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 B l i n d n e s s || Capítulo O3

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2 participantes
AutorMensagem
luunagabs

luunagabs


Idade : 28
Cidade : Recife

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MensagemAssunto: B l i n d n e s s || Capítulo O3   B l i n d n e s s || Capítulo O3 Empty06.08.14 19:05

B l i n d n e s s || Capítulo O3 597596AG8

Citação :
“Com pássaros negros me seguindo, eu estou cavando minha própria cova. Eles se aproximam, me puxando. A dor, ela vem em ondas. Estou recebendo de volta o que eu dei.”

- Fazendo bagunça, não é?
 
  Revirei os olhos, saindo do banheiro enrolada no roupão. Segurava os cabelos puxados para um dos lados do pescoço enquanto escovava os mesmos. O som agudo do vidro se quebrando havia me feito pular.
 
- Espero que não seja o meu golfinho de cristal. – ameacei em tom de brincadeira enquanto me aproximava da cozinha, desviando dos pequenos cacos espalhados pelo corredor... Quando me deparei apenas com uma mini cauda em forma de hélice bipontal. – Droga, Angélica. Eu amav... – não. Amar é um termo muito forte. – Eu adorava essa maldita estátua.
 
   Parei na entrada da cozinha, onde havia maior concentração de pedacinhos de cristal. Observei apenas os restos de golfinho espalhados no chão.
 
- E agora, que eu faço contigo, heim bichinho destruidor? – fitei suas costas, brincando com o apelido, porém falando em tom sério.
 
   Ela não respondeu. Continuava encostada à bancada de mármore, as mãos fechadas nas beiradas e o corpo levemente curvado pra frente. Estava quieta.
 
Quieta demais.           
 
Mordi o lábio. Normalmente, em uma situação como essa, ela estaria agarrada ao meu pescoço, jorrando pedidos de desculpas.
 
- Angel? – chutei alguns pedaços de cristal para o lado, de modo que pudesse atravessar a passagem estreita. – O que aconteceu?
 
  Ela não se moveu. Respirei fundo, chutando mais alguns cacos até poder tocar o ombro dela. Era raridade fazê-la se calar. Não estava me cheirando a coisa boa.
 
- Fala comigo... – apertei delicadamente o seu ombro, fazendo com que se virasse – O que houve?
 
  Seus olhos estavam levemente arregalados e ela respirava pela boca, os lábios levemente entreabertos. Fitava-me com certo pavor, mas continuou quieta.
 
- Que merda, Angélica. Ta me deixando preocupada. – sacudi-a um pouco, segurando em cada um de seus braços, tentando tirá-la do transe. – Fale. 
Ela piscou algumas vezes, parecendo agora focalizar a minha imagem.
- Catarina.
 
  Ela levou as mãos aos meus braços, apertando com certa força e eu enrijeci pelo contato de surpresa.
 
- Calma, eu estou aqui. Diga o que aconteceu.
- Você já viu o jornal hoje?
Estreitei os olhos, franzindo levemente o cenho.
- Como é?
- O jornal. – ela apontou para o pequeno dobramento de folhas à sua frente, na bancada.
– Você já viu?
 
Aproximei-me passando ligeiramente os olhos pela manchete do Florida News.
 
                                                               B l i n d n e s s || Capítulo O3 1000379_192404860919477_1692463895_n
 
Ergui a sobrancelha, voltando a olhar a morena.
 
- O que tem demais?
- Leia o resto.
 
   Revirei os olhos, voltando-os às letras miúdas. Passei os olhos ligeiramente procurando palavras chave.
 
  Estudante... 17 anos... Dante Bergmann... Bolsa de estudos... Melhor histórico escolar... Universidade de Illinois... Orgulho, etc.
 
- Pelo amor de Deus, Angélica. Você ta toda impressionada por causa disso? Eu também tive bom histórico escolar, e daí?
- Catarina. – ela me puxou pelo braço, antes que eu pudesse sair da cozinha. – Leia a legenda ao lado da foto.
Suspirei, acompanhando seu dedo indicador deslizar pelas letras.



"Orgulhoso, o pai, Afonso, diz: ele sempre foi muito inteligente, teve todo o meu apoio e da mãe. É um garoto especial, eu sabia que ele conseguiria. 

(Pai e filho trocam olhares e abraços afetivos enquanto comemoraram)."



- Emocionante. – ironizei – E daí?

- Não viu nada?

Ela ergueu a sobrancelha, me encarando.

- Não.

- Ótimo. Então, esqueça.

 

Ela pegou o jornal, seguindo o caminho de volta pra sala. Ri meio baixo, mexendo calmamente o pescoço. Estava tendo um deja’vi.       
              

B l i n d n e s s || Capítulo O3 1005092_192405547586075_984040095_n
 
  Três horas de investigação policial e a área foi isolada como cena de um crime. A vitima foi identificada como Adam Sanchez. A amante o matou por descobrir que ele mentia sobre se separar da mulher pra fugir com ela.

  Respirei fundo. Ela estava certa e passou cinco dias sem falar comigo. Odiava não ser levada a serio. Pelo visto, isso não mudou. De treze pra vinte e dois. Nove anos se passaram e tinha a mesma atitude. Eu devia saber.

 

- Angélica.

 

  Caminhei calmamente atrás dela. Eu era um ano mais nova, mas sempre fui a mais madura. Orgulhosa? Sim, e muito. Mas eu sempre admitia quando estava errada.

 

- Hm?

Ótimo, ela ainda não começou a me ignorar.

Sentei calmamente ao lado dela no sofá, observando enquanto ela folheava o jornal.

- O que eu deveria ver?

- Nada. Sério, esquece. Era besteira.

Suspirei. Teria que apelar.

- Por favor.

  Ela me fitou com a ultima frase, se demorando um pouco nos meus olhos. Sabia que não era de meu costume.

- Os nomes. – respirou fundo, após desviar os olhos.

- O que tem?

- O nome e o sobrenome do filho, e o nome do pai.

Ela apontava as palavras na folha do jornal.

- Vê? Afonso e Dante. Bergmann.

 

Dante Bergmann. Afonso... Bergmann.

 

Mordi o lábio, por fim entendendo o que deveria ver ali.



- O que está querendo dizer?



Ela mordeu o canto do lábio. Parecia escolher as palavras.



- Não acha muita coincidência? – voltou a me olhar, falando pausadamente – São os mesmos nomes, o sobrenome...

- É impossível, Angélica.

 
Café, nudez, banheira, cama... Hora de dormir.



   Repassei algumas das imagens em minha cabeça. Não tinha como ser ele. Não podia ser.



- Catarina, o garoto tem dezessete anos. Quantos anos o outro tinha na época, onze? Já faz seis anos. Você disse que deixou o garoto vivo.

- O que queria que eu fizesse? Ele não tinha cul... – ia protestar, mas ela me interrompeu.

- Eu sei, eu sei. Não me refiro ao menino, mas ao pai. Quero apenas que você admita que é coincidência demais.



  Respirei fundo, passando a mão no rosto. Como ele poderia ter escapado? Eu não falhei. Observei cada reação. Ele não poderia estar vivo, a não ser que...

 
  Um detalhe. Mínimo.                      

 
  Eu não fiquei lá pra me certificar do essencial. Estava tão certa de que não haveria contratempos, que não fiquei pra conferir. Queria que ele se sentisse mais sozinho do que já estava naquele momento... Merda!

 
Precisava tirar isso a limpo.

 
- Pode pegar o meu notebook lá no quarto?
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Aandel
Prata
Aandel


Idade : 41
Cidade : Barueri

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MensagemAssunto: Re: B l i n d n e s s || Capítulo O3   B l i n d n e s s || Capítulo O3 Empty07.08.14 17:49

A trama ganhando corpo!
Achei que a Angélica era somente um fardo na vida da Catarina, mas ela parece ser mais perspicaz do que nossa protagonista.

Mui bom não atribuir à Catarina uma mulher 100% perfeita, apesar de seu perfeccionismo! cheers 
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luunagabs

luunagabs


Idade : 28
Cidade : Recife

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MensagemAssunto: Re: B l i n d n e s s || Capítulo O3   B l i n d n e s s || Capítulo O3 Empty07.08.14 19:30

Não, a Angélica é uma das poucas pessoas que a Catarina confia. E a única que sabe de tudo a seu respeito. Ela nem teria como ser 100% perfeita... Gosto de histórias realistas. E isso fugiria da realidade u_u
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MensagemAssunto: Re: B l i n d n e s s || Capítulo O3   B l i n d n e s s || Capítulo O3 Empty

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