy Justem é mais luxuoso que de Edith e Ância).
Missy Justem – Oh, Darling. Como vai?
Ância fecha a porta e dá um abraço caloroso em Missy.
Edith (se levantando) – Não vai me apresentar a sua nova amiguinha?
Ância (sem jeito) – Missy, meu bem, essa daqui é a Edith, minha filhota mais nova.
Missy (acenando com a mão) – Prazer em conhecê-la. Tão bonita quanto à mãe.
Ância – Aceita uma água, café ou suco minha querida?
Missy – Never querida, não quero nada!
Edith fica comparando Missy Justem.
Corta para:
Cena 07. Interior, dia, Pensão Milú. Sala de Estar.
Desiree, Milú, Luzia e Hamilton estão vestidos para o casamento (roupas mais simplórias).
Milú – A menina Marta casa hoje, nem acredito nisso.
Hamilton – É, casa hoje. Ao contrário daquela irmã dela, que vive se dando ao deleite da carne.
Desiree – Quem mais vai?
Luzia – Murilo e Letícia, eu acho. Mas nem vi esses dois hoje.
Hamilton – Aquele transviado deve estar aprontando alguma. Se fosse filho meu, sapecava-lhe o couro com vara de marmelo e queria ver se o cabra num virava homem de novo.
Desiree – Não é assim não. Ele não escolheu ser gay. Ele nasceu com essa condição.
Hamilton – Nasceu? Ah, para de defender ele sua velha. Ninguém nasce assim, isso é influência de vocês, que insistem nisso. Acham que o rapaz tem que ter um mundo cor-de-rosa.
Nesse instante Ariel e Filipe aparecem vestidos socialmente.
Ariel (a todos) – Já liguei o motor da van, podemos ir todos.
Hamilton – Eu vou na frente.
Filipe – Cadê Murilo e Letícia? Só faltam eles.
Milú – A Santa também vai com a gente, já que o Melione vai levar a noiva.
Nesse instante Murilo aparece, vestido e portando-se como homem. (As roupas de Murilo são: Smoking e sapato social, cabelo penteado e sem nenhuma maquiagem).
Todos na sala ficam olhando perplexos para Murilo.
Murilo – Que foi gente? Parece que viram um fantasma.
Luzia – Homem de Deus, onde é que tu foi? Que água tu bebeu? Mas tá gato demais.
Desiree – Olha só, se eu não fosse uma velha rabugenta, casava com você hoje mesmo.
Murilo (soltando a franga) – Ih, sai fora dona Dedê. Quem gosta de velha é museu, e eu sou linda demais pra isso. Cruzes!
Hamilton – Tava demorando pra esse troço começar a se soltar.
Filipe – Galera, vamos nessa, senão perderemos o casório.
Ariel (a Murilo) – Letícia não vai?
Murilo – Não, tentei de tudo, mas ela nem quis sair do quarto hoje.
Corta para:
Cena 08. Interior, dia, Delegacia. Cela carcerária.
Besançon e Tomázia estão sentadas em um papelão, com uniforme carcerário, sem maquiagem e cabelo levemente desgrenhados.
Besançon – Será que a gente vai ficar aqui muito tempo?
Tomázia – Você não, só atirou depois que ela tava morta. Mas eu devo ficar uns vinte anos, na melhor das hipóteses.
Besançon – Qual motivo você tinha pra ter matado a Bela?
Tomázia – Eu não queria matá-la, queria era me matar. Queria que ela e o Marechal sentissem culpa por todo mal que me causaram.
Besançon – Pior de tudo é que a sua família ainda nem veio te ver.
Tomázia – Isso é bom. Não conseguiria encará-los não.
Besançon – Tô Com medo da reação do meu marido.
Tomázia, num gesto de solidariedade abraça Besançon.
Tomázia (acariciando Besançon) – Você não é assassina, nem nunca foi. Eu matei aquela demônia. A culpa é toda minha. Ele vai entender. O Gregório parece ser um homem bom.
Nesse instante uma agente penitenciária aparece na frente da cela onde as duas estão.
Agente P. – Visita para Besançon dos Santos. Qual das gatas é ela?
Besançon – Sou eu. Quem tá aí?
Agente P. – Vai lá ver. Não sou moleque de recados.
Besançon olha curiosa para Tomázia, que continua normal. A agente abre a cela, algema Besançon, a retira e tranca a cela.
Corta para:
Cena 09. Interior, dia, Delegacia, Sala de Visita.
Anita está na sala sentada em uma cadeira, enquanto a agente abre a porta e trás Besançon algemada.
Besançon olha para Anita e fica surpresa.
A agente coloca Besançon algemada e sentada de frente para Anita e sai fechando a porta.
Anita (irônica) – Boa tarde mãedrasta.
Besançon (séria) – O que você quer aqui? Veio debochar de mim?
Anita – Eu disse pra você se afastar do meu pai, mas você não me ouviu. Bem feito, pior pra você.
Besançon olha Anita com ódio.


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