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 B l i n d n e s s || Capítulo O4

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2 participantes
AutorMensagem
luunagabs

luunagabs


Idade : 28
Cidade : Recife

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MensagemAssunto: B l i n d n e s s || Capítulo O4   B l i n d n e s s || Capítulo O4 Empty07.08.14 19:28

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Citação :
“Vire a página, eu sou um livro lido pela metade”.
 
  Uma rápida busca pelo site oficial do jornal me daria todas as informações de que precisava. Aquelas que não foram editadas para caber em apenas uma página qualquer que alguém leria apenas uma vez. Não, as páginas essenciais eram armazenadas em sites com informações extras para quem se interessasse. Definitivamente, era o meu caso.

- E aí?

  A Angélica roía as unhas ao meu lado, os olhos também fixos na tela do notebook. Tentava me concentrar nos pequenos detalhes minuciosos que o site dava. A data da notícia era recente, estávamos em fevereiro... O garoto ganharia uma bolsa de estudos de primeira via. Nada muito além do que havia no jornal. Mas, havia um a vantagem: o jornal impresso limitava suas imagens a uma ou duas, já na internet...
   Mordi o lábio, clicando no ícone “mais detalhes” logo abaixo do enunciado principal. Arfei, apertando os olhos ao passar o mouse por cima das fotos em miniatura, antes de abri-las. Respirei fundo, uma, duas, três vezes.
Então me apressei. O fiz, porque já sabia o que me esperava e não havia motivos para adiar mais.
Fitei os detalhes da foto. O homem ao lado de seu filho adolescente.
 
Quanta inocência.
 
   O cabelo castanho e curto com alguns fios grisalhos e a expressão ligeiramente severa, como a de um militar – detalhe esse que também se mostrava presente no corte de cabelo, aparado mais curto nas laterais. Os olhos azuis aparentavam gentileza. Tenho certeza de que não sou a única a saber da falsidade dessas aparências. A camisa era listrada, pequenas listras finas brancas e azuis, as mangas arregaçadas de cada lado. Ninguém acusaria seus quarenta e tantos anos. O sorriso até demonstrava orgulho, enquanto abraçava o filho pelo
 ombro, o braço jogado ao redor do mesmo. Ignorei completamente o garoto mais novo na foto, mas observei a mão jogada ao redor do ombro do mesmo. Uma pulseira fina de couro sintético. O pingente pendurado exibia uma pequena serpente formando um circulo ao redor de dois triângulos inscritos um sobre o outro em direções opostas, formando uma estrela. Na ponta de cima, uma pequena bolinha, gravada com um pequeno “x” com as pontas dobradas ligando os raios. Dentro, no centro da estrela, uma cruz com uma esfera tomando o lugar do topo, ao invés de outro retângulo.                                            

- Filho da mãe.
 
  Gritei, levantando de uma vez do sofá, empurrando a mesa de centro onde estava o notebook.
 
- O que foi? – a Angel me fitou assustada, após o pequeno pulo pela minha revolta.

Respirei fundo, levando minhas mãos à cabeça, entrelaçando-as por dentro dos cabelos.

- Como esse maldito escapou? – sussurrei, trincando os dentes, falando mais comigo mesma do que com ela.

Ela mordeu o lábio levemente, fitando a mesma imagem que eu levei alguns minutos.

- Tem certeza de que é ele?

Fitei-a, erguendo uma sobrancelha levemente.

- Você que me fez considerar e agora está dando para trás?
- Ué, pode ter sido apenas uma coincidência...
 
  Ri meio irônica. Ela estava com medo. Desencostei da pequena lacuna ao lado da lareira, caminhando na direção de meu quarto, com passos pesados.
 
- Aonde você vai?
- Fique aí.
 
  Entrei no quarto, fechando a porta em seguida. Desnecessário, mas girei a chave também. Assim como eu, a Angélica nunca foi de “seguir as regras”.
  Apoiei a mão na pequena barra de alumínio cravada na porta branca do armário, empurrando-a para o lado, fazendo com que a porta se escancarasse quase que por completo. Empurrei para dentro algumas sacolas vindas da ultima ida ao shopping. Ainda não tive tempo de arrumar aquilo. A porta era toda branca, mas, assim como a lateral, dentro o carvalho era de madeira avermelhada. Particularmente, o meu favorito. Simples, dividido por duas tabuas mais largas. Uma na parte superior, abrigava algumas malas de viagens e caixas com recordações antigas. Abaixo dessa um pequeno cabo grosso também de madeira abrigava os ganchos com as roupas. A outra tabua ficava logo abaixo, onde eu deixava guardado o travesseiro e algumas roupas para dormir. Um porta-retratos apoiado na madeira atrás das roupas era a única coisa escondida aparentemente.
 
Mas havia mais.
 
   Abaixo da segunda tabua horizontal, uma tabua na vertical dividia ao meio o ultimo espaço ate o piso do armário. Quatro gavetas no espaço direito e mais algumas pequenas tabuas divisórias na horizontal dividiam o espaço esquerdo. Ali era reservado só para sapatos. Encaixei as mãos na parte de baixo da primeira gaveta, puxando a mesma ate ouvir o estalo da trava. Então forcei um pouco para baixo, fazendo com que a mesma se inclinasse, saindo da trava, de modo que pudesse retirá-la completamente do encaixe. Apoiei a mesma em cima da cama, fazendo o mesmo em seguida com as outras gavetas.    À primeira vista, apenas um espaço vazio em um armário. Repuxei os lábios em um sorriso discreto, me aproximando do espaço, ajoelhando no chão, de frente pro mesmo. Passei as mãos delicadamente pelo revestimento das tabuas laterais do espaço, descendo pelo mesmo ate chegar ao piso. Encaixei as unhas na linha divisória, sentindo as mesmas afundarem. Puxei calmamente a pequena tabua solta, parte do “piso” do armário, revelando o fundo oco abaixo.
 
Nada que um martelo, pregos e uma pequena noção de física não pudessem fazer.
 
   Apoiei a tabua ao lado de minhas pernas, observando as pequenas caixinhas de veludo. Paradas ali, pareciam presentes esperando para serem entregues. De certa forma, ate eram. Mas eu os ganhei. Ou “peguei”. Que seja, tanto faz.

  Peguei a caixinha preta, largada mais ao fundo. Respirei fundo, apoiando as mãos em suas laterais, apertando com certa força.

- Catarina?  

Ouvi a voz vinda da porta, mas só depois de uma tentativa falha de abrir a mesma.
 
Como disse... Minha melhor amiga e querida priminha não é de cumprir as regras.
 
 - Um minuto.

  Segurei a caixinha preta, apoiando-a sobre a cama após ter recolocado o piso falso e as gavetas no lugar. Fechei novamente a porta do armário, me aproximando da porta, destrancando a mesma.
Ela abriu o trinco alguns segundos depois de ouvir a tranca da fechadura. Dei alguns passos à frente pra que ela entrasse sem me atropelar. Trouxe junto o notebook, fechado debaixo do braço.

- Por que saiu daquele jeito?
- Pensei ter-lhe dito pra ficar lá. Esperar.

Ela deu os ombros, indo se apoiar na cama.

- Nunca fui muito paciente.

É, eu sei.

 - Então, vai me dizer o que está acontecendo? – me fitou, sentando na cama, apoiando o notebook nas pernas.

  Indiquei com o queixo a caixinha preta bem ao seu lado na cama. Ela uniu as sobrancelhas, confusa por um momento, mas conferiu sem mais perguntas. Estreitou os olhos ao observar o conteúdo.

- Um relógio? – uniu as sobrancelhas, retirando o pequeno relógio prateado de seu molde na caixa de veludo.
- Olha melhor.

  Ela girou o relógio algumas vezes na mão, mas finalmente viu algo mais quando desviou os olhos do objeto prateado para dentro da caixa novamente. O pequeno tufo grosso de cabelo castanho estava envolvo em um pequeno laço azul, colado com durex no lado superior dentro da caixa. Era fácil de se notar pela quantidade e textura que não era cabelo feminino.

- Você roubou o relógio dele?
Dei os ombros.
- Não roubei. Ele estava morto. – mordi o lábio, apertando os olhos. Tentei reprimir a raiva que ameaçava me dominar toda vez que me lembrava do detalhe. – Pelo menos, deveria estar.  
- Ta. E porque acha que ele não está?

  Aproximei-me calmamente, sentando ao lado dela na cama, puxando o notebook de seu colo. Empurrei a tela e esperei que ele ligasse novamente. Busquei o site no histórico, deixando que o mesmo carregasse as informações.

- Me da o relógio. – estendi a mão e ela o apoiou ali. Abri a fivela da pulseira e virei o relógio ao contrario, mostrando a parte de trás, onde ficava as informações de local produzido e todo o resto. – Ele pintou as informações do relógio. Não tenho como saber onde foi feito, se foi na China, que indústria importou e todo o resto. Mas... Ele deixou uma pista.

   Apontei o símbolo gravado no centro, na parte do relógio que se colava à pele, invisível a qualquer outra pessoa que não fosse ele, uma vez que ele nunca tirava essa merda do pulso. 

- O que é isso?

   Deixei que ela observasse e então abri a foto, clicando com o botão direito do mouse quando a mesma já estava carregada. Rodei a pequena bolinha entre os dois botões, fazendo com que a foto ampliasse.

- No topo, a cruz suástica. – apontei o pingente da pulseira da foto, passando o dedo sobre a pequena esfera na ponta de cima. – Significa o movimento cósmico. É bem conhecida popularmente como o “símbolo do nazismo”, uma vez que foi adotada por Adolf Hitler como marca de suas ideias da criação de um novo mundo livre de raças “impuras”. – ela acompanhava o movimento de meu dedo enquanto eu contornava os triângulos, indicando a pequena estrela que formavam. – No centro, a estrela de Davi. Mostra os processos de evolução e involução. – segui mais um pouco com o dedo para o lado, contornando a pequena cruz “diferente” no centro da estrela. – A cruz com o laço, dentro da estrela. Símbolo da perversão sexual, o desprezo pela virgindade, contra a pureza sexual criada por Deus. Mostra a orgia, a prostituição, fornicação, o descompromisso nos relacionamentos. – mordi o lábio, levando o dedo mais para o lado, contornando o ultimo ícone, que envolvia os outros símbolos, mostrando a forma de uma pequena esfera. A pequena luz sombreada na tela imitava o movimento do meu dedo ao pressionar a mesma. – A serpente. Representa o diabo. – apontei o símbolo todo – É a sociedade Teosófica.

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   Fitei-a enquanto ela olhava o símbolo no relógio e voltava a olhar o que eu acabara de mostrar na tela. Arfou, me entregando o relógio. Observei novamente o símbolo do relógio e o pingente na pulseira do homem da foto.
Não havia duvidas. Não tinha por quê. Era incontestável, estava tudo ali.
- Você tem razão. É ele. – ela respirou fundo, apertando os olhos.
 
   Eu fitava o nada enquanto ela me fitava. Seus pensamentos deveriam ser algo próximo aos meus.
 
- E agora, Cat? – ela suspirou, voltando a olhar pra frente. Parecia desolada. Meus pensamentos estavam longe dali. – Catarina.
- E agora? – repuxei os lábios, abrindo um sorriso levemente no canto dos lábios, malicioso de certa forma. Fitei-a, erguendo uma das sobrancelhas. – Agora o que?
- O que você vai fazer? 
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Aandel
Prata
Aandel


Idade : 41
Cidade : Barueri

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MensagemAssunto: Re: B l i n d n e s s || Capítulo O4   B l i n d n e s s || Capítulo O4 Empty09.08.14 1:38

Matar o que já está morto!

Esta muito bom!
Simbologias são coisas bastante intrigantes.
Parabéns por desanuviar certos equívocos em relação aos símbolos que muitos acreditam ser uma coisa, quando na verdade é outra!

A espera de desvendar todo esse misterio, o que levou Cat a se envolver com essa gente asquerosa? cheers 
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luunagabs

luunagabs


Idade : 28
Cidade : Recife

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MensagemAssunto: Re: B l i n d n e s s || Capítulo O4   B l i n d n e s s || Capítulo O4 Empty11.08.14 19:16

Muito obrigada. Eu sempre me interessei por essas coisas, e espero que tenha sucesso em tentar desvendar a Catarina. Até hoje eu tento. AUHSAUHS '
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MensagemAssunto: Re: B l i n d n e s s || Capítulo O4   B l i n d n e s s || Capítulo O4 Empty

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