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 B l i n d n e s s || Capítulo O1

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luunagabs

luunagabs


Idade : 28
Cidade : Recife

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MensagemAssunto: B l i n d n e s s || Capítulo O1    B l i n d n e s s || Capítulo O1  Empty03.08.14 19:13

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Citação :

“Se sou uma pessoa má, você não gosta de mim... Bem, eu acho que vou fazer do meu próprio jeito. Isso é um circulo, um ciclo vicioso (...) Onde está seu martelo? Seu júri? Qual é o meu delito dessa vez? Você não é um juiz, mas se vai me julgar, bem, sentencie-me a outra vida”.

 Inocente.


- Bom trabalho, Valdez.


  Ao que parece, o mundo da lei era acostumado a chamar o outro – que não era próximo seu – pelo sobrenome. Maldito costume vindo da faculdade. Mas, por um lado, eu ate gostava. Dava mais formalidade.


- Quando não?


  Foi uma resposta arrogante, assim como todas que eu dava após ganhar qualquer causa, e algum advogado vir me cumprimentar. Possivelmente, todos eles me achavam arrogante.


- Muito obrigado, Srta. Catarina. Eu não tenho nem formas de lhe agradecer.  
- Não me agradeça, sorria pelo fato da sorte estar ao seu lado, e o seu pai ser amigo de infância da minha mãe, foi apenas por isso que lhe defendi. Apenas.


  É, possivelmente meus clientes também me achavam um pouco arrogante.


- Boa tarde, dona Catarina.    
- Boa tarde, Patrícia.
- O Felipe lhe espera em sua sala.


Ela me deu um sorriso de canto de boca enquanto corria para fazer o meu café rotineiro.


- Ao que devo a honra, Lipe?
- Preciso de um motivo para ver a minha melhor amiga?
- De verdade, não. – sorri, cumprimentando-o com um leve abraço e depois lhe ofereci um cigarro, obviamente negado – Se importa?
- Sim, e muito. Sabe que odeio esse seu habito.
- Ok, tudo bem. – revirei os olhos, guardando o maço dentro da primeira gaveta.  
- Encontrei a Patrícia muito sorridente assim que cheguei, a senhorita tem algo a ver com isso?
- Nem meu pai fala assim comigo, Felipe. E se ir para a cama comigo novamente a faz feliz, sim, tenho muito a ver.
- Eu não entendo porque você fica com ela. – ele encostou-se na cadeira – Na verdade, não entendo nem porque fica com mulheres, para falar a verdade. Você não era assim, isso começou do nada.
- Isso é preconceito, Felipe? – arqueei uma sobrancelha.
- É claro que não. Só não entendo. – ele aproximou-se um pouco, me encarando.
- Simplesmente enjoei de homens. – dei com os ombros – Mulheres são mais... Reais. E menos traiçoeiras.
- Então acha que nunca voltará a ficar com homens? 


  Ri um tanto baixo.


- Se algum dia me ouvir dizer que estou interessada em algum homem, pode me internar.
- Hm. – uniu as sobrancelhas – Mas, ainda assim, não sei porque você fica com ela.
- Por não ter coisas melhores pra fazer. – dei os ombros – Sem contar que ela faz coisas melhores do que apenas servir cafezinhos e atender as minhas ligações.
- Você é terrível.


   Ele mal terminou de pronunciar a ultima palavra, até ouvirmos batidas na porta.


- Entre.
- Com licença. – ela deu passos lentos, graças à saia curta e eu acompanhei suas pernas com o olhar – Hm, para a senhora, com açúcar. – ela colocou a xícara em minha frente – e para o senhor, apenas adoçante. – entregou ao Felipe.
- Errado! – sorri, trocando as xícaras – Não se espante se for demitida em breve. – pisquei, vendo o olhar assustado dela, e logo em seguida as pernas bambas se guiarem pra fora da minha sala.
- Patrícia! – ele foi rápido, impedindo que ela saísse da sala. – Não se preocupe, você acertou. – ele sorriu, trocando novamente as xícaras e por um momento pensei ouvir um suspiro de alivio da parte dela, antes de pedir novamente para se retirar da sala. – Você deveria parar de ser assim.


  Olhou-me com certa repreensão e eu sorri.


- Ah, por favor, não existe nada melhor do que o olhar amedrontado deles ao acharem que estão com a corda no pescoço. – dei um gole no café – E pare de agir como se fosse o meu pai!
- Alguém tem que agir como ele! É disso que você precisa, do seu pai, pra te ensinar valores.
- Meu pai não tem valores. – pisquei, dando outro gole no café e ele suspirou, levemente vencido.  
- Talvez você não o tenha considerado um bom pai, e aprendeu os poucos valores dele, por isso que é assim.  
- Não coloque a culpa no velho. Eu nasci assim mesmo. – comentei e ele não se aguentou pelo meu comentário, dando um leve sorriso, esquecendo completamente a bronca que estava me dando – Mas para que falar dos meus valores mesmo? Com tantas coisas melhores... Vamos falar de coisas melhores.
- Tipo?
- Hm, tipo a sua namorada. – dei um sorriso safado para ele, que logo fechou a cara. – Estou brincando, senhor ciúmes. A Angélica pode até ter uma queda por mim, mas você a baba demais para ela te deixar.
- Catarina!
- Você é péssimo com brincadeiras, sabia? Por favor, ela é minha prima, quase uma irmã para mim, só quero saber como ela está.
- Está muito bem, obrigado.
- Só isso?
- O que mais você quer saber?
- Hm, qual era a cor da calcinha dela hoje pela manhã?


  Ele se levantou bruscamente da cadeira, quase derramando o café que estava em suas mãos.


- Você hoje está passando todos os limites. – me respondeu rude.
- E você hoje está muito estressado. Vamos, chega de dar uma de machão, senta ai e pare também com essa cena. Você sabe muito bem que tirando a minha mãe, não há outra mulher do mundo que eu respeite tanto quanto a Angélica. – respondi rude da mesma maneira.


 Ele hesitou, porém me obedeceu. Sentou novamente e arrumou a xícara, mas dessa vez ficou calado. Suspirei, revirando os olhos.


- Você está esperando que eu peça desculpas, certo?
- Correto. A senhora seria capaz de um ato tão humano?
- Desculpe, Felipe. Quer que eu te beije os pés agora?
- Não, não precisa. Ouvir um “desculpa” da boca de Catarina Valdez já é demais, principalmente para um cara tão simples como eu.
- Você está mesmo insuportável hoje, sabia?
- Claro.  


   Foi a minha vez de ficar em silencio. Angélica e Felipe se amavam tanto, que tinha dias que eu achava que a TPM dela penetrava ele, tornando-o igualmente insuportável.


- Se você não se importa, Catarina, passei aqui só para ver como você está. Agora preciso ir, tenho uma paciente em 20 minutos, e digamos que adolescentes não gostam de esperar.  
- Não é que elas odeiem esperar, Lipe, elas apenas gostam de ver o psicólogo mais gato da face da terra. – brinquei, e ele finalmente deu uma risada, levantando logo em seguida.  
- Sempre desconfiei disso.
- Eu sempre tive certeza, a Angélica deveria tomar cuidado com essas meninas de 15 anos.



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Aandel
Prata
Aandel


Idade : 41
Cidade : Barueri

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MensagemAssunto: Re: B l i n d n e s s || Capítulo O1    B l i n d n e s s || Capítulo O1  Empty05.08.14 21:48

Sua Web é rápida no gatilho e para muitos vai levar um tempo a se acostumarem com algo que não seja tão água com açúcar, mastigado demais ou uma aguinha de salsicha... Mas falando sério, eu quando li a primeira vez [antes de ontem], particularmente não me senti inclinado a terminar de ler e fui passando os olhos rapidamente até o final da leitura só pra perceber, tardiamente, que eu não estava entendo bulhufas.
Porém hoje resolvi dar uma lida com mais "calma", já que não se pode ter calma ao ler uma web escrita como vc escreveu, ela é ágil e os pensamentos devem seguir o mesmo ritmo e sendo assim finalmente sorri ao terminar de lê-la e o finalzinho foi mais bacana ainda...

De fato Catarina deixou de suportar os homens e é tão ácida quando um limão siciliano!
Parabéns!
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