Séries de Web | Memória
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.



 
B l i n d n e s s || Capítulo O2 EmptyÚltimas imagensInícioWeb SériesWeb NovelasProcurarGaleriaRegistarEntrarB l i n d n e s s || Capítulo O2 Barra_10

 

 B l i n d n e s s || Capítulo O2

Ir para baixo 
2 participantes
AutorMensagem
luunagabs

luunagabs


Idade : 28
Cidade : Recife

B l i n d n e s s || Capítulo O2 Empty
MensagemAssunto: B l i n d n e s s || Capítulo O2   B l i n d n e s s || Capítulo O2 Empty04.08.14 20:07

B l i n d n e s s || Capítulo O2 Ashley-greene-gifs-ashley-greene-34149374-500-209

Citação :
“Sou só uma pessoa, mas você não aguenta isso. Não sou a mesma criança da sua memória... Bem, agora eu posso me defender sozinha”.

Sempre fui uma pessoa cheia de manias. Dentre elas, uma que tem me preocupado nas últimas semanas. Toda noite antes de dormir eu penso no passado, reflito sobre o presente e faço mil e um planos para o futuro... O que não adianta muito, eles acabam, de uma forma ou de outra, mudando na noite seguinte, é bizarro. O que me preocupa é que eu não tenho como fazer planos se o meu presente está bagunçado, passei noites em claro olhando para o teto por não obter sucesso. Inúmeras vezes vi o sol nascer, assisti o início de mais um dia que me levava a mais uma noite interminável, que passei vagando pelo meu passado até que algo fosse decidido e eu pudesse dormir tranquila. Há muito tempo atrás, no primário, me falaram que já nascemos predestinados. Fui reprimida por não acreditar.


    Respirei fundo, passando a mão no rosto enquanto arqueava o corpo de modo que pudesse encostar as costas na cabeceira da cama. Levantei um braço de cada vez ate ouvir o estalo de meus ossos nas costas, respirando aliviada ao estralar toda a coluna. Mas os estalos continuaram mesmo depois que abaixei os braços. Levei quase um minuto para notar que o barulho não vinha mais de meu corpo.


     Não, vinha da sala. Para ser mais específica, de perto da porta. Olhei para os lados, por um momento, procurando.


Droga. Onde eu coloquei?


  Tentei levantar da cama sem fazer barulho, apoiando os pés com total delicadeza no chão. Puxei o moletom para que me cobrisse as pernas, uma vez que seria quase impossível somente a calcinha fazer isso. Encaixei os dedos na parte interior da gaveta, puxando a mesma com a mesma delicadeza, parando por alguns segundos para ouvir mais atentamente. Alguém tentava entrar na minha casa. O barulho não parecia de chaves na fechadura, era mais como algum ferro no buraco da fechadura.


Arrombamento. Que clichê.


   A pequena CZ 92 era apenas para emergências, mas se a criatura ia entrar pela sala, eu não teria como ter acesso a nenhuma outra. Minha preferência não era pelas armas de fogo, mas até tinha um certo carinho pela pequena pistola branca de cabo preto. Estava carregada, como sempre. Eu mantinha um cuidado excessivo, para situações como essa. Segurei com firmeza o cabo da arma enquanto me encostava à soleira da porta de meu quarto. A vista era central para o corredor e com visão unilateral à porta da frente.


    Ninguém com boas intenções entraria na casa de alguém usando de arrombamento. As opções eram várias: desde um simples ladrão a um fantasma do passado. Não sabia quem era, tampouco por quê... Mas seja quem for, não vai sair.


   A porta abriu devagar, simultaneamente ao que eu apoiei o dedo no gatilho. Uma das facilidades dessa arma era que não precisava da alavanca. Mas também não dava tempo de pensar duas vezes antes de atirar. Ok, isso também não era ruim. Mirei na pequena fenda da porta que se abria, fechando um dos olhos, me concentrando apenas no outro.


- Merda!


  A voz veio de fora, após uns pequenos solavancos no chão. Sério isso? Eu não tenho o dia todo!


  Caminhei calmamente em direção à porta, segurando a pistola em mãos. Continuava a ouvir os murmúrios baixos e o barulho de coisas sendo arrastadas do chão. Antes que eu chegasse à porta, a criatura sentada no chão do hall empurrou a mesma com a mão. Mirei dessa vez, nela, mais precisamente na parte frontal do pescoço. Morte em cinco segundos. Rápida e indolor.


 


  Mentira. Vai doer!


 


- Ok... – a bela morena arregalou seus olhos castanhos assustados, enquanto se levantava calmamente, me fitando nos olhos.


  Bufei, abaixando a pistola, trincando os dentes para não gritar um palavrão.


- Mas que droga, Angélica. – bravejei – Não pode me dar esses sustos assim. Eu poderia ter matado você.
- Achei que já tinha acabado com isso. – ela se abaixou pra pegar as ultimas coisas derrubadas ao chão, entrando em seguida.
- Acabei, mas nunca se sabe quando vou precisar de novo. – continuei as reclamações após ela ter passado por mim. – Queria ver o que o Felipe diria quando eu fosse entregar seu corpo empalhado para ele. Ou será que ele ia preferir cremado? Ou esquartejado, pra ele pendurar cada pedaço em um canto da casa? Emoldurado também é uma boa.


 Ela se virou, franzindo o nariz.


- Credo, Catarina. Que horror!


  Respirei fundo. Eu poderia xingá-la até a morte. Por pouco não tinha apertado o maldito gatilho.


- Por que diabos você estava arrombando a minha porta? Sabia que eu troquei essas fechaduras há duas semanas?
- Precisa trocar por uma mais reforçada, só acho. – ela retirava alguns ingredientes. Só agora vi que eram sacolas de supermercado. – Eu perdi a chave. Imaginei que você estaria dormindo, e também que foi dormir tarde, então não quis te acordar.


É o ruim de manter amigos desde a infância. Eles te conhecem. Bem demais, até.


- Não faça mais isso! – falei, em tom sério, ignorando o cuidado que soava até maternal em sua voz.


 Beleza, ela tinha se preocupado comigo. Fez por consideração. Mas que diabos, eu podia tê-la matado. Não precisava de babá para cuidar de mim.


- Ai, ta bom, Cat. – ela bufou, tirando as ultimas coisas das sacolas, jogando as mesmas pro lado. – Da próxima vez, eu toco a campainha até você acordar, aí você vem e me mata do mesmo jeito, beleza? A diferença é que não vai ser um “acidente”.


  Revirei os olhos com sua ironia. Melhor ficar calada para não falar demais.


- O que é tudo isso? – indiquei com o queixo para o mundaréu de alimentos à sua volta.


  Parecia até que ela ia fazer um almoço de ação de graças.


- Isso o que?
- Esse mini supermercado aí na minha mesa.
- O seu café da manhã, oras.


  Ergui a sobrancelha, olhando novamente os vários enlatados e pães e geleia, ate nutella tinha no meio. Fitei-a novamente.


- Você acha mesmo que eu vou comer tudo isso?
- Acho, porque eu estou aqui pra enfiar na sua boca, caso você se recuse.


  Bufei, seguindo o caminho do quarto, guardando a pistola onde estava antes.


- Pelo amor de Deus, Angel. Eu não sou criança.
- É, não é, mas eu tenho certeza que há dias não faz uma refeição direito. Só pensa na merda do trabalho.
- Oi, querida? Com licença? É o trabalho que me faz viver aqui, ta?
- Tanto faz. Comeu alguma coisa sem ser cereal essa semana?


 Maldita!


 Fechei a cara. Detestava admitir quando ela estava certa.


- Foi o que eu pensei. – ela continuou – E acho que você devia trocar essa roupa... Ficar andando assim pela casa de moletom e calcinha é tentador demais. Eu posso agarrar você.


  Ergui a sobrancelha com sua ultima declaração, e não pude evitar um riso baixo.


- Sempre soube que você tinha uma queda por mim. Até comentei com o Felipe.
- O que? – ela arfou, dando passos largos desde cozinha ate a porta de meu quarto, parando na mesma – O que você disse ao Felipe?
- Que você era louca para ficar comigo?
- Você é doente? Ele morre de ciúmes de você.
- Ele tem ciúmes até do vento.
- Catarina, meu anjo... – ela se aproximou lentamente, parando na minha frente, levando as mãos aos meus ombros – Você não está entendendo a gravidade da situação.
- Na verdade... – uni as sobrancelhas, olhando calmamente em seus olhos – Eu não estou vendo gravidade na situação.


Ela respirou fundo, fitando meus olhos, abaixando as mãos.


- Eu vou te bater. – fitava meus olhos, mas falou num tom tão natural. Não parecia uma ameaça. E eu não pude deixar de rir. – Eu to falando sério.
- Bate, vai. Eu gosto. – sorri maliciosamente pra ela – E tenho certeza de que o Felipe não se importaria de fazermos um ménage.


Ela arregalou os olhos, dando uns dois passos pra trás e eu ergui um sorriso malicioso, acompanhando os passos, fazendo com que ela encostasse-se à parede.


- O que você quer?
- Você.  


  Prensei-a contra a parede, apoiando uma mão em cada lateral de seu corpo. Ela se encostou totalmente à parede, como se tentasse manter distancia entre seus corpos. Parecia assustada e confusa. Aproximei meu rosto calmamente do seu, mas antes de encostar nossos lábios, explodi numa gargalhada.


- Meu Deus, eu achava que você me conhecia melhor. – falei entrecortadamente por causa da risada.


  Ela revirou os olhos com a minha crise de risos e desencostou da parede, arrumando uma almofada – não sei de onde – e tacando em mim.


- Nunca sei quando você está brincando ou falando sério.
- Deveria saber. – continuei a dar risadas – Você ia mesmo deixar? Estava tão quieta que, por um momento...
- Ah, claro. Existe uma maneira fácil de falar pra sua prima/melhor amiga: Querida, é o seguinte... Eu não gosto disso que você gosta, e você não deve ficar confundindo as coisas. Espero que isso não acabe com a nossa amizade.


  Ela estava sendo completamente irônica, o que me fazia rir ainda mais.


- Que bom que divirto você.
- Você está mesmo com raiva? – sorri levemente, puxando-a pra um abraço – Eu só brinquei com o Alfonso, assim como estou brincando agora. Mas com ele eu fui mais sutil.


  Sorri ao me lembrar da expressão dele com as minhas piadas.


- Idiota! – ela me deu dois tapas meio fortes no braço e eu a encarei. – Você disse que gostava.


 Revirei os olhos.


- Vou tomar banho. Não ponha fogo na casa.
- Haha. – ironizou enquanto voltava pra cozinha.


  Ri baixo, me dirigindo ao banheiro, mas parei na porta ao ouvir o som alto da campainha.


- Está esperando alguém? – ela gritou da cozinha.
- Se eu estivesse, não teria te recebido com uma arma apontada na cabeça. – pensei por um momento, apoiando o roupão no gancho do banheiro – Deve ser a correspondência. Pega pra mim?


  Ouvi seus passos ate a porta e o barulho da chave, mas esperei ouvir o barulho da porta abrir e fechar para poder entrar de vez no banheiro. Então ouvi a voz da Angel e em seguida a porta se fechando.


Saída liberada.                                                       


B l i n d n e s s || Capítulo O2 Tumblr_m3gsxvOPPk1ro0csj


Última edição por luunagabs em 06.08.14 19:05, editado 1 vez(es)
Ir para o topo Ir para baixo
Aandel
Prata
Aandel


Idade : 41
Cidade : Barueri

B l i n d n e s s || Capítulo O2 Empty
MensagemAssunto: Re: B l i n d n e s s || Capítulo O2   B l i n d n e s s || Capítulo O2 Empty05.08.14 22:38

Segundo capitulo melhor que o primeiro e assim parece que será sucessivamente!
A Ambiguidade da Cat é de dar tensão e nos nervos! Muito bom!
Ir para o topo Ir para baixo
luunagabs

luunagabs


Idade : 28
Cidade : Recife

B l i n d n e s s || Capítulo O2 Empty
MensagemAssunto: Re: B l i n d n e s s || Capítulo O2   B l i n d n e s s || Capítulo O2 Empty06.08.14 18:48

Realmente, Aandel. A Cat às vezes dará nos nervos. Admito que, realmente, não é uma web de entendimento fácil. Tem que se prestar atenção, pois cada detalhe é importante... A Catarina é extremamente perfeccionista. Mas eu espero que goste dos próximos capítulos!
Ir para o topo Ir para baixo
Conteúdo patrocinado





B l i n d n e s s || Capítulo O2 Empty
MensagemAssunto: Re: B l i n d n e s s || Capítulo O2   B l i n d n e s s || Capítulo O2 Empty

Ir para o topo Ir para baixo
 
B l i n d n e s s || Capítulo O2
Ir para o topo 
Página 1 de 1
 Tópicos semelhantes
-
» "Jovens Tardes" - Capítulo 11 Último Capítulo "PARTE I"
» "Jovens Tardes" - Capítulo 11 Último Capítulo "PARTE II"
» Razão de Viver || Capítulo (40) ÚLTIMO CAPITULO - ESPECIAL
» Nossa Vida || Capítulo 2 - Segundo Capítulo!
» Palavra de Honra || Capítulo 25 Último Capítulo

Permissões neste sub-fórumNão podes responder a tópicos
Séries de Web | Memória :: Webs Encerradas :: Canceladas :: Blindness-
Ir para: